Na
abertura das atividades do 3º Encontro Nacional de
Fortalecimento do Conselho Escolar, a secretária de
Educação Básica do MEC, Maria do Pilar
Lacerda, disse que o “direito à
educação tem que ser repetido todos os dias e
várias vezes ao dia”. O motivo da
repetição, segundo a secretária,
é que o direito à educação
é muito recente no país e ele precisa se
solidificar.
O 3º encontro acontece em Brasília até a
próxima sexta-feira, 30, reunindo atividades de
formação de técnicos das secretarias
estaduais e municipais de educação e trocas de
experiências.
Para ilustrar a importância da
organização dos conselhos escolares com a
participação de pais, estudantes, professores e
gestores na vida da escola, a secretária Maria do Pilar
lembrou aos conselheiros que mudanças na
educação são geracionais. No
início de 1960, disse, de cada cem crianças, 80
estavam fora da escola, porque a educação
não era um direito. “Com isso, milhões
de brasileiros não tiveram o direito de aprender.”
A Constituição Federal de 1988, lembrou Pilar,
marca o início de uma sociedade de direito para todos.
“Somos uma República laica, que aceita todas as
religiões, raças e etnias.” Mas, para
que isso seja pleno, segundo ela, o Brasil precisa ter uma escola
pública forte para todos, com a presença dos
filhos das classes média e alta, o que ainda não
ocorre. “A constituição e o
funcionamento pleno dos conselhos escolares fazem parte desse processo
de transformação do país”,
observou.
Participação – Representantes da
União Nacional dos Dirigentes Municipais de
Educação (Undime), da
Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco) e do Fundo das Nações Unidas
para a Infância (Unicef) também participaram da
abertura do encontro.
Para Maria de Salete Silva, do Unicef, “há dez ou
15 anos” o conselho escolar era confundido com uma atividade
burocrática e estava afastado de seu principal papel, que
é garantir o direito de aprender das crianças.
Maria de Salete lembra que o direito de aprender compreende o acesso
à escola na idade certa, a permanência e a
conclusão da formação. Isso, para ela,
só acontece com a participação da
família, da escola e do Estado num mesmo fórum.
“O conselho traz o olhar da comunidade para a
escola”, explicou.
Participam do 3º Encontro Nacional de Fortalecimento do
Conselho Escolar cerca de 250 técnicos que atuam na
área de gestão escolar das 26 secretariais
estaduais de educação, do Distrito Federal e de
municípios com mais de 150 mil habitantes. As unidades da
Federação que não possuem
municípios com essa densidade populacional estão
representadas por servidores das quatro maiores cidades de cada estado.
Desde 2009, os encontros nacionais acontecem uma vez por ano.
Diversidade – De acordo com José Roberto Junior,
coordenador do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos
Escolares da Secretaria de Educação
Básica (SEB) do MEC, o encontro presencial reúne
a diversidade dos conselhos criados nas escolas públicas de
todo o país. Nos três dias de
formação, os conselheiros também
vão trocar experiências em gestão
democrática.
Dados da SEB mostram que, de 2005 a março de 2011, o
programa capacitou 18,7 mil técnicos em cursos de
formação presenciais e 11,9 mil em cursos a
distância. A formação é
feita por universidades públicas federais.
Publicações e cadernos elaborados pelo MEC servem
de subsidio para a capacitação.
A constituição e o funcionamento dos conselhos
escolares estão previstos na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB), Lei nº 9396/1996, e
agora reafirmados no novo Plano Nacional de
Educação (PNE) 2011-2020, que tramita no
Congresso Nacional desde dezembro de 2010.
Ionice Lorenzoni
Fonte: MEC
(http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17094).