Salamanca
(Espanha) — O ministro da Educação,
Aloizio Mercadante, disse nesta quinta-feira, 6, em Salamanca, Espanha,
que considera “pouco promissor” o caminho escolhido
por seis governadores de estado de ir ao Supremo Tribunal Federal (STF)
pedir a revisão do critério de reajuste do piso
nacional do magistério. Mercadante lembrou que foi formada
uma comissão de negociação destinada a
propor formas de apoio a estados e municípios que tenham
dificuldades em cumprir a lei.
A comissão, que também acompanha a
tramitação, no Congresso Nacional, de projeto de
lei sobre o assunto, é integrada por representantes da
União Nacional dos Dirigentes Municipais de
Educação (Undime), do Conselho Nacional de
Secretários de Educação (Consed) e da
Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Educação (CNTE).
O ministro destacou que o MEC não foi informado sobre a
iniciativa dos governadores e reafirmou que o governo federal defende
crescimento real do piso salarial dos professores.
“Consideramos um caminho equivocado judicializar novamente a
questão. O mais prudente e construtivo é abrir um
de diálogo transparente, como nós
fizemos.”
O recurso ao STF é uma iniciativa dos governadores dos
estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rio
Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina.
Recentemente, o Supremo manifestara-se pela constitucionalidade do
diploma legal que instituiu a remuneração
mínima do magistério e sua forma de reajuste.
Pelas regras atuais, o piso deve ser reajustado anualmente, a partir de
janeiro, com base no critério de crescimento do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb).
Entre o ano passado e este, o índice foi de 22%; o valor
passou de R$ 1.187 para R$ 1.451. Os estados alegam que essa
variação, superior a 22%, registrada nos
últimos dois anos é insustentável para
as contas públicas. O projeto de lei que tramita no
Congresso, com apoio dos governadores, pretende mudar o
parâmetro do reajuste para o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor (INPC).
Sustentável — Professores e o próprio
MEC discordam do projeto, já que a
correção apenas pela
inflação deixaria de significar ganho real.
“O MEC tem uma posição clara: o piso
deve ter crescimento real e sustentável”, disse o
ministro. “O ritmo pode não ser o mesmo do passado
porque, realmente, as finanças municipais e estaduais
tiveram dificuldade para acompanhar essa velocidade, mas aquele ritmo
foi muito próprio do momento de grande crescimento do
Fundeb, que não vai se repetir este ano.”
Mercadante salientou ainda que os governadores poderiam pedir a
opinião do MEC, mas não o fizeram.
“Respeitamos a decisão deles, mas o MEC tem uma
posição clara sobre isso”, afirmou.
“Achamos que o melhor caminho é buscar uma
solução pactuada. Era isso que
estávamos discutindo.”
Assessoria de Comunicação Social, com
informações da Agência Brasil
Fonte:
MEC
(http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=18063).