As
escolas públicas vão receber
no ano letivo de 2012 livros didáticos sobre a
história e a cultura africana e afro-brasileira.
Serão distribuídas obras para alunos da
educação infantil ao ensino médio. A
proposta dessa iniciativa é proporcionar aos alunos a
compreensão do desenvolvimento histórico dos
povos africanos e de sua relação com outros
povos, a partir de uma visão objetiva do continente
africano.
O material tem como referência os oitos volumes da
coleção História Geral da
África. Editada em português graças
à parceria entre a Organização das
Nações Unidas para
Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e
o Ministério da Educação, a obra
completa foi enviada às bibliotecas públicas em
2011. As escolas receberão também dois livros
síntese da obra completa da História Geral da
África, com conteúdos relacionados à
história, cultura, economia, política e arte.
“Temos ainda no Brasil a cultura do embranquecimento da
população e a negação de
toda uma cultura afro-descendente que também construiu este
país”, ressalta Viviane Fernandes Faria, diretora
de políticas para educação no campo e
diversidade do MEC.
A inclusão da temática história e
cultura afro-brasileira no currículo da
educação básica das escolas
públicas e particulares está prevista na Lei
10.639, de 2003. Além da história da
África e dos africanos, o conteúdo deve incluir a
luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na
formação da sociedade nacional.
Segundo a diretora, ainda existe uma grande diferença de
escolaridade entre as pessoas, com mais de 15 anos, entre a
população negra e os não negros. A
escolaridade é de 8,4 anos de estudo entre os não
negros e 6,6 anos entre os negros. “Só que apesar
dessa diferença, o avanço na escolaridade dos
negros tem sido mais rápido em relação
à dos não negros. Enquanto que de 2004 a 2009
houve crescimento de 9% em anos de estudo entre os não
negros, entre os negros foi de 14,5%”, compara.
No entanto, Viviane Faria comenta que o Brasil ainda tem uma
dívida social com os afro-descendentes. “Se o
analfabetismo é maior entre os negros e os maiores
índices de pobreza estão entre os não
brancos, vamos ver claramente que a pobreza e as dificuldades salariais
e de acesso à universidade têm cor no Brasil. E
essa cor é negra. Então precisamos, sim,
enfrentar esse racismo na escola e na sociedade”, afirma.
Rovênia Amorim
Fonte:
MEC (http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17259).