As matrículas no ensino médio em 2013 caíram 0,6% em comparação com 2012, segundo o Censo da Educação Básica de 2013, passando de 8,37 milhões em 2012 para 8,31 milhões no ano passado. As matrículas mantêm-se praticamente constantes desde 2007, quando havia 8,36 milhões de estudantes cursando a etapa de ensino. Segundo o ministro da Educação, Henrique Paim, o ensino médio ainda é um desafio para o país.
"Temos que fazer com que o ensino médio seja mais atrativo para que a gente possa matricular mais estudantes", disse Paim. Outro problema apontado pelo ministro foi a reprovação dos estudantes, que chega a 30% no 1º ano. "Temos uma retenção nos anos finais do ensino fundamental e temos, no ensino médio, o desafio de fazer com que os estudantes que ingressam, concluam. Temos que melhorar o fluxo, reduzindo a reprovação, especialmente no 1º ano".
Uma das soluções apontadas por Paim é o Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, lançado no final do ano passado. O programa dá ênfase à formação de professores, o que contribuirá para melhorar as aulas. A prolongação de jornada, com programas como o Ensino Médio Inovador, na qual os estudantes passam mais tempo na escola e têm atendimento pedagógico e atividades culturais e esportivas, também contribuem para a fixação dos estudantes.
Segundo a pasta, no ensino médio, 12% dos estudantes têm acesso ao ensino integral e, das 19 mil escolas, 5 mil oferecem atividades no turno oposto. A questão está entre as metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE), em discussão no Congresso Nacional. O PNE estabelece que nos próximos dez anos 50% das escolas e 25% das matrículas sejam contempladas pela educação integral.
Em relação à formação profissional dos estudantes, o censo mostrou um aumento de matrículas, 5,8% em relação a 2012. O número passou de 1,3 milhão para 1,4 milhão - sendo 749 mil na rede pública e 691 mil na privada.
Acompanhando o movimento do ensino médio, o Ensino de Jovens e Adultos (EJA) também registrou queda, passou de 3,9 milhões de matrículas em 2012 para 3,7 milhões em 2013. Um decréscimo de 3,4%. A maior queda, foi registrada no ensino fundamental, de 2,5 milhões para 2,4 milhões. No ensino médio, o número passou de 1,34 milhões para 1,32 milhões.
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Chico Soares, disse que há uma diferença de idade entre os estudantes do EJA. Os alunos que procuram o ensino fundamental são mais velhos. "São pessoas que não tiveram a oportunidade de frequentar o ensino regular". Aqueles que procuram o ensino médio são mais jovens. "Por algum motivo [são alunos que] se atrasaram no ensino regular e buscam a certificação".
Fonte:
EBC
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