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ONG une música, artes e currículo na Austrália - 25/11/2013 10:42:01

Foto de estudantes durante aula de música. Crédito: US Department of Education/flickr


Fora dos palcos e da histeria dos shows, a música tem se mostrado uma aliada cada vez mais importante da educação. Na Austrália, a Song Room – organização nacional sem fins lucrativos que leva o ensino de música e arte para crianças em situação de vulnerabilidade – já atendeu mais de 250 mil crianças e realizou pesquisas que comprovam a melhora no desempenho escolar dos alunos. No início deste ano, quando o governo australiano formalizou o currículo nacional para ensino de artes e música, a iniciativa começou a desenhar uma plataforma on-line e gratuita – lançada em junho – para que todos os professores pudessem ter acesso a conteúdos que os ajudassem a unir música ao currículo tradicional.

“A música e as artes são ferramentas comprovadas para o envolvimento de todas as crianças. Por meio do nosso trabalho com alunos e comunidades vulneráveis, temos notado melhorias marcantes nos resultados em todas as disciplinas acadêmicas, principalmente nas ligadas à linguagem e aos números”, explica Steve Harris, coordenador de comunicação da Song Room. Um estudo do projeto, publicado em 2011, que acompanhou mais de 25 mil crianças ao longo de 10 anos, afirma que os alunos que tiveram contato com o programa artístico apresentaram uma diminuição de 65% no número de faltas, além de desenvolverem mais rápido habilidades relacionadas a linguagem, concentração e capacidade de trabalhar de modo colaborativo.

Para alcançar esses resultados, a Song Room se divide em programas que têm um tempo mínimo de seis meses de duração e que, em 95% das vezes, são oferecidos para crianças de 5 a 12 anos. Entre eles estão os In-School Workshop Programs que durante um ano e meio participam no dia a dia de escolas conduzindo conjuntamente com professores locais atividades de artes que se misturam ao currículo da escola, aos programas de férias e até nos projetos de desenvolvimento profissional dos professores locais para que o projeto seja mais sustentável.

Outro programa, o Early Learning, trabalha com crianças de menos de 5 anos, acompanhadas de seus pais. A ideia é levar a arte para os primeiros contatos com a alfabetização. Entre os seus objetivos está facilitação da transição da infância para a escola, por meio do relacionamento mais próximo com a comunidade e os pais. O programa também trabalha os professores para que explorem melhores maneiras de relacionar letramento com temas ligados a música e jogos.

Formação dos educadores é tida como fator fundamental para o desenvolvimento do projeto. Todos os próprios facilitadores dos programas do Song Room, além de artistas profissionais com experiência no ensino, precisam ter habilidades para fazer com que o ensino de música seja criativo e divertido. “A ideia é que exista interatividade. O professor deve ajudá-los a explorar e desenhar suas próprias habilidades para que eles possam descobrir os talentos que de outra maneira ficariam escondidos”, explica Harris.

On-line e gratuito

Na Austrália, uma em cada quatro crianças faz parte de programas escolares relacionados à música e arte, mas Harris acha pouco. Neste ano, depois que o governo australiano formalizou o currículo nacional para artes, a Song Room lançou o ARTS:Live, programa gratuito e on-line que oferece recursos para ajudar outros professores a se adequarem às novas diretrizes governamentais.

Nele, os educadores têm acesso a uma plataforma de aprendizagem interativa que promove a colaboração entre professores e alunos em cinco formas de arte: dança, teatro, arte multimídia, música e artes visuais. Lançado em junho deste ano, o programa conta com mais de 400 mídias, entre vídeos, áudios e textos e já está presente em mais de 1.000 escolas australianas.

Harris diz que, apesar de não ser esse um dos principais focos do programa, o Song Room também oferece bolsas para alunos que demonstrem talentos artísticos excepcionais ao longo dos programas. “Querendo ou não, de vez em quando alguém escolhe a música ou a arte como possíveis caminhos de carreira, o tempo dirá, mas desde que eles consigam adquirir autoconfiança, inspiração e engajamento por meio das artes, consideramos nosso trabalho feito”, afirma.

Fonte: Porvir


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