São Paulo – O ministro da Educação, Fernando Haddad, participou na manhã desta quarta-feira, 10, da reunião do Conselho Universitário da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Em pauta, a expansão da rede de universidades federais e as propostas de reestruturação das instituições federais de ensino superior. Segundo o ministro, há mais de 1,2 mil obras cadastradas pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), cada uma com andamento sendo acompanhado de perto.
“Não prometemos uma expansão: assinamos um contrato com cada universidade do Reuni. E vamos honrar 100% disso ou mesmo superar o que foi assinado. Se os desafios forem colocados, faremos mais do que foi acertado”, afirmou o ministro.
Em seu discurso à comunidade acadêmica, o ministro respondeu a críticas feitas ao Reuni. “Estamos enfrentando dificuldades sem colocar em riscos os projetos de expansão”, disse. “O diálogo tem sido respeitoso e de qualidade, com preocupações legítimas, principalmente no que diz respeito aos estudantes. Mas vemos algumas reações com relação a ações imprescindíveis nas universidades.”
Haddad explicou e fez um apelo: “Lutas de gerações anteriores, como expansão e fim do vestibular, são diluídas em questões menores, como mau funcionamento do site. Vocês não podem ser tão conservadores quanto nós. Vocês têm que ser mais progressistas e mais ambiciosos.”
Haddad garantiu que, apesar de algumas dificuldades, as obras continuarão sendo feitas. “Não vou recuar diante de obstáculos próprios de um projeto de modificação. Precisamos recuperar a capacidade de ousar neste país, sem medo das pessoas que se queixam de qualquer coisa. Milhões de jovens veem as mudanças com a esperança de que o país pode mudar. Temos 100 anos de atraso na educação brasileira para recuperar. Se a queixa é açodamento, pressa, afirmo: temos mesmo.”
O ministro deixou aos participantes do conselho um recado. “Não vamos recuar, mesmo com todas as dificuldades inerentes a esse processo. É muito mais fácil não fazer. Quantos não fizeram? Ninguém se lembra desses.” Haddad completou: “Eu tenho certeza absoluta que o país quer mudar sua história na educação. Vejo isso nas faces de reitores e gestores estaduais e municipais. A questão é que ainda há parcelas da população brasileira que precisam acordar. Estamos fazendo nossa obrigação com atraso, apenas resgatando uma dívida. Mas, no Brasil, isso já é alguma coisa.”
Após a reunião, o ministro visitou o Hospital São Paulo, instalação de ensino das áreas médicas da Unifesp. Centro de excelência em transplantes no Brasil, é o hospital que mais faz transplantes de rim no mundo. Dos 4259 transplantes desse órgão realizados em 2009, 911 foram no HSP.
Luciana Yonekawa
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