Quem convive ou faz parte do mundo acadêmico sabe da dificuldade em conseguir emplacar um artigo em publicações científicas. Além do número limitado de periódicos, os pesquisadores ainda precisam se adequar aos seus cronogramas de publicação. Ainda há a barreira imposta pela seletividade, quando da análise dos trabalhos submetidos. E uma vez aceito, é comum que o pesquisador aguarde até um ano para, de fato, ver o seu artigo, ensaio ou estudo, enfim, publicado em um jornal ou revista acadêmica.
Foi, justamente com a missão de “acelerar o mundo da pesquisa”, que a plataforma gratuita Academia.edu foi criada em 2008. Depois de cinco anos no ar, a rede social que permite a disponibilização aberta de papers já ultrapassou o número de 6 milhões de usuários registrados em todo o mundo, posição que a deixa à frente das concorrentes ResearchGate e Mendeley.
Para conseguir tamanho alcance, inclusive entre pesquisadores brasileiros, a Academia.edu aposta em quatro eixos principais. O primeiro deles é a “distribuição instantânea”. Ou seja, depois da criação do perfil na plataforma, a submissão do trabalho pelo usuário pode ser feita no instante posterior, e logo em seguida, o trabalho já estará indexado no portal. Outro diferencial é permitir o acesso aberto para consulta a todos os arquivos presentes na plataforma. “Temos um sonho de democratizar a inovação na ciência e permitir que mais pessoas possam contribuir com seu pensamento”, informa o site da Academia.edu, que recebem mais de 7 mil papers a cada dia.
Com a quantidade de usuários cadastrados e a possibilidade de publicar eletronicamente as pesquisas sem restrições, é fato que, potencialmente, a publicação pode vir a ser analisada por mais pesquisadores. Isso porque, com a facilidade dos mecanismos de busca presentes no portal, pesquisadores de câncer de mama, por exemplo, podem estar em contato direto com outros estudiosos da área que também fazem parte da comunidade do Academia.edu. Assim, seguindo a mesma lógica do Facebook, um pesquisador da Indonésia, pode se interessar por um paper de um brasileiro, e a partir daí, passar a segui-lo na rede. Na plataforma, também é possível baixar os documentos em “pdf”, trocar mensagens e fazer comentários.
O quarto eixo principal, que talvez justifique tamanha popularidade do portal, tem a ver com métricas. Para estudantes de pós-graduações ou professores com menor experiência universitária, nem sempre é fácil saber o nível de impacto de seus trabalhos desenvolvidos durante e ao final dos seus cursos acadêmicos. É por isso, que a Academia.edu apostou na ferramenta Analytics. A partir dela, é possível ter acesso à quantidade de usuários que visualizou o perfil do pesquisador cadastrado no portal e a audiência dos papers. Além disso, ainda é possível saber a procedência do pesquisador e como o visitante chegou até o artigo científico cadastrado, ou seja, quais foram as palavras-chaves utilizadas em buscadores como o Google, ou quais foram os links externos que levaram o visitante até o artigo.
“Se alguém ainda duvida que vivemos numa era global, as estatísticas produzidas pelo Academia.edu são mais uma prova que vivemos de forma global. Minha página criada na plataforma, por exemplo, já foi visualizada mais de 1.700 vezes. Ela tem atraído atenção de usuários da Tunísia, Grécia, Dinamarca, Polônia, Lituânia, Austrália, Paquistão, Coreia do Sul, Brasil, França, Alemanha, Tailândia e Turquia, além dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha”, afirma Christopher Phelps, professor de estudos norte-americanos na Universidade de Nottingham, na Inglaterra. A afirmação do pesquisador, entusiasta da plataforma, faz parte de um artigo publicado na The Chronicle of Higher Education no início do ano.
Segundo o CEO da Academia.edu, Richard Price, em entrevista ao TechCrunch, o crescimento da plataforma tem relação direta com um movimento, também comandado por universidades e pesquisadores que buscam oferecer portais abertos para divulgação científica. Recentemente, por exemplo, o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) lançou um repositório aberto da reprodução científica da USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Esse movimento pró acesso aberto, contudo, veem enfrentando uma série de resistências, especialmente entre empresas como a Elsevier, que possui planos de acesso que cobra pela visualização completa de artigos científicos. Segundo Prince informou ao Chronicle, pesquisadores cadastrados na plataforma chegam a receber notificações da Elsevier solicitando a retirada de determinados artigos da plataforma, que anteriormente haviam sido indexados no site da empresa.
Fonte: Porvir
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