O
aumento percentual de estudantes de graduação
concentrados no setor público, a queda no analfabetismo e o
aumento da frequência de crianças na creche,
pré-escola e ensino fundamental são alguns dos
dados sobre educação constantes da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), referentes a
2011. Divulgados nesta sexta-feira, 21, pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) os números
confirmam, como já antecipou o Ministério da
Educação, que o maior desafio educacional a ser
enfrentado é o do ensino médio.
A Pnad mostra expansão na taxa de atendimento em
instituições de educação
superior públicas. Em 2009, elas concentravam 23,3% das
matrículas em cursos superiores; em 2011, o
número subiu para 26,8%. O MEC atribui parte desse aumento
à adoção de políticas de
expansão e interiorização das
universidades federais, entre elas, a criação do
Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e
Expansão das Universidades Federais (Reuni).
Quanto à educação básica, o
setor público continua prioritário no
atendimento. No ensino fundamental, 87% dos estudantes estão
em estabelecimentos oficiais de ensino, mesmo percentual registrado em
2009. No ensino médio, a cobertura da rede
pública cresceu de 86,4% para 87,2%.
Analfabetismo — A taxa entre as pessoas de 15 anos ou mais
manteve a tendência de queda dos últimos anos ao
recuar de 9,6%, em 2009, para 8,6%. A meta a ser atingida pelo Brasil,
de acordo com a Conferência Mundial de
Educação, de Dacar, Senegal, é a de
chegar ao patamar de 6,7% em 2015 (metade da taxa que o Brasil
apresentava em 2000). O número absoluto de analfabetos caiu
1,2 milhão — de 14,1 milhões para 12,9
milhões.
Os dados do IBGE mostram que o analfabetismo está
tradicionalmente concentrado nas regiões Norte e Nordeste,
entre a população em idade mais elevada, acima
dos 50 anos. Com a universalização do ensino
fundamental, entende-se que o problema tende a ser reduzido para as
próximas gerações.
Outro dado positivo é o aumento do número
médio de anos de estudo entre a
população de 10 anos de idade ou mais. Essa
média passou de 7,2 em 2009 para 7,3.
Frequência — O acesso de crianças entre
4 e 5 anos de idade à creche e à
pré-escola subiu de 74,7% em 2009 para 77,4%. No ensino
fundamental, ainda que o acesso esteja quase universalizado,
também cresceu a frequência de estudantes de 6 a
14 anos à escola — de 97,6% em 2009 para 98,2% em
2011.
Os números apontam aumento em regiões e
públicos historicamente negligenciados, especificamente no
Nordeste, onde as taxas são quase as mesmas das
médias nacionais. Na faixa de 4 e 5 anos, por exemplo,
é a mais alta entre as regiões do país
(83,5%).
Os dados da Pnad mostram que o desafio continua concentrado na faixa
etária de 15 a 17 anos. Ou seja, no ensino médio.
Nela, a frequência à escola diminuiu de 85,2% em
2009 para 83,7%. Essa queda se deu em quase todas as regiões
do Brasil, à exceção do Centro-Oeste,
e com maior intensidade no Sudeste.
Ciente desse desafio, o Ministério da
Educação tem investido em
ações voltadas especificamente para o ensino
médio. Entre elas, está o Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb), o programa Ensino
Médio Inovador e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (Pronatec). O ensino médio
inovador amplia a jornada escolar e reformula o currículo.
Pelo Pronatec, estudantes têm a opção
de fazer o ensino médio regular e, ao mesmo tempo, um curso
profissionalizante.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
é realizada anualmente pelo IBGE. Os temas
básicos que integram o questionário
são população,
educação, trabalho, rendimento e
habitação. A cada dez anos, em lugar da Pnad, o
IBGE realiza o Censo Demográfico. O último, em
2010. Por essa razão, os dados da Pnad de 2011 devem ser
comparados aos de 2009.
Assessoria de Comunicação Social
Fonte:
MEC
(http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=18106).