Os
temas cartografia, tecnologia e internet estão entre os
preferidos da professora Taíse dos Santos Alves, em seu
trabalho. Há seis anos no magistério, lecionando
em escolas municipais, estaduais e particulares de Salvador e de
Serrinha, no interior baiano, para alunos do ensino fundamental e
médio e da educação de jovens e
adultos, ela acredita que a cartografia tem papel e poder
imprescindíveis para a ciência
geográfica.
De acordo com Taíse, os mapas são instrumentos
sempre presentes para exemplificar conteúdos
geográficos como feições do relevo,
urbanização e população. Ou
seja, os fenômenos ocorridos no espaço produzido
pelo homem. No entanto, observa que o mapa, embora rico nas
representações espaciais, tem uma linguagem que
os professores de geografia ainda não dominam de maneira
satisfatória. Assim, deixa de ser explorado e usado nas
aulas como poderia ser. “Essa lacuna impede um contingente de
alunos de dominar a leitura e a interpretação dos
mapas, e isso fica evidente em minhas andanças
docentes”, revela.
A professora diz que começou a se questionar sobre qual tipo
de metodologia prática poderia ser empregado para
desenvolver nos alunos, pelo menos, noções
básicas de orientação espacial.
Segundo Taíse, essa articulação foi
conseguida a partir do conhecimento que obteve no curso de licenciatura
em geografia, com as disciplinas cartografia temática e
novas tecnologias. “Nas discussões de ambas
atentei para o uso e a aplicabilidade das tecnologias da
informação e comunicação
articuladas à cartografia”, salienta. Passou,
então, a pesquisar o tema na tentativa de criar metodologias
e estratégias de aprendizagem para facilitar o entendimento
daquela linguagem.
Para os professores, Taíse indica o Google Maps:
“É um aplicativo interativo gratuito, que
possibilita ao aluno um passeio virtual por todo o planeta Terra por
meio de um mosaico rico de imagens de satélites”,
explica. Dentro desse aplicativo, que tem ferramentas como barra de
pesquisa (locais a serem pesquisados),
informações sobre esses locais (empresas, pontos
turísticos etc.), orientação
geográfica e escala, é possível
conferir as imagens de satélite e mapas, além de
mudar para a versão do aplicativo Google Earth. “O
uso do mapa pode proporcionar o desenvolvimento dos alunos, respeitando
seus interesses, e estimular a pesquisa e a criatividade”,
analisa Taíse.
Oficina — Em 2010, a professora realizou a oficina
Cartografia Interativa, no Centro Educacional 30 de Junho, em Serrinha,
para alunos das turmas do oitavo ano do ensino fundamental. O trabalho
foi desenvolvido para ajudar os estudantes a compreender o uso e a
aplicabilidade da cartografia no cotidiano e a ampliar as
noções de orientação e
localização no espaço
geográfico. “A principal atividade com o
aplicativo Google Maps foi a construção de mapas
mentais pelos alunos. Constituiu-se no ponto chave da
oficina”, revela a professora. Os alunos procuraram
identificar a escola, suas casas e as principais ruas e avenidas de
Serrinha com base na imagem do município obtida pela
internet.
“A oficina foi relevante e prazerosa, pois mostrou, na
prática, a aplicabilidade do Google Maps como metodologia de
ensino e aprendizagem”, enfatiza Taíse. Em sua
visão, foi uma troca de experiência que deu novo
significado a sua prática docente: “Essa
experiência me fez perceber que buscar alternativas fora do
convencional é um desafio e que se permitir tentar, seja
errando ou acertando, faz parte do ser e de se fazer professor de
geografia”, analisa.
Taíse aguarda nomeação na rede
estadual de ensino da Bahia, enquanto cursa pedagogia e conclui a
pós-graduação em
educação de jovens e adultos.
Fátima Schenini
Fonte:
MEC
(http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17661).