Os
países que integram o Mercosul vão realizar em
fevereiro, em Buenos Aires, um seminário regional de
avaliação da qualidade da
educação no bloco. Três
níveis serão avaliados: os sistemas educacionais;
a metodologia dos instrumentos internacionais, especialmente o Pisa,
realizado a cada três anos pela
Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE); a construção de indicadores regionais da
qualidade da educação nos países da
América do Sul.
A decisão foi tomada durante a 43ª
Reunião de Ministros de Educação do
Mercosul, realizada nesta sexta-feira, 23, em Brasília, sob
a presidência de Aloizio Mercadante. Participaram do
encontro, além do ministro brasileiro, os da Argentina,
Bolívia, Chile, Equador, Uruguai e Peru. Eles se
comprometeram a elaborar, conjuntamente, um documento com
análise crítica dos indicadores internacionais de
educação do Pisa [Program for International
Student Assesment].
“O Pisa é importante para o Brasil, mas a
avaliação da educação
é muito mais ampla do que o recorte feito pelo exame, que se
restringe a alunos de 15 anos. Queremos criar novos instrumentos de
avaliação regional”, explicou o
ministro Aloizio Mercadante, que tem a presidência pro
tempore do Mercosul educacional. O documento final, com
sugestões dos ministros, será depois encaminhado
ao comitê executivo do Pisa.
Segundo o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep), Luiz Cláudio Costa, o Pisa apresenta
algumas distorções que acabam empurrando o Brasil
para uma posição menos favorável no
ranking internacional. “Se queremos comparar exames de
diferentes países, isso é um desafio.
É preciso o uso apropriado das técnicas
estatísticas”, disse.
Nesse sentido, o ministro de educação da
Argentina, Alberto Sileone, disse que o Pisa compara realidades
incomparáveis. “Nós vamos ratificar
nossa permanência no Pisa, mas somos parte de
países que têm encontrado uma
posição mais soberana de incorporar
reflexões próprias”, afirmou. E sugeriu
que os países da América do Sul incorporem um
critério comum de avaliação da
educação, inclusive incluindo áreas
não contempladas pelo Pisa.
Bolsas – Na reunião realizada no
Ministério da Educação ficou
também definida a criação de um
programa de bolsas, custeado pelo Fundo para a Convergência
Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul (Focem),
destinado a financiar projetos em benefício das economias
menores do bloco. Serão 1 mil bolsas para estudantes de
graduação, 1 mil para a
pós-graduação e outras 1 mil para o
intercâmbio de docentes e pesquisadores. Num total de 3 mil
bolsas anuais, o programa tem previsão de custar R$ 26
milhões.
Os países do Mercosul também vão
aumentar o intercâmbio de estudantes, pesquisadores e
docentes em cursos de graduação e
pós-graduação. “Temos
possibilidade de aumentar o intercâmbio e incluir mais
países”, afirmou o presidente da
Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge
Guimarães. Atualmente dentro do programa de mobilidade no
Mercosul, o Brasil tem acordos com a Argentina e Uruguai. As bolsas
serão para cursos acreditados no Mercosul: agronomia,
arquitetura, engenharia, enfermagem, medicina e odontologia.
Os ministros decidiram ainda ampliar a
acreditação de cursos nas áreas de
ciências sociais, incluindo sociologia e economia.
Será feita também a
publicação de uma revista científica
sobre humanidades, educação e ciências
sociais. “Seria uma publicação
trilíngue, em português, espanhol e
inglês, para valorizar a produção da
academia regional científica”, disse o ministro
Aloizio Mercadante.
O vice-ministro de educação do Uruguai, Luis
Garibaldi, sugeriu a criação de um banco de
recursos educativos digitais e audiovisuais, de livre acesso a todos os
países do bloco. A oficina de trabalho com especialistas
será realizada em março de 2013, em
Montevidéu. A 43ª reunião do Mercosul
teve a participação de representantes das
centrais sindicais do Cone Sul.
Assessoria de Comunicação Social
Fonte:
MEC
(http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=18255).