“Você está louco! Como pode acreditar que crianças vão querer ir a um intensivo de ciências no verão?”. Essa e outras declarações céticas foram ouvidas incontáveis vezes por Khalid S. Al-Yahya, idealizador do iThra Youth Initiative, um dos seis projetos vencedores do prêmio Wise 2013, que destaca ideias inovadoras em educação pelo mundo. O programa promove workshops para alunos e professores, cursos de férias, concursos e viagens com o objetivo de ensinar matemática, ciências, tecnologia e engenharia a adolescentes na Arábia Saudita.
Embora o conceito do iThra Youth Initiative tenha sido concebido há nove anos, só começou a chegar a estudantes em 2012, ainda em fase beta e contando com voluntários, para oferecer um treinamento prático em apenas uma escola. O objetivo da King Abdulaziz Center for World Culture, instituição financiada por doações de empresários e desenvolvedora do programa agora já experimentado por 15.000 alunos, é atingir 2 milhões de jovens até 2020.
Segundo Khalid S. Al-Yahya, existe uma grande população jovem na Arábia Saudita, mas o sistema tradicional de ensino centrado no professor não os prepara para se tornarem cidadãos globais.
A primeira turma de teste inspirou o módulo inicial do programa, o iSpark, que é um workshop de 20 horas em uma semana oferecido dentro das escolas para alunos do 8º e 9º anos. Nesse treinamento, diferente do que ocorre nas aulas normais, os estudantes precisam desenvolver atividades práticas e que estimulam a criatividade para aprender ciências, engenharia, arte e mídia.
“No workshop tem sempre algo desafiador e divertido para eles (os alunos) desvendarem. No programa de genética, por exemplo, criamos um ambiente de investigação criminal e eles entram em contato com vários conceitos sobre DNA, impressões digitais, identificação pela íris do olho…É tudo prático, não tem aula expositiva, e eles adoram”, explica o cientista Al-Yahya.
Depois de aplicá-lo para grupos pequenos, já no primeiro ano em que o iSpark foi oferecido para valer, havia 1.000 vagas disponíveis e 10.000 se candidataram. Em 2013, 2.000 alunos (11 classes para meninos e 11 para meninas) serão atendidos ao todo. “Os diretores das escolas que recebem o iSpark nos ligam e perguntam: o que aconteceu com os nossos estudantes?”, conta Al-Yahya.
Esse sucesso fez com que várias empresas procurassem a instituição para financiar o projeto, que pode ser expandido para um segundo módulo, o iDiscover, uma imersão temática de ciências e matemática para alunos e professores durante as férias. O programa para educadores é de 5 dias, com atividades das 7h às 17h, e o dos alunos é de 10 dias, das 7h às 19h.
“Já participaram do iDiscover 4.000 alunos e 2.000 professores. Todos dizem o mesmo, que mudaram a maneira como olham a ciência”, diz Al-Yahya. Isso ocorre, segundo ele, porque a maioria dos alunos – e até professores – nunca foi introduzida ao tema de forma relacionada à realidade. Nos programas do iThra Youth Initiative o aprendizado se dá pela experiência, através de trabalhos em grupo, desenvolvendo projetos e o pensamento estratégico.
A partir desses módulos principais da iniciativa, surgiram outros: o iWander (viagens internacionais para visitar centros de tecnologia e museus com os melhores alunos), iBroadcast (site interativo com conteúdo engajador), iInspire (eventos públicos com personalidades inspiradoras) e iRead (festival de leitura), que completam o pacote de formação idealizada pelo iThra Youth.
Al-Yahya explica que embora o foco do programa sejam as ciências exatas, o objetivo é preparar jovens para os desafios da sociedade atual e nesse contexto a comunicação é importante. Por isso, está promovendo o concurso de leitura pela primeira vez em 2013. “É o American Idol da leitura”, compara.
Fonte: Porvir
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