Se você é um daqueles professores que calcula logo na primeira aula quanto tempo falta para retornar à casa: atenção! E se, além disso, você ainda acha que todos os dias são iguais e que o que você ensina é mais importante do que a quem você ensina: cuidado! Esses são alguns dos indícios da chamada “desesperança na docência”, segundo afirma o pesquisador norte-americano Richard Curwin, especialista em educação. Para ele, identificar tais sintomas é o primeiro passo para combater o ceticismo e assim resgatar o amor pelo ensino. “O ceticismo é uma praga que mata sonhos, suga a vida dos professores e rouba a esperança dos alunos. Nenhum estudante merece ter um professor desesperançoso”, afirma Curwin, atual diretor do programa de graduação em distúrbios de comportamento na David Yellin College.
Ao considerar o ceticismo como algo que “pode apodrecer uma escola assim como cupins apodrecem uma casa de madeira”, Curwin acredita que a luta diária pela manutenção da esperança nos educadores deve ser um objetivo a ser perseguido por todas as escolas. “O professor desesperançoso perde seu amor por aprender e o tédio acaba substituindo o prazer”, diz. Ciente de que o “ceticismo pode contaminar toda a comunidade escolar, destruir a atmosfera do espaço pedagógico, o aprendizado e, em alguns casos, a carreira de um professor”, o pesquisador defende é que é preciso lutar contra essa “praga”. E o antídoto para essa “doença” não poderia ser outro, senão o fortalecimento da esperança na docência.
Dessa forma, ele chega a detalhar algumas sugestões que podem facilitar a batalha contra o ceticismo. “Recuperar o poder de nos fazer sentir bem minimiza o risco emocional que nos leva ao desapontamento e ao ceticismo”, diz Curwin. Sendo assim, confira as estratégias, detalhadas pelo especialista no portal Edutopia, que podem ser utilizadas pelos professores para que os educadores consigam “frear” os sentimentos céticos dentro do ambiente escolar:
“O que lhe faz continuar na carreira? Obviamente não foi por dinheiro, glória, honra ou poder. Professores não têm nada disso. Foi, e é, para ajudar os alunos. Lembre-se disso e faça com que seus colegas também lembrem desse ponto frequentemente.”
“Encontre um aluno que desistiu da escola ou que parece perdido em relação aos demais colegas de classe. Ele não precisa ser, necessariamente, seu aluno. É até melhor que não seja. Você pode começar dizendo ‘oi!’ todos os dias e perguntar como vão as aulas. Gradualmente, ainda é possível tentar construir uma relação de irmão ou irmã mais velho(a). É difícil ser cético quando alguém depende de você, especialmente quando este alguém é uma criança. Você pode ajudar outro professor pedindo o mesmo tipo de assistência para outro aluno.”
“Da mesmo maneira que uma criança pode se beneficiar de um irmão mais velho, um colega que esqueceu por que se tornou professor também pode. Peça ajuda, ofereça sugestões, seja motivador, elogie-o sinceramente por alguma atitude relacionada ao ensino. Torne-se um aliado na luta contra a desesperança. Você também pode pedir a um professor cético que ajude outro professor cético. A ideia é quebrar o ciclo de desesperança. Desta maneira, ambos podem melhorar.”
“A maioria dos professores céticos reclama com os colegas sobre as pessoas que os afetam no trabalho, mas sem uma comunicação direta. Muitos problemas podem ser resolvidos quando falamos com a pessoa em vez de falar sobre a pessoa.”
“Quando eu pergunto aos professores o que faz eles se sentirem bem quando ensinam, a maioria das respostas envolvem coisas que eles não podem controlar. Muitas das coisas incontroláveis podem nos afastar, como salário, facilidades, quem são nossos colegas, as vidas das famílias de nossos alunos, as ordens do conselho escolar. Acima de tudo, professores querem o respeito dos outros, reconhecimento e incentivo da administração. Por essas coisas serem controladas por outros, nos sentimos frágeis e desamparados quando não as temos, especialmente quando as merecemos. E isso nos leva ao ceticismo. Precisamos reconhecer as coisas que podemos controlar e valorizá-las, porque quando damos aos outros o poder de nos fazer sentir bem, nos colocamos em risco emocional. Veja alguns exemplos do que podemos controlar: estar preparado, criar boas aulas, ajudar colegas, fazer ações para melhorar a escola, proporcionar pequenas alegrias aos colegas, como oferecer uma fatia de bolo ou simplesmente um café antes de a aula começar…”
Fonte: Porvir
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