Uma das novidades da terceira e última fase da Olimpíada do Conhecimento é a inclusão de uma nova ocupação profissional no rol de modalidades de disputa. Mesmo já tendo sido representada pelo Brasil no último WordSkills, no Japão, a ocupação jardinagem e paisagismo nunca tinha sido disputada em uma etapa nacional da Olimpíada do Conhecimento do Senai.
A participação no torneio internacional foi possível por meio de um convite feito a estudantes do Distrito Federal após o instrutor brasiliense Francisco Brito, o Chicão, receber aulas especialmente por um profissional canadense. Desta forma, os brasilienses Yarlei Fernandes e Luís Alberto Monti – à época, alunos do curso de Edificações do Senai-DF – treinaram duro até conseguir o índice necessário e embarcaram para a província japonesa de Shizuoka.
Os competidores brasileiros não conquistaram medalha, mas, após a experiência, gravaram seus nomes no rol dos profissionais mais procurados para desenvolver, na prática, nos canteiros de obra de todo o país, a arte que aprenderam. Yarlei, por exemplo, hoje está atuando em uma grande empresa nacional com sede em Brasília. Já Luís, embora tenha recebido inúmeras propostas de trabalho, optou por permanecer no Senai, com o objetivo de aprimorar seus conhecimentos e, ainda, poder dividir a experiência que vivenciou.
"Pelo fato de ter competido num torneio mundial, achei importante passar para frente meu conhecimento, até para não deixar que a ocupação, que é nova no Brasil, não vá adiante por falta de incentivo", explica Luís Alberto, que hoje é instrutor da dupla de competidores do Senai-DF na mesma ocupação.
Para os competidores desta etapa, Jonathan de Souza e Silva e Jefferson de Carvalho Santos, ambos de 19 anos, a tensão, que já é grande naturalmente, torna-se maior pela responsabilidade de garantir um bom resultado. "Somos um pouco pressionados pela situação em si, mas a equipe está nos dando muito apoio nesse sentido", tranqüiliza Jonathan. Para ele, apesar da compreensão da equipe que os acompanha, o fato de haver apenas três delegações concorrendo – além do DF, os estados Paraná e São Paulo – garante-lhes vaga no pódio - não é sinal de comodismo. "Medalha de bronze pra gente, neste caso, é sinônimo de derrota", afirma.
Os paranaenses Dyogenes Aranha e Silvio Monteiro Santos não se deixam intimidar pelo favoritismo brasiliense. Os estudantes de Curitiba foram selecionados especialmente para a Olimpíada e, assim como os concorrentes do DF, receberam treinamento do próprio Luis Alberto. "Uma oportunidade como esta, quando aparece, não pode ser jogada fora", avalia Dyogenes, de 17 anos. Seu companheiro Silvio, de apenas 15 anos, é o mais novo entre todos os competidores desta fase e não se deixa intimidar nem mesmo pela pouca idade. "Sinto-me muito bem preparado e vou dar tudo de mim para, junto com meu companheiro, subir ao ponto mais alto do pódio", diz.
Já de São Paulo, a concorrência é feminina. As irmãs Gilvani e Giselle Tavares Costa, de 19 e 20 anos, respectivamente, acreditam que já têm um grande diferencial. "Para um trabalho quase artístico como esse, a intuição feminina é uma boa ferramenta", garante Giselle. "O que não significa que, por sermos mulheres, não sejamos capazes de demonstrar a força física necessária para executar a tarefa", acrescenta Gilvani, lembrando que fazia parte dos treinos os exercícios em uma academia durante três dias na semana.
O instrutor Chicão, que nesta Olimpíada atua na imparcial função de avaliador-líder da ocupação jardinagem e paisagismo, acredita, sim, que a vivência olímpica de Luís Alberto Monti possa representar um ponto a mais para os competidores brasilienses. Entretanto, confia na capacidade das duplas paranaense e paulista. "Da minha parte, eu procurei nivelar os três Estados, transmitindo o mesmo conhecimento para todos os instrutores e alunos, em igual proporção", avalia. (Nota 10)
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