O
Enem de 2012 virá com mudanças e mais rigor na
correção da redação. A
partir deste ano, o texto produzido pelos candidatos será
corrigido por dois corretores de forma independente e haverá
cinco itens de objetividade sendo avaliados. Caso haja
diferença maior que 20% na nota final entre esses dois
corretores, a redação será lida por um
terceiro corretor.
E se, ainda assim, a discrepância persistir, ou seja, a
diferença entre as três notas for superior a 200
pontos, a dissertação passará para uma
banca examinadora de excelência, composta por três
professores avaliadores e que darão então a nota
final ao participante. No Enem de 2011, a discrepância entre
as notas finais dos corretores podia ser maior, chegando a
até 300 pontos, e havia dois corretores.
“Mudamos substancialmente o sistema de
avaliação da redação para
que haja maior objetividade e segurança aos estudantes.
É uma avaliação com muito mais rigor
para que tenhamos uma avaliação justa”,
afirmou o ministro Aloizio Mercadante, em entrevista coletiva
à imprensa, nesta quinta-feira, 25, no auditório
do edifício-sede do Ministério da
Educação. Segundo ele, para aprimorar a
correção da redação
haverá um aumento de 40% no número de
avaliadores.
Também é novidade na
redação a divisão da nota em cinco
itens de competência: domínio da língua
portuguesa, compreensão do tema proposto, capacidade de
selecionar e organizar ideias, demonstração de
conhecimento sobre o tema e apresentação de
solução para a proposta dissertativa.
Cada um dos corretores deverá atribuir nota de zero a 200
pontos para cada uma dessas competências. Havendo
discrepância maior que 80 pontos em cada uma, o terceiro
corretor avaliará e atribuirá notas segundo o
mesmo critério.
Por exemplo, a nota do primeiro corretor é de 640 pontos e a
do segundo, 480. A priori, a diferença é inferior
a 200 pontos e a nota final da redação desse
candidato seria a média aritmética das suas
notas. Mas, se na competência 1 a nota de um corretor tiver
sido 160 e o do outro, 40, a redação
será encaminhada para o terceiro corretor. Se a nota dele,
nessa competência, se aproximar da de um dos dois corretores
anteriores – por exemplo, nota 120 –,
não haverá necessidade da banca examinadora. A
nota mais baixa na competência com dispersão
será eliminada. A nota final da
redação será a média
aritmética das duas notas mais próximas.
Em julho, um guia será enviado aos candidatos inscritos no
Enem 2012, com explicações sobre as novas regras
de correção da redação.
“Esse manual, que estará disponível no
portal do MEC, trará exemplos concretos, com textos, do que
será cobrado em cada competência. E
também trará exemplos de
redação de excelência”, disse
o ministro Aloizio Mercadante. O estudante terá
nota zero se o texto fugir do tema proposto, apresentar estrutura
textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo ou
tiver sete linhas ou menos.
Segundo o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Cláudio
Costa, após a divulgação dos
resultados das provas do Enem, todos os corretores passarão
por um treinamento online sobre o texto específico da
redação. E, conforme acordado com a
Justiça, os estudantes poderão ter acesso
à redação. “Estamos
definindo como será essa
operacionalização para ter segurança
no processo”, adiantou o ministro.
Rovênia Amorim
Fonte:
MEC
(http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17779).