A
presidenta da República, Dilma Rousseff, sancionou na tarde
desta quarta-feira, 29, a lei que institui a reserva de 50% das vagas
ofertadas em instituições federais de
educação superior para estudantes provenientes de
escolas públicas. A lei já valerá para
os próximos vestibulares das
instituições e também na
próxima edição do Sistema de
Seleção Unificada (Sisu) do Ministério
da Educação. A
regulamentação, com o cronograma para a
adequação das universidades à lei,
está prevista para setembro.
A implantação das cotas ocorrerá de
forma progressiva ao longo dos próximos quatro anos,
até chegar à metade da oferta total do ensino
público superior federal. Em 2013 terão de ser
reservadas, pelo menos, 12,5% do número de vagas ofertadas
atualmente – o que equivale a 25% do total que
será reservado para ingresso por meio de cotas. A presidenta
vetou o artigo 2º do projeto aprovado pelo Congresso Nacional,
que instituía a média das notas dos alunos como
um dos critérios para ingresso.
De acordo com a lei, cada instituição
deverá preencher as cotas com autodeclarados pretos, pardos
e indígenas na mesma proporção em que
esses segmentos são encontrados na unidade da
Federação em que se localiza a
instituição, de acordo com o último
censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Metade do total de cotas, o que corresponde a 25% das vagas da
instituição, deve ser preenchida com estudantes
vindos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5
salário mínimo per capita.
Enem – O ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, explicou em coletiva concedida no Palácio do
Planalto que o ministério realizou um estudo com base no
desempenho dos estudantes concluintes das redes pública e
privada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O objetivo
foi verificar as condições dos
possíveis ingressantes provenientes da rede
pública nas universidades, em relação
aos das escolas privadas.
“Quando selecionamos dentro da rede pública os 150
mil melhores alunos, que correspondem ao total das cotas que teremos
que implantar nos próximos quatro anos, a média
é superior à do setor privado e a nota
máxima é parecida”, afirmou Mercadante.
Pelos dados apresentados, os 150 mil concluintes da rede
pública com melhor desempenho no Enem de 2011 tiveram uma
média geral de 582,2 pontos. O total de 891.070 estudantes
de escolas públicas alcançou uma média
geral de 474,2 pontos. A média total dos 1.137.813
estudantes concluintes que fizeram a prova foi de 494,8 pontos. Quando
se consideram apenas os 246.743 alunos da rede privada, a
média sobe para 569,2 pontos.
Regulamentação – Mercadante informou
que a pasta promoverá reuniões com os reitores
das instituições públicas de ensino
superior para definir a regulamentação e discutir
outras ações. “O diferencial
é que antes as universidades federais tinham liberdade para
definir vagas para políticas afirmativas. Hoje existe uma
lei que será uma regra. O que discutiremos será o
processo para implantar as cotas”, afirmou.
Para o ministro, a sanção da lei
representará um estímulo para os estudantes do
ensino médio público. “Para os
estudantes da rede pública, em especial o nível
médio, esta lei vai representar uma grande
motivação porque eles terão,
até o final de quatro anos, de forma progressiva, metade das
vagas nas universidades federais”, disse.
Assessoria de Comunicação Social
Fonte:
MEC
(http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=18050).