A
Feira do Livro na Escola, realizada desde 2004 pelo Colégio
Estadual Padre Colbachini, de Nova Bassano, no nordeste do Rio Grande
do Sul, já teve a participação de 55
escritores. O evento é a atividade principal do projeto
Aluno Leitor, criado para estimular a formação de
leitores entre os mais de 800 estudantes matriculados na
instituição. A escola atende turmas da
educação infantil, do ensino fundamental e
médio e da educação profissional e de
jovens e adultos.
Na visão da professora Giovane Bassani Deconto, que
dá aulas de língua portuguesa a turmas do
sétimo e nono anos, os contatos com os escritores
têm levado a um aumento no interesse dos alunos pela leitura.
Além de participar das atividades da Feira do Livro, Giovane
adota projetos nas aulas. Folclore na Escola é um deles.
“Por meio da música, do teatro e das lendas, o
aluno se transforma em um verdadeiro cidadão, conhecedor de
sua cultura, participativo e atuante”, diz a professora,
formada em letras. Ela atua no magistério há mais
de 15 anos.
“Por meio da leitura, os alunos conseguem desenvolver melhor
as ideias nos textos que produzem, e a ortografia é
favorecida”, relata a professora Alessandra Lopes de
Oliveira, que dá aulas de português no ensino
fundamental, no médio e em turmas de
educação de jovens e adultos. Ela aproveita o
interesse dos estudantes pelo teatro para estimular o aprendizado.
“Os estudantes conseguem captar a alma das obras e fazem
excelente releitura dos livros”, revela Alessandra,
há 15 anos no magistério, com licenciatura em
letras. “Eles também gostam de participar de
peças teatrais, pois perdem o medo de falar em
público e se divertem.”
Já a professora Marli Dagnese Fiorentin desenvolveu
vários projetos durante os 32 anos de
atuação no magistério para estimular a
leitura e a escrita e integrar tecnologias. Com
graduação em letras e
especialização em tecnologias em
educação, ela trabalha com alunos da
educação infantil.
Blogue — A ferramenta tecnológica mais utilizada
por Marli é o blogue. Ela participa de cinco pessoais,
três colaborativos e 14 sobre projetos educativos. A
professora leva as atividades de literatura para o espaço
virtual, com projetos de intercâmbio escolar e
também com escritores de obras apresentadas em sala de aula.
No blogue Livrolândia, os alunos trocam impressões
sobre obras que leram. No Ficção versus
Realidade, textos literários são o ponto de
partida para o desenvolvimento de temas do cotidiano. Os blogues
Debaixo de Mau Tempo e Verdade ou Consequência partem de
obras lidas pelos alunos na Feira do Livro. Segundo Marli, na
educação infantil, o foco das aulas de
língua portuguesa está na
alfabetização e no incentivo à
leitura. Nesse caso, os blogues são usados para criar uma
ponte com as famílias e também como um
espaço para as crianças publicarem suas
produções e participarem de jogos interativos,
nos quais desenvolvem habilidades de letramento.
Em 2011, Marli desenvolveu o blogue Pintando o Sete, classificado como
semifinalista no concurso internacional Fundação
Telefônica. Este ano, ela criou o Diário da
Galerinha, que contém o projeto Eu e Você, Aqui e
Lá, que parte do livro, do mesmo nome, da escritora
Letícia Möller. As crianças redesenharam
o livro, que trata da vida de um menino brasileiro e de outro,
marroquino. Confeccionaram objetos, tiraram fotografias de momentos do
cotidiano para desenvolver a identidade e também
apresentaram uma peça de teatro, durante visita da escritora
à escola e em seminário que reuniu professores da
região.
“Estamos trabalhando na releitura da lenda Negrinho do
Pastoreio e desenvolvendo diversas atividades que vão
culminar com a apresentação de uma
peça teatral”, adianta Marli. “Com isso,
reforçamos o conceito do respeito à diversidade,
discutimos as questões do preconceito racial, da
história da escravidão e da religiosidade de
nosso povo.”
Na etapa de releitura da lenda são realizadas
várias atividades, além da
narração da história e da
representação da mesma em desenhos. Dentre essas
atividades está o estudo de aspectos que despertam o
interesse das crianças, como a vida das formigas e
raças de cavalos. “A cada ano, as atividades
tornam-se cada vez mais significativas, pois o processo de leitura e
releitura é contínuo”, diz a pedagoga
Salete Cestonaro Bongiovanni, diretora da
instituição desde 2007. Há 31 anos no
magistério, Salete tem habilitação em
séries iniciais, com
pós-graduação em gestão,
supervisão e orientação escolar.
Fátima Schenini
Fonte:
MEC
(http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=18266).