Um
projeto criado para que os estudantes se interessem pela
música e percebam as diferentes linguagens usadas na
produção das obras musicais movimenta as aulas do
primeiro ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Deputado Caio
Prado Júnior, em Barueri (SP). A iniciativa, da professora
Ana Lúcia Pereira Lima, surgiu para estimular os alunos, que
não demonstravam interesse em participar das diferentes
atividades oferecidas.
“Estudos já comprovaram que a música
desenvolve a inteligência, contribui para a
organização e o desenvolvimento da
criança”, diz a professora. “Sabendo
disso, não podemos descartar nenhuma possibilidade de obter
sucesso com nossos educandos.”
Formada em pedagogia, Ana Lúcia atua no
magistério há 19 anos, 11 dos quais com alunos da
educação infantil. Segundo ela, as
crianças ficaram entusiasmadas com o projeto, que recebeu o
nome de Musicalizando e Aprendendo. Dividida em três etapas,
a proposta da professora apresenta, em primeiro lugar, a
música com sons da natureza, como os da chuva, do vento e
dos animais. Depois, vem a apresentação do
primeiro instrumento inventado pelo homem — a flauta. No
terceiro momento, as crianças são estimuladas a
estabelecer a relação da música com as
diferentes linguagens envolvidas — de textos, visual e
instrumental — e a perceber que a música
não ocorre num único momento nem apenas com uma
única pessoa.
Durante a realização do projeto, Ana
Lúcia leva diversos instrumentos para os estudantes
conhecerem. Sempre que possível, convida músicos
para tocar na sala de aula. “A música é
um despertar para aprender a aprender”, diz a professora.
Além de conversarem informalmente sobre as atividades
realizadas, os estudantes registram ideias e sentimentos de
várias formas, bem como as experiências
vivenciadas, por meio de ilustrações, lista
coletiva ou escrita espontânea. Surge assim o
portfólio dos alunos.
Linguagens — Ana Lúcia considera fundamental usar
diferentes linguagens para despertar o interesse do aluno em aprender
e, assim, alcançar o maior número
possível de crianças. “Sabemos que os
educandos têm diferentes maneiras de aprender; não
podemos nos limitar a uma única forma, pois assim
estaríamos prejudicando uma parcela dos
aprendizes”, analisa.
Todos os alunos da classe participam das atividades propostas, seja a
gravação de canções ou a
execução de dramatizações e
coreografias. “Enfatizando o que eles já
desenvolveram no projeto, com músicas do universo infantil,
valorizando suas produções, pretendo mostrar a
importância da escrita e da poesia na
produção musical”, revela a educadora.
Ela ressalta que todo o trabalho ocorre atrelado ao processo de
alfabetização. No fim do projeto, os alunos
recebem cópia de todas as atividades das quais participam ao
longo do ano, com as dramatizações, coreografias
e músicas executadas por eles, além do
portfólio.
O projeto de Ana Lúcia, que concorre ao prêmio
Professor Giz de Ouro, da prefeitura de Barueri, surgiu por iniciativa
da própria professora, mas conta com o apoio da
instituição de ensino. “Procuramos,
enquanto gestão, motivar os professores a buscar
estratégias diferenciadas de ensino, para que a aprendizagem
ocorra de forma prazerosa e eficaz”, salienta a diretora,
Fátima da Conceição Manso. Para ela, o
trabalho de Ana Lúcia condiz com a proposta
pedagógica da escola, pois estimula práticas
inovadoras por parte dos professores.
Fátima Schenini
Fonte: MEC
(http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17088).