Uma vez por ano lideranças políticas e econômicas se reúnem em Davos, na Suíça, no Fórum Econômico Mundial, para discutir questões globais de urgência, como meio ambiente e educação e pensar novas perspectivas para melhorar o futuro do mundo. Este ano, a 44º edição do evento, realizado entre os dias 22 e 25 de janeiro, teve um painel dedicado exclusivamente ao ensino híbrido (ou blended learning, em inglês).
Chamado de O Futuro da Aprendizagem (The Future of Learning, em inglês), o encontro contou com a presença de Fred van Leeuwen, secretário geral da Education Internacional, entidade que representa as organizações de professores em todo o mundo. Com a premissa de que o ensino híbrido vai ser cada vez mais difundido, o objetivo do painel foi identificar as maiores barreiras que precisam ser enfrentadas para que o modelo funcione globalmente e pensar em possíveis soluções.
Van Leeuwen destacou dois principais desafios. O primeiro é colocar a formação de professores e o desenvolvimento profissional como requisitos essenciais para que seja feito um bom uso de tecnologias, como plataformas on-line, por exemplo. Para melhorar o processo de aprendizagem, essas tecnologias devem ser usadas sob a supervisão de educadores qualificados e com a experiência necessária para assegurar o bom desenvolvimento dos alunos.
Assim, segundo van Leeuwen, a tendência atual de desprofissionalização da profissão docente deve ser invertida. “Justamente no momento em que precisamos ajudar os alunos a desenvolver habilidades e comportamentos do século 21, estamos reduzindo o papel e o espaço de profissionais que têm a competência para fornecer essa ajuda e orientação em um contexto de mundo real”, disse van Leeuwen. “Ensino híbrido sem professores qualificados pode facilmente tornar a educação branda.”
Em segundo lugar, ele enfatizou que este tipo de aprendizagem pode exacerbar as desigualdades na educação, devido à disponibilidade limitada de acessibilidade à tecnologia on-line, dependendo da localização geográfica dos alunos ou situação econômica. E ressaltou a importância de investimentos, que são fundamentais para integrar essas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem. “Os governos têm de alocar os recursos necessários para desenvolver tecnologias voltas para as escolas e instituições de ensino e garantir que elas sejam disponibilizadas gratuitamente para todos”, afirmou.
Fonte:
Porvir
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