O
governo federal concluiu na noite de quarta-feira, 1º de
agosto, as negociações com a
representação sindical dos docentes federais com
vistas ao plano de carreira, previsto para ser aplicado a partir de
março de 2013. A proposta apresentada pelo governo tem como
foco a titulação e a
dedicação exclusiva. Prevê reajuste
mínimo de 25% e máximo de 40% nos
salários, dividido em três parcelas anuais, a
partir de março de 2013, na proporção
de 40%, 30% e 30%.
Assim, um profissional com doutorado recém-ingressado na
carreira passa a receber salário de R$ 8.439,77 durante o
estágio probatório. Concluído esse
período, de três anos, chegará a R$
10.007,24. Para o topo da carreira — professores titulares
com dedicação exclusiva —, o aumento
proposto é de 40%, o que significa salários
superiores a R$ 17 mil.
Para a concessão do reajuste, o governo federal liberou R$
4,2 bilhões e pretende encaminhar esses valores na proposta
orçamentária que será enviada ao
Congresso Nacional até o fim deste mês.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, tem
reiterado que o foco na titulação e na
dedicação exclusiva sinaliza um novo modelo
universitário de excelência. “Temos de
recuperar o tempo perdido, superior a um século, e investir
objetivamente em inovação, ciência e
tecnologia, no rumo de uma universidade pública de
qualidade.”
Mercadante ressalta que a proposta do governo foi reformulada depois de
ouvidos sindicatos, reitores e professores dos institutos federais de
educação, ciência e tecnologia e das
universidades federais. “Em um cenário de crise
internacional e incerteza econômica, o governo federal
reconhece o papel preponderante dos professores, de tal sorte que
disponibilizou R$ 4,2 bilhões para serem aplicados em
três anos”, salienta. “É como
um seguro salarial, independentemente das intempéries
econômicas.”
Apesar da extensão da proposta, a
representação sindical divide-se. O governo
está convencido de que a base da categoria
dos docentes é favorável ao acordo — em
plebiscitos realizados pela Federação de
Sindicatos de Professores de Instituições
Federais de Ensino Superior (Proifes), 75% dos professores optaram pela
aceitação. Além disso, as
universidades federais do Rio Grande do Sul e de São Carlos
manifestaram-se pela volta às atividades normais.
Negociações — O governo federal deve
reiniciar na segunda-feira, 6, as negociações com
as representações sindicais dos servidores e
técnicos administrativos das universidades e institutos
federais. Na proposta apresentada às
representações sindicais, o governo
prevê ainda a criação de grupos de
trabalho para discutir e aprofundar questões relativas ao
plano de carreira dos professores, respeitados os limites da autonomia
pedagógica e administrativa das universidades e dos
institutos federais.
As negociações com os docentes das universidades
e institutos federais iniciaram-se no ano passado. Em agosto de 2011, o
governo concordou em conceder, em março deste ano, aumento
linear de 4% nos salários e incorporar as principais
gratificações. A seguir, abriria
negociações sobre o plano de carreira.
O aumento precisou da força de uma medida
provisória [nº 568]. Ela passou a vigorar em 11 de
maio último, com efeito retroativo a março. Em
meio às negociações do plano de
carreira, porém, os professores decidiram entrar em greve,
no início de junho, quando ainda havia prazo para a
formulação do plano.
A expectativa do MEC é que as universidades e institutos
federais retomem as atividades e reponham adequadamente as aulas
suspensas por conta da paralisação.
Assessoria de Comunicação Social
Fonte:
MEC
(http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17986).