A premiação da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) 2012, que ocorreu hoje (19), concedeu 500 medalhas de ouro aos finalistas que competiram entre mais de 19 milhões alunos de 46.728 escolas públicas brasileiras.
Os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, participaram da festa de premiação e entregaram as medalhas aos vencedores. Mercadante foi muito aplaudido ao anunciar que os medalhistas poderão participar do Programa Quero Ser Cientista, Quero Ser Professor sem ter que passar por processo seletivo.
O programa dará 100 mil bolsas de estudo nas áreas de química, física, matemática e biologia. “Vocês vão receber uma bolsa R$ 150 por mês, mas a contrapartida é que terão que trabalhar com os monitores na escola, ter responsabilidade com os outros alunos, e terão um professor-tutor só para acompanhar o trabalho de vocês”, declarou Mercadante.
O ministro disse ainda que as universidades federais vão dar apoio ao programa para servirem de estímulo adicional aos alunos, que ele chamou de elite da matemática brasileira.
Durante o evento, foi anunciado também a elaboração do Programa Matemática para Todos, que vai oferecer pela internet aulas com conteúdos dos programas curriculares do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio. As equipes já estão sendo formadas e os vídeos, que começam a ser gravados em julho, estarão disponíveis na rede a partir do ano que vem, segundo o coordenador geral da Obmep, Cláudio Landim.
Essa oitava edição, realizada em duas fases, premiou também 901 alunos com medalhas de prata, 3.102 com medalha de bronze e 40.929 com menções honrosas.
Duas cidades surpreenderam os realizadores da Obmep 2012, sobretudo pelo número de medalhas, por sua geografia e pelo tamanho da população. Com cerca de 11 mil habitantes, Paulista, no sertão da Paraíba, teve 22 alunos premiados: cinco medalhas de ouro, sete medalhas de prata, três medalhas de bronze e 12 menções honrosas. Dores do Turvo, na Zona da Mata mineira, com 5 mil habitantes, recebeu 15 medalhas.
Minas Gerais teve o maior número de estudantes com medalhas de ouro, com 152 premiados, seguido de São Paulo (110), Rio de Janeiro (43), Rio Grande do Sul (42), Paraná (35), Santa Catarina (19), Distrito Federal (17), Bahia (12), Ceará (12) e Goiás (nove). Mato Grosso do Sul, Paraíba e Rio Grande do Norte tiveram sete ganhadores de medalha de ouro; Espírito Santo e Pernambuco, cinco; Amazonas, Piauí e Tocantins, três; Mato Grosso e Pará, dois; Maranhão, Roraima, Rondônia e Sergipe, um cada. Acre e Amapá tiveram alunos medalhistas de bronze e ganhadores de menções honrosas.
Além dos estudantes, 27 professores foram premiados pelo bom desempenho dos alunos. É o caso de Luiz Felipe Lins, da Escola Municipal Francis Hime, de Jacarepaguá, bairro da zona oeste do Rio, que teve dois de seus alunos premiados com a medalha de ouro.
“As olimpíadas são um estímulo para o aluno e também para a escola melhorar a qualidade do ensino e, consequentemente, a pontuação no Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica]”opinou ele.
Os estudantes premiados com medalhas também estão participando do Programa de Iniciação Científica Júnior, voltado para os ensinos fundamental e médio, que será ampliado para receber 10 mil alunos até 2016.
O pentacampeão Ricardo Oliveira da Silva, de Várzea Alegre, Ceará, foi alfabetizado em casa, com a mãe, por ser cadeirante e morar longe da escola. No mês que vem, ele começa a faculdade de matemática no Ceará.
“Comecei a estudar na escola somente aos 17 anos, porque morava em um sítio distante e não tinha acesso à escola. Agora, na faculdade, vou explorar um novo mundo. Essa é minha última medalha e agora vou procurar novos caminhos. Ainda não decidi se darei aula ou se serei pesquisador, mas me identifico mais com a área de exatas”, disse Ricardo.
Fonte: Agência Brasil
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