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Laboratórios virtuais aproximam estudantes das aulas práticas - 10/01/2014 14:34:27

Ilustração de quimica


Na enxurrada de ofertas de Moocs (cursos on-line gratuitos) que têm se visto desde 2012, é possível estudar de tudo. De física quântica à nutrição equina, de moralidades do dia a dia à criação de uma empresa familiar. Na maioria dos casos, as aulas teóricas, os vídeos e as interações on-line eram suficientes para transmitir a mensagem. Mas, nas aulas de ciências, faltava uma parte importante: os laboratórios. Em breve, não faltará mais. Com universidades e empresas se dedicando a desenvolver laboratórios virtuais para levar a experimentação científica a qualquer lugar do mundo, especialistas apostam que esses espaços serão mais frequentes nos próximos anos.

O painel de especialistas que escreve os relatórios do NMC (New Media Consortium) previu que laboratórios virtuais e remotos se tornarão mais comuns na América Latina até 2018. “Os laboratórios virtuais e remotos refletem un movimento entre as instituições de ensino para conseguir que os equipamentos e os elementos de um laboratório de ciências físico sejam mais accessíveis para estudantes de qualquer lugar”, dizem os autores do estudo em seu documento final. “Os estudantes podem acessar o laboratório virtual 24 horas por dia, todos os 7 dias da semana”, completam.

Laboratório virtual. Crédito: PhET/Reprodução Um dos pioneiros no desenvolvimento de laboratórios virtuais para experiências é o professor de Stanford Lambertus Hesselink, que trabalha desde 1996 com a criação desses espaços. Em suas primeiras tentativas, o laboratório podia ter o agendamento de atividades e seu controle feito remotamente, além de bate-papo entre integrantes da pesquisa, anotações eletrônicas e apoio virtual dos professores. Hoje suas pesquisas são um pouco mais ousadas. Recentemente, ele e sua equipe digitalizaram um experimento com uma nano esteira rolante, algo extremamente caro e que poucos estudantes teriam acesso. Em uma tarde, porém, os pesquisadores digitalizaram todos os resultados possíveis desse experimento, possibilitando que os testes fossem refeitos virtualmente por qualquer estudante do mundo que tivesse internet. Além desse, o professor também desenvolveu outros laboratórios virtuais acessíveis a qualquer um e os chamou de iLabs.

Ao Stanford News, Hesselink disse que a popularidade dos Moocs foi um estímulo a mais ao desenvolvimento dos laboratórios. “Se você quer um diploma de engenharia ou ciência por meio de um Mooc, acho que você terá que cumprir alguns pré-requisitos de laboratório. Essa pode ser uma forma efetiva e de compartilhar laboratórios caros e complexos com muita gente para que possam cumprir os pré-requisitos”, disse ele. Sua conta era simples: se 100 mil alunos em um curso se revezassem para executar um experimento básico de 15 minutos, seria preciso de mais de 1.000 dias para que todos os alunos tivessem vez. Se o teste envolvesse produtos e reagentes, então, seria necessário ter uma quantidade muito grande de material. A automatização dos laboratórios foi a forma que Hesselink encontrou para suprir a essa demanda.

A um pouco mais de mil quilômetros de distância da Califórnia de Hesselink, a Universidade do Colorado também deu a sua contribuição. O site Phet Interactive Simulations, oferece uma série de experimentos e simulações nas áreas de física, química, biologia, ciências da natureza e matemática para vários níveis de ensino, do fundamental ao superior. O usuário controla o experimento com o mouse e o resultado da simulação sai na hora. Várias delas já foram traduzidas para o português.

Prós e contras

A chance de levar a experiência de um laboratório físico para o universo virtual tem entusiastas e críticos. Hesselink admite que, em alguns casos, a experiência real é insubstituível, mas as vantagens são muito maiores que as desvantagens. Além do acesso e do barateamento dos processos, o professor apontou também o fato de alguns experimentos serem mais seguros se feitos virtualmente. Ele também apontou a possibilidade de compartilhar informações mais facilmente.

“A melhor parte é que isso é muito escalável. Você poderia oferecer para universidades livre acesso a determinado banco de dados, caso elas concordassem em compartilhar seus experimentos. Seria possível preencher um HD com 100 ou 1.000 experimentos e entregá-lo a uma escola que não tem laboratório. Ou você pode colocar essas informações nos servidores do Google, e milhões de pessoas podem acessar um único experimento, ao mesmo tempo”, afirmou o professor, que ainda mencionou o fato de os laboratórios virtuais requererem menos manutenção que os tradicionais.

Fonte: Porvir

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