Um
curso de pós-graduação em
educação integral reúne um grupo de 50
acadêmicos da região Sul graduados em 18 tipos de
cursos – de letras a enfermagem, de pedagogia a
serviço social, de matemática a design
gráfico. Esses profissionais estudam na Universidade Federal
da Fronteira Sul (UFFS). O currículo aborda temas como
conceito, experiências e possíveis impactos no
universo do ensino básico.
A formação presencial é oferecida em
Chapecó, a 555 quilômetros de
Florianópolis, na sede da UFFS, uma
instituição multicampi, criada há 23
meses e que está presente nos três estados da
região Sul.
Junto com a UFFS, nove universidades federais das regiões
Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul foram selecionadas pelo
Ministério da Educação, em 2010, para
abrir cursos de pós-graduação em
educação integral. Outras
instituições vão receber recursos do
MEC para cursos de extensão nessa área.
De acordo com o coordenador do curso na UFFS, Élsio
Corá, a turma tem alunos originários de Santa
Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, selecionados entre 140
candidatos. “Boa parte dos acadêmicos
são gestores de escolas municipais e estaduais, servidores
de instituições federais de ensino, importantes
multiplicadores da educação integral”,
diz Corá.
A múltipla procedência dos alunos é
ainda mais ampla no caso dos professores. Segundo o coordenador, os
educadores que lecionam na especialização
vêm de Santa Catarina, Tocantins, Distrito Federal,
Paraná, Rio de Janeiro, Ceará e Goiás,
o que enriquece a formação e o
intercâmbio. “Desde o início, tanto os
acadêmicos quanto os professores estão empenhados
em tornar o curso uma experiência modelo para o
Brasil”, explica.
A pós-graduação começou em
janeiro deste ano, com término previsto para julho de 2012.
Serão 368 horas de aula onde os profissionais vão
estudar as bases teóricas e históricas da
educação em tempo integral, a
legislação e as políticas,
currículos e métodos, espaço e tempo
na escola, a docência, a gestão.
O curso também terá um seminário para
a troca de experiências e apresentação
dos trabalhos finais. Em junho passado, a turma da
especialização visitou a cidade de Apucarana, no
Paraná, para conhecer a experiência de
educação integral, implantada em 2001 em todas as
escolas urbanas e rurais da rede com turmas dos anos iniciais do ensino
fundamental. Pela
Lei nº 090,
de 21 de dezembro de 2001, Apucarana instituiu a
educação integral no município.
Formação
– Na Universidade
Federal da Fronteira Sul, a especialização tem
uma série de objetivos, entre eles, complementar a
formação de gestores e professores da
educação básica, desencadear o
diálogo e a troca de experiências regionais,
nacionais e internacionais, consolidar iniciativas, estimular a
produção de uma base de dados a partir das
monografias.
Na avaliação do pró-reitor de pesquisa
e pós-graduação da UFFS, Joviles
Trevisol, o curso evidencia e fortalece o compromisso da universidade
com a melhoria da educação básica e
com a formação de professores. “Temos
plena certeza da importância dessa iniciativa, sobretudo
porque atende a uma necessidade concreta e está em
consonância com as metas do Plano Nacional de
Educação”, observa ele.
O professor Joviles Trevisol se refere à meta
número seis do Plano Nacional de
Educação (PNE 2011-2020). Nesta meta, 50% das
escolas da educação básica
pública devem oferecer educação em
tempo integral até 2020. O governo federal enviou o PNE ao
Congresso Nacional em dezembro de 2010.
Trajetória –
Em 2007, o Ministério da Educação
criou o programa Mais Educação para atender, com
transferência de recursos, escolas públicas
municipais e estaduais. O repasse, de R$ 37 mil, em média,
depende do número de estudantes atendidos na
educação integral de cada escola. O dinheiro vai
direto para a caixa escolar, em cota única.
A experiência do Mais Educação
começou em 2008 em 55 municípios das 27 unidades
da Federação, com 1.380 escolas e 386 mil alunos;
em 2009 foi ampliado – participaram 126
municípios, 5 mil escolas e 1,5 milhão de
estudantes; em 2010 foram 389 municípios, 5.006 escolas, 2,3
milhões de alunos. Em 2011, o programa trabalha com 15 mil
escolas e 3 milhões de alunos.
Ionice Lorenzoni
Fonte: MEC
(http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17006).