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Ufba vai defender uso do Enem como exame - 31/03/2009 08:26:12

A forma de ingresso nas universidades federais brasileiras pode sofrer alteração. Um documento do Ministério da Educação (MEC) entregue nesta segunda, dia 30, à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) propõe o uso do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como substituto dos vestibulares das universidades. De acordo com o reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), uma das novidades incluídas no documento é a realização de três Enem por ano. Naomar Almeida diz que defenderá a adoção do Enem para ingresso nos bacharelados interdisciplinares e como seleção na primeira fase para os cursos convencionais (progressão linear).

No MEC, ainda não há um representante incumbido de falar sobre as mudanças. Segundo material divulgado no site da instituição, há dois objetivos principais. O primeiro seria o impacto na qualidade da educação no ensino médio. A prova do Enem exige dos estudantes atributos como capacidade analítica e raciocínio, a despeito dos vestibulares tradicionais, que privilegiam a capacidade de memorização.

A segunda vantagem está na mobilidade estudantil. Isso porque os vestibulandos não precisariam mais arcar com várias taxas de inscrição e gastos com passagens, hospedagem e alimentação no caso daqueles que viajam para realizar provas em instituições de estados distintos, cujas datas de provas, por vezes, também coincidem.

Caso seja adotado o Enem como processo seletivo unificado das universidades federais, o MEC intenciona abolir o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) para ingressantes e o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).

O presidente da Andifes, Amaro Lins, reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), afirma que os reitores estão favoráveis, porém aguardam maior detalhamento do documento oficial.

“Não há uma proposta elaborada fechada. Há muitos detalhes que precisam ser discutidos”, ressalta. Um deles, destaca, é a própria formatação das perguntas do Enem. Outra seria a forma de utilização dos resultados como critério de ingresso. “O estudante vai se inscrever antes no curso e na instituição ou escolhe depois? São questões que precisam ser definidas. As próximas duas semanas serão muito importantes para amadurecermos os debates”, destaca Lins.

Ele, no entanto, observa um detalhe importante. “Em função da autonomia das universidades, elas não estão obrigadas a aderir. Será uma adesão voluntária”, assevera. Quanto à viabilidade de implementação ainda este ano para seleção dos alunos que ingressarão nas universidades em 2010, ele considera viável do ponto de vista temporal.

BAHIA – O reitor da Ufba, Naomar Almeida, é um entusiasta da ideia que ele acredita ter sido inspirada na proposta da Universidade Nova, da Ufba. “Isso coroa um processo de atualização e renovação”, afirma. Ele elogia o Enem, mas diz que o modelo de prova precisa ser aperfeiçoado para atender às necessidades de seleção para o ensino superior.

“A grande vantagem é o aspecto conceitual, porque o Enem é um teste que não visa à memorização e ao adestramento. Acatada esta proposta, o ensino médio passa a ser uma formação intermediária”, avalia Almeida. (A tarde)

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