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Escola investe em projetos com os alunos para formar leitores  - 29/11/2012 08:38:37

A Feira do Livro na Escola, realizada desde 2004 pelo Colégio Estadual Padre Colbachini, de Nova Bassano, no nordeste do Rio Grande do Sul, já teve a participação de 55 escritores. O evento é a atividade principal do projeto Aluno Leitor, criado para estimular a formação de leitores entre os mais de 800 estudantes matriculados na instituição. A escola atende turmas da educação infantil, do ensino fundamental e médio e da educação profissional e de jovens e adultos.

Na visão da professora Giovane Bassani Deconto, que dá aulas de língua portuguesa a turmas do sétimo e nono anos, os contatos com os escritores têm levado a um aumento no interesse dos alunos pela leitura. Além de participar das atividades da Feira do Livro, Giovane adota projetos nas aulas. Folclore na Escola é um deles. “Por meio da música, do teatro e das lendas, o aluno se transforma em um verdadeiro cidadão, conhecedor de sua cultura, participativo e atuante”, diz a professora, formada em letras. Ela atua no magistério há mais de 15 anos.

“Por meio da leitura, os alunos conseguem desenvolver melhor as ideias nos textos que produzem, e a ortografia é favorecida”, relata a professora Alessandra Lopes de Oliveira, que dá aulas de português no ensino fundamental, no médio e em turmas de educação de jovens e adultos. Ela aproveita o interesse dos estudantes pelo teatro para estimular o aprendizado. “Os estudantes conseguem captar a alma das obras e fazem excelente releitura dos livros”, revela Alessandra, há 15 anos no magistério, com licenciatura em letras. “Eles também gostam de participar de peças teatrais, pois perdem o medo de falar em público e se divertem.”

Já a professora Marli Dagnese Fiorentin desenvolveu vários projetos durante os 32 anos de atuação no magistério para estimular a leitura e a escrita e integrar tecnologias. Com graduação em letras e especialização em tecnologias em educação, ela trabalha com alunos da educação infantil.

Blogue — A ferramenta tecnológica mais utilizada por Marli é o blogue. Ela participa de cinco pessoais, três colaborativos e 14 sobre projetos educativos. A professora leva as atividades de literatura para o espaço virtual, com projetos de intercâmbio escolar e também com escritores de obras apresentadas em sala de aula.

No blogue Livrolândia, os alunos trocam impressões sobre obras que leram. No Ficção versus Realidade, textos literários são o ponto de partida para o desenvolvimento de temas do cotidiano. Os blogues Debaixo de Mau Tempo e Verdade ou Consequência partem de obras lidas pelos alunos na Feira do Livro. Segundo Marli, na educação infantil, o foco das aulas de língua portuguesa está na alfabetização e no incentivo à leitura. Nesse caso, os blogues são usados para criar uma ponte com as famílias e também como um espaço para as crianças publicarem suas produções e participarem de jogos interativos, nos quais desenvolvem habilidades de letramento.

Em 2011, Marli desenvolveu o blogue Pintando o Sete, classificado como semifinalista no concurso internacional Fundação Telefônica. Este ano, ela criou o Diário da Galerinha, que contém o projeto Eu e Você, Aqui e Lá, que parte do livro, do mesmo nome, da escritora Letícia Möller. As crianças redesenharam o livro, que trata da vida de um menino brasileiro e de outro, marroquino. Confeccionaram objetos, tiraram fotografias de momentos do cotidiano para desenvolver a identidade e também apresentaram uma peça de teatro, durante visita da escritora à escola e em seminário que reuniu professores da região.

“Estamos trabalhando na releitura da lenda Negrinho do Pastoreio e desenvolvendo diversas atividades que vão culminar com a apresentação de uma peça teatral”, adianta Marli. “Com isso, reforçamos o conceito do respeito à diversidade, discutimos as questões do preconceito racial, da história da escravidão e da religiosidade de nosso povo.”

Na etapa de releitura da lenda são realizadas várias atividades, além da narração da história e da representação da mesma em desenhos. Dentre essas atividades está o estudo de aspectos que despertam o interesse das crianças, como a vida das formigas e raças de cavalos. “A cada ano, as atividades tornam-se cada vez mais significativas, pois o processo de leitura e releitura é contínuo”, diz a pedagoga Salete Cestonaro Bongiovanni, diretora da instituição desde 2007. Há 31 anos no magistério, Salete tem habilitação em séries iniciais, com pós-graduação em gestão, supervisão e orientação escolar.

Fátima Schenini

Fonte: MEC (http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=18266).

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