As projeções de crescimento da economia a partir de maiores investimentos na educação foram feitas por especialistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base em estudos do pesquisador norte-americano Eric Hanushek, membro da Academia Nacional para Educação e professor de economia e educação na Universidade de Stanford. “Nos últimos 20 anos, os economistas tentaram entender por que alguns países crescem mais que outros. E o primeiro fator a ser considerado é a formação da mão de obra, ou seja, o capital humano, que pode ser medido pelas habilidades e conhecimentos de cada um”, afirma Hanushek.
Segundo ele, a melhor preparação dos alunos permite que eles cheguem mais capazes e competitivos ao mercado de trabalho. “Se o governo der início hoje a uma política pública de melhoria da qualidade da educação, os impactos serão sentidos em pouco anos, quando os estudantes se transformarem em mão de obra ativa. Nosso cálculo é de que se o investimento tiver sido feito em 2005, o PIB do país estará 10% mais alto que o atual em 2025. Isso significa que os ganhos do Produto Interno Bruto compensariam todos os gastos com o ensino público”, acrescenta Hanushek.
A partir das análises econômicas, os especialistas concluíram que o avanço do ensino no Brasil terá impactos diretos sobre três áreas: cidadania, desenvolvimento econômico e diminuição da desigualdade social. “A maneira mais correta de melhorar os indicadores sociais é investir em educação”, afirma o professor Naercio de Menezes Filho, da Universidade de São Paulo (USP). E, segundo ele, o grande desafio atual é reduzir os índices de evasão escolar, especialmente no ensino médio. “Os problemas de acesso e estagnação da matrícula ainda não estão resolvidos. Além da ênfase na qualidade da educação, é preciso garantir que as crianças e jovens frequentem as escolas, senão todo esforço será em vão”, acrescenta Naercio.
Para o vice-presidente da Fundação Itaú Social, Antonio Matias, é preciso uma maior mobilização de professores, diretores, pais e alunos para pôr em prática as estratégias de melhoria da educação, apontadas em resultados de avaliação do ensino. “Por entender que a educação é o caminho para o desenvolvimento, nosso objetivo é contribuir para o Brasil vencer o grande desafio de consolidação da economia e da sociedade do conhecimento. Acreditamos em alianças estratégicas entre o poder público, a sociedade civil e parceiros privados para a elaboração de ações conjuntas de aprimoramento de políticas públicas”, diz Matias.
Glória Tupinambás - Estado de Minas (A repórter viajou a convite da Fundação Itaú Social)
Fonte: http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_2/2009/06/25/em_noticia_interna,id_sessao=2&id_noticia=116054/em_noticia_interna.shtml
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