Dona Zefa, Neca e Sansão
Inspirado em Conto do Valdez - Ateneu: Sansão

"Brincar, Sorrir e Sonhar, são coisas sérias!"
Editor: Luís Campos - Blind Joker
Salvador - Bahia – Brasil

       A fama de Dona Zefa
       cozinheira de mão cheia
       corria as redondezas
       a casa vivia cheia
       freguesia aumentando
       mas ela não queria meia.

       Cuidava dos afazeres
       da casa e da cozinha
       não queria empregada
       fazia tudo sozinha
       com a ajuda das filhas
       a Maroca e a Chiquinha.

      Tinha bastante clientes
       até gringos vinham comer
       um turco bem bigodudo
       um grego, ingênuo sem saber
       um italiano e não vou
       a espanhola esquecer.

       Gente de todo o Brasil
       freqüentava sua mesa
       baianos, paraibanos
       uma gaúcha beleza
       a comida era boa
       e também a sobremesa.

       Dona Zefa muito gorda
       casou com um magricela
       chamado Neca Catira
       que nem dormia com ela
       um sujeito folgado
       vivendo às custas dela.

       Passava o dia em rinhas
       perdendo muito dinheiro
       conhecia em Guarabira
       toda rinha e terreiro
       sempre levando o Sansão
       que era galo matreiro.

       Dona Zefa, irritada
       planejou uma vingança
       seria coisa bem feita
       para ficar na lembrança
       que esse dia chegaria
       não perdia a esperança.

       Na semana natalina
       preparou aquele festão
       que fazia todos os anos
       com tradicional leilão
       e para prenda inicial
       cozinhou o pobre Sansão.

       Quando Zefa faz o pregão
       ao ouvir, Neca esquenta
       diz um palavrão bem alto
       bota fogo pela venta
       sai riscando a poeira
       gritando: Mulher malvada!

       Esse meu brejeiro cordel
       fiz sobre conto do Valdez
       Comandante do Ateneu
       esperando ficar freguês
       que nos mande novos contos
       ainda em dois mil e seis.