O momento é próspero para empresários e empreendedores ligados a educação. A Bertelsmann, empresa multinacional de mídia e serviços, em parceria com a Bozano Investimentos, grupo brasileiro de gestão de recursos, anunciou a criação do BR Education Ventures, fundo destinado a investir R$ 100 milhões em empresas inovadoras brasileiras que atuem no setor de tecnologias educacionais.
A multinacional alemã atua em diversos setores da mídia – é detentora da editora Penguin Random House, do selo discográfico BMG e da rede europeia de televisão RTL, por exemplo – e enxerga na educação o melhor caminho para globalizar seu mercado. Segundo Thomas Mackenbrock, diretor da Bertelsmann no Brasil, através do avanço tecnológico nas mídias tradicionais, é possível entender o impacto e as transformações que vão chegar ao setor da educação, como a popularização de ebooks (os livros virtuais). “Precisamos ter um bom entendimento sobre o que está acontecendo nesse mercado, principalmente no ensino adaptativo e nas plataformas on-line de aprendizado”, ressalta Mackenbrock.
Daniel Borghi, responsável pelo setor de educação da Bozano, concorda e ressalta a importância das tecnologias na educação. “Na medida em que as mídias digitais chegarem com mais força ao setor de educação, o modelo de ensino e aprendizagem tende a ficar mais personalizado e os alunos ganham mais independência. As ferramentas de personalização são essenciais para viabilizar isso.”
Foi com esse pensamento em mente que a equipe da Bozano selecionou as duas primeiras empresas para receberem investimentos do fundo: a QMágico e a Evolve. A primeira é uma plataforma adaptativa que permite que redes e instituições de ensino insiram seus próprios conteúdos, proponham atividades on-line e avaliem e acompanhem o desenvolvimento de seus alunos. A segunda oferece um serviço de TV corporativa e um espaço virtual para produção, gestão e distribuição de conteúdo.
Sobre os critérios levados em conta para futuras seleções, Jonas Gomes, diretor de private equity da Bozano, afirma que, entre outros pontos, o fundo vai procurar balancear o portfólio entre empresas novas e já estabelecidas. “Mas é uma mistura, levamos em conta uma série de fatores como o tipo de aprendizado personalizado que eles estão buscando, o desenvolvimento da tecnologia e a maturidade da empresa.”
A previsão é que outras duas ou três empresas sejam selecionadas para receber o investimento ainda neste ano e outras cinco recebam um aporte no ano que vem. “Estamos começando e não temos pressa. O Brasil ainda tem muito a aprender em diversos setores, mas fiquei surpreso com as empresas de tecnologia educacional, muitas têm nível para competir no mercado internacional”, afirma Mackenbrock.
Fazer essa ponte entre mercados é um dos objetivos do fundo. A Bertelsmann está investindo simultaneamente em outros países emergentes como Índia e China. Para Gomes, esse é um dos principais diferenciais do fundo: “A possibilidade de poder interagir, de promover a internacionalização dos negócios é um grande e importante apelo”.
Fonte:
Porvir
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