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Alunos do interior de São Paulo dão dicas de português em semáforos - 03/12/2013 16:57:26

Ilustração de fala

Bruno Oliveira - Planeta Educação

Um grupo de alunos da Universidade do Vale do Paraíba (Univap) saiu às ruas nas últimas semanas para levar dicas de português à população de uma forma inusitada, utilizando faixas com frases curtas que foram mostradas em grandes cruzamentos e semáforos da cidade de São José dos Campos e Caraguatatuba, ambas no estado de São Paulo.

O projeto “Português ao Ar Livre” é do professor José Aparecido de Siqueira, que ministra a disciplina de Comunicação e Língua Portuguesa II aos alunos do curso de Jornalismo e Rádio e TV do segundo semestre da faculdade.

A ideia era que cada um dos alunos produzisse um banner com dicas de português. “Comecei colocando frases na lousa e depois fomos eliminando algumas e fizemos a eleição das mais curtas e objetivas, pois o motorista que está parado no semáforo não tem muito tempo para ler”, destaca o professor.

Foto de dicas de português em Caraguatatuba

Segundo Siqueira, o projeto teve uma repercussão imediata. “Os alunos entrevistaram algumas pessoas, que afirmaram ter se encantado com a ideia. É uma metodologia diferente que chama a atenção de quem passa pelas ruas”, afirma.

Motivação

Muitos alunos se sentiram motivados pela ideia e se esforçaram para cumprir com a tarefa da forma mais dinâmica possível. “O professor Siqueira sempre gostou de inovar em suas aulas, e quando ele falou sobre o trabalho que nós teríamos que apresentar, a classe adorou. Todos mostraram interesse em participar desse projeto dando sugestões e dicas de cartazes”, destaca o estudante de jornalismo Guilherme Prudente.

Foto de dicas de português em Caraguatatuba Durante a separação dos grupos foram definidas as regiões de atuação e as frases que cada grupo iria apresentar. “Combinamos que não ficaríamos muito tempo na rua, no entanto quando começamos a expor os cartazes mudamos completamente de ideia. Foi uma sensação incrível. A maioria quis retribuir a boa ação de alguma forma. Buzinavam, abriam a janela do seu carro, agradeciam e batiam palmas. Perdemos a conta de quantas pessoas tiravam fotos com o celular. Um jovem que estava passando pela calçada nos parabenizou pela iniciativa e disse que era nosso fã. Foi muito gratificante ter ouvido tudo aquilo”, afirma.

Erros do cotidiano

Guilherme destaca que a ideia de corrigir os vícios de linguagem foi ótima, já que muitos sentem dificuldade na hora de se expressar. “Muitas pessoas não têm raciocínio lógico, não sabem interpretar um texto. Esse projeto é uma aula gratuita de português, incentivando a pesquisa, os estudos e ajudando estes indivíduos”, completa.

Segundo o aluno Felipe Kyoshy, muitos dos erros apresentados pelos grupos podem passar despercebidos. “Fizemos este projeto com o intuito de chamar a atenção das pessoas para os erros de português que cometem no dia a dia e nem se dão conta”, afirma.

Para o próximo ano o professor da turma pretende criar outros projetos semelhantes, como uma aula ao ar livre com lousas e diversos outros recursos, onde as pessoas possam aprender algumas regras de português em poucos minutos. “Esse tipo de iniciativa extrapola os muros da instituição de ensino. Há varias maneiras de colaborar com a população. Ao invés de dar esmola damos dicas de português”, conclui Siqueira.


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