É possível aprender a programar antes de aprender a escrever? Um novo brinquedo lançado no final de 2013 pela startup londrina Solid Labs se propõe a provar que crianças de 3 a 7 anos podem brincar com conceitos de computação como algoritmos e sequências de instrução de uma maneira muito divertida.
Diferente da maioria dos brinquedos populares atualmente, que envolvem tecnologias eletrônicas e telas, Primo é um joguinho de madeira. O kit, idealizado por Matteo Loglio, diretor criativo do projeto, durante o mestrado na Universidade de Ciências Aplicadas e Artes da Suíça (Supsi, na sigla original), inclui três itens: um tabuleiro, blocos que são encaixados nele e um robô, o Cubetto.
A brincadeira consiste em guiar o Cubetto. Mas como? Através de instruções dadas pelos blocos de madeira, cada um em uma cor e formato, que representam comandos (frente, esquerda, direita e função). Aí é que entra a programação: ao encaixar os blocos em uma sequência, as crianças criam um código que determina o caminho que o robô deve seguir. O objetivo é que elas aprendam conceitos lógicos que mais tarde serão necessários para realizarem programação mais avançada.
“Queríamos fazer um produto que ajudaria as crianças a serem criadoras e não apenas consumidores do mundo digital em que vivemos. É bacana porque seus blocos de madeiras são muito parecidos com o que crianças pequenas já têm em suas caixas de brinquedo. Queríamos criar uma ferramenta útil e que faça sentido sem usar telas”, explicou ao site Porvir por e-mail Filippo Yacob, diretor-executivo do Solid Labs.
Para desenvolver o produto, cujo valor de venda é de R$ 666, foi feita uma campanha de crowdsourcing pelo KickStarter, que arrecadou 56.666 libras (cerca de R$ 220 mil). Os criadores optaram por usar essa forma de financiamento porque desejavam que o projeto fosse aberto e todo o material de pesquisa, métodos de produção e o design pudessem ser compartilhados. Ainda neste ano, o código-fonte do Primo será disponibilizado, para que seja reproduzido por quem quiser. O sistema também é compatível com a plataforma de prototipagem eletrônica de hardware livre Arduino, de modo que quem quiser hackear ou mudar os parâmetros do Primo pode fazê-lo.
O primeiro lote com 500 kits já foi todo vendido para vários lugares do mundo. Agora, a empresa está trabalhando para atender pedidos maiores de escolas que querem usar a ferramenta com seus alunos, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. “Primo é ótimo para o uso de apenas uma criança, mas funciona muito bem também em escolas, em atividades para grupos de 10 a 15 alunos. Atualmente estamos trabalhando para atender as instituições interessadas nele”, contou Filippo. Pelo site, também estão a venda blocos de instrução adicionais que aumentam a possibilidade de combinações algorítmicas que as crianças podem criar e um conjunto de obstáculos e adereços de madeira que deixam a brincadeira de guiar o Cubetto mais complexa.
Em até seis meses, a empresa abrirá um escritório nos EUA e já pensa também em se instalar no Brasil. Devido ao interesse de brasileiros na primeira etapa de venda, o site do Primo já foi traduzido para o português e é possível adquirir o kit pagando em reais. “A resposta no Brasil foi incrível. Eu acho que os pais entenderam porque estamos fazendo esse produto e porque é importante as crianças brincarem com um jogo como esse”, comemora o diretor-executivo.
Fonte:
Porvir
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