Os brasileiros costumam aparecer em posição de destaque nos rankings que elencam as populações que mais tempo passam navegando na web. Estudo divulgado este ano pela ComScore aponta que na América Latina o Brasil lidera essa estatística, com 27 horas navegadas por mês por cada cidadão conectado. Tamanha disposição para estar on-line faz com que tanto empresas já consolidadas quanto startups invistam constantemente em novas ferramentas e em espaços virtuais para esse público. Um dos mais recentes endereços web nesse cenário é a plataforma Examtime, que chega ao idioma português depois de ter sido lançada em inglês e em espanhol.
Trata-se de um espaço para estudar on-line e que aposta na figura do estudante ou professor autor, aquele que já não se limita a somente consumir o que está na rede, mas também está disposto e interessado a criar e a produzir. Na plataforma, recursos educacionais podem ser criados e gerenciados em rede, num espaço gratuito que requer cadastro simples para fazer login na plataforma. Quem entra lá, encontra um ambiente social. Além de novos recursos, pode criar grupos e disciplinas.
“Se um professor quer que toda a turma esteja ali, ele pode adicionar um a um nos grupos e em seguida criar um quizz, um mapa mental, um memory card ou fazer notas, e todos no grupo poderão visualizar e interagir”, explica Alessandra Fu, da equipe de marketing da Examtime. Alessandra é brasileira, mas atualmente está baseada na Irlanda, onde está o grupo responsável pelo desenvolvimento e aperfeiçoamento do site. Qualquer um dos quatro formatos citados por ela tem uma interface de desenvolvimento bastante intuitiva.
No quizz, campos para pergunta e resposta saltam na tela assim que se clica em “criar quizz”, e o usuário deve apenas preenchê-los, podendo customizar o tamanho ao inserir mais opções de respostas além do oferecido como padrão pelo sistema. Já o processo de construção de mapa mental dentro do site é dos mais lúdicos presentes na web. Depois de inserir um tema principal, o usuário vai adicionando quantos campos ele sentir necessidade para dar forma a sua narrativa, e pode, inclusive, anexar outros recursos que já criou lá mesmo. Os campos podem ter a cor que o usuário desejar, podem ser arrastados numa tela e podem contar com caixas de textos, imagens e outros itens já criados. Se um professor fez um mapa mental sobre Segunda Guerra Mundial e tem lá no banco que ele mantém um quizz sobre militarismo, ele pode perfeitamente agregar um ao outro.
“O que a gente oferece é um espaço tanto de organização de conteúdos quanto de criação para todos que querem aprender e ensinar numa dinâmica mais livre, que facilmente pode transcender a sala de aula”, afirma Alessandra. Essa proposta de “extrapolar” ambientes é uma das premissas da plataforma, aliás. Seja a sala de aula ou o grupo virtual, quem quer aprender não precisa estar fechado num único lugar. Nos grupos criados dentro da Examtime, a sociabilidade dos recursos pode ser maior ou menor, dependendo do status “público” ou “privado” que lhe é atribuído. “Eu criei um recurso sobre o Enem, e uma estudante da Salvador o encontrou e fez vários resumos a partir dele. Cada recurso dela já tem em média 300 visualizações”, conta a brasileira da equipe da Examtime.
Mesmo ainda em versão Beta, a plataforma tem uma dinâmica social bem estruturada em cima de conceitos da cultura digital, como compartilhamento e remix. A possibilidade de levar recursos educacionais criados por lá às redes sociais é apenas a mais básica delas. Assim que acessa um recurso público, qualquer membro cadastrado pode tirar uma cópia, selecionando um botão. Ao fazer isso, a plataforma abre um tipo de “fichário”, perguntando em qual “disciplina” o usuário deseja salvar tal recurso. Ele digita e já adiciona aquele recurso encontrado na sua pasta “geografia”, se esse for o caso.
A recomendação de recursos pela própria plataforma também é outra forma de conectar peças criadas por diferentes frequentadores daquele ambiente. Uma lista está sempre disponível com itens criados por outras pessoas, assim como o campo de busca, que permite que o estudante ou professor encontre conteúdos criados a partir de temas do seu interesse.
Atrelada à facilidade de criar, copiar e organizar conteúdos, a plataforma vem ganhando espaço entre os brasileiros conectados pela sua “mobilidade”. Alessandra conta que há um grupo voltado ao exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que faz bastante uso do formato “notas” presente na Examtime. “São estudantes que já têm material de estudo e precisam resumir, criar tópicos e carregar isso com eles, sem precisar andar pra cima e pra baixo com cadernos, livros, e como a plataforma também foi desenhada para dispositivos como celular, tablet, ele consegue acessar o que criou a qualquer momento”, pondera.
O uso corporativo também já é percebido. Executivos andam criando grupos para discutirem ali tópicos. Podem também trocar mensagens privadas. Essa apropriação por um público de não estudantes mostra que as ferramentas presentes na plataforma fazem dela um ambiente social flexível, menos informal que as redes sociais de massa, como Twitter e Facebook, e com mais possibilidades de interação e construção coletiva que um e-mail.
Fonte: Porvir
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