Crianças e adolescentes de 30 escolas estaduais do Rio de Janeiro terão maior proximidade com o cinema brasileiro por meio do Circuito de Cineclubes, um projeto do Programa Cinema para Todos das secretarias de Cultura e Educação. A preocupação foi selecionar escolas inscritas que não têm cinema no município ou nas proximidades. A intenção é aumentar o número de escolas participantes após a inauguração das primeiras 30 salas, fortalecendo a cultura cinematográfica brasileira.
A superintendente de audiovisual da Secretaria do Estado de Cultura, Julia Levy, ressalta a importância que o acesso ao cinema gera na formação educacional de milhares de alunos da rede estadual de ensino. “Abrir o cineclube é ampliar toda a comunicação que o programa disponibiliza para o cinema brasileiro, conciliando o cinema com a formação desses jovens. Ao escolher as escolas, preferimos municípios que não têm quase ou nenhuma força cinematográfica. Pretende-se ampliar o contato de alunos com filmes brasileiros e fazer as escolas se apropriarem desse conteúdo audiovisual de forma mais constante e independente. A escola trabalha da forma que achar mais relevante na formação dos alunos, por isso cada cineclube vai ter uma característica diferenciada”, explicou.
Na última segunda-feira, 12, foi inaugurada no Colégio Estadual Padre Carlos Leôncio da Silva, na Ilha do Governador, zona norte da capital fluminense, uma das salas participantes do Circuito de Cineclubes. A sala é a primeira a funcionar em uma unidade do Departamento de Ações Socioeducativas (Degase), que abriga jovens cumprindo medidas socioeducativas.
Para Julia Levy, levar para os adolescentes internos o cinema brasileiro e promover debates com produtores e diretores de longas e curtas-metragens significa integração desses jovens com a arte. “A ideia é que consigamos levar cinema para esses lugares e que eles possam trocar experiências, inclusive com diretores de longas. Pretende-se sempre ter alguém para fazer um debate com esses alunos internos, professores e diretores”, declarou.
A professora Edwiges Rosália Ferreira pertence à coordenação de Esportes e Cultura da Secretaria do Estado de Educação e acredita que o cinema é um grande aliado das escolas no desenvolvimento dos alunos. “Acreditamos que a linguagem cinematográfica é produtora de conhecimento. A proposta é que filmes nacionais de qualidade sejam passados a esses alunos e quando me refiro a qualidade é com relação a diversidade de temáticas e propostas, porque arte não tem certo e errado. Ela tem que desnudar a cultura contemporânea por meio da linguagem do cinema, ser a provocadora de questionamento”, ponderou.
O Programa Cinema para Todos, que existe desde 2008, leva alunos das redes estaduais para verem filmes brasileiros em 65 salas de cinema em um total de 27 municípios no Rio. Com o projeto de cineclubes, o número de municípios participantes praticamente dobra, ampliando a adesão e o contato de alunos com produções nacionais.
Fonte: Agência Brasil
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