Planeta Educação

Aprender com as Diferenças

 

Imagem Social das Pessoas com Deficiência Visual
Relatando como tudo começou

Começamos com a Marta Gil!

Caros Amigos Sandra, António e MAQ, Boa Noite !

Tenho o enorme prazer de lhes apresentar Elisete Baruel, a quem o MAQ conhece muito bem. Elisete é pedagoga e ocupa o cargo de Relações Institucionais do Portal Planeta Educação e Futurekids do Brasil. Somos amigas e parceiras.

Uma de nossas frentes de trabalho é a coluna Aprender com as Diferenças, do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br), que foi reconstruído segundo os critérios de acessibilidade digital.

O Portal recebe mais de 6.000 acessos/dia e é uma referência.

Inventamos uma modalidade nessa coluna, que chamamos "Diálogos": juntamos textos escritos por pessoas diferentes sobre um mesmo tema. As vezes os textos concordam entre si, as vezes não. A "conversa" fica viva e estimulante. Em junho, vocês três trocaram idéias muito interessantes sobre a imagem social e as representações sobre as pessoas com deficiência visual.

Guardei as suas mensagens (coladas a seguir) e enviei-as a Elisete, para saber sua opinião. Ela também gostou e achou que os internautas gostariam muito de ler suas opiniões. Gostaríamos de consultá-los, para saber o que acham e se concordam. Há uma diferença entre trocar idéias em uma lista fechada e divulgá-las em uma coluna. Se concordarem, gostaríamos que nos enviassem uma pequena apresentação sobre vocês.

Convido-os a visitar a coluna, para que conheçam o trabalho. Já publicamos textos do MAQ.

Um abraço,

Marta Gil.

Continuamos com Elisete Baruel!

Olá, MAQ, António e Sandra!

Muito Prazer António e Sandra e minha admiração continua Querido MAQ!!

Estava lendo com muita atenção as mensagens dos e-mails sobre o pedido de autorização para publicar o diálogo estabelecido entre vocês.

Tive a impressão de ser um "peixe fora d`água", no meio de depoimentos/histórias de vida tão belos e verdadeiros.

A apresentações de vocês, António e Sandra, já se apresentam como um novo artigo. Há muita força nas palavras, coragem e luta.

Agradeço a Deus a oportunidade de conhecer pessoas como vocês, por meio da Marta Gil, que se destacam pela autenticidade e amor a vida.

Todos nós deveríamos assumir compromissos pelo bem estar do outro, independente de como cada um é, simplesmente pelo respeito.

Agradeço a autorização de vocês e em breve publicaremos o artigo.

Ah! Sandra e António, estive em Portugal no mês passado, realizando uma semana de estágio na Escola da Ponte, em Vila das Aves.

Visitei a cidade do Porto e fui a Cnontifor em Coimbra.

A experiência foi excelente!

Abraços,
Elisete Baruel
Relações Institucionais
Portal Planeta Educação.

Agora vamos ao Diálogo dos Amigos António, Sandra e MAQ!

I- E-mail do António Silva

Boas, provavelmente, antes de pensarmos em sensibilizar a sociedade para as questões de acessibilidade teremos de alterar a nossa própria imagem perante essa sociedade.

E por aí as coisas ainda estão muito mal.

O cego ainda é o pedinte, o coitadinho que está numa esquina a tocar acordeão ou, caso não tenha dotes para a música, de mão estendida, lamentando a sua sorte.

Infelizmente, tenho constatado que esta imagem não está em vias de desaparecer, muito pelo contrário, o número de cegos realmente pedintes aumenta dia para dia.

Quando se consegue vencer este estigma passa-se a ser apresentado como um macaquinho de circo, com espaço garantido nos horários nobres da TV.

Nos últimos tempos têm aparecido cegos que são locutores de rádio, que fazem mergulho, que jogam a bola, que são capazes de dar banho aos seus filhos, que usam um PC, que editam livros, enfim, um rol de habilidades que espantam o mundo.

É esta a imagem que temos e transmitimos à sociedade, não fazendo muito esforço por a alterar. Muito pelo contrário, fazemos figuras tristes em concentrações, ajuntamentos e outras aglomerações, passando uma imagem de depravados, bêbados, mal educados, irresponsáveis, inúteis e incapazes.

Pronto, já podem começar a atirar pedras!

António Silva.

II- E-mail da Sandra

Olá, António e todos!
Acontece que mudar representações sociais de alguma coisa é tarefa difícil e muito demorada. Apesar de cada um de nós, pessoas com deficiência, dever fazer o possível por essa mudança, nem todos o fazem e nem é fácil fazê-lo.

Se os cegos que pedem são cada vez mais, talvez isso seja apenas um sintoma da precaridade social que vai por este país. Sei, no entanto, que alguns acomodam-se à situação de mendigos e rejeitam qualquer ajuda.

Pensemos ainda noutra dificuldade: quantas vezes, vamos nós nas nossas cogitações, e nos sai alguém ao caminho para nos fazer aquele já sabido interrogatório que inclui coisas como se nascemos assim, se já fomos ao médico tal, e por aí adiante. 

Podemos predispor-nos a aproveitar a oportunidade para explicar, informar, desmistificar. Mas se estamos num dia menos bom e se naquele dia outras peripécias similares nos aconteceram, que espécie de boa imagem estamos dispostos a passar?

Às vezes, a nossa disposição de informar também não é bem recebida.

Uma vez, uma senhora que insistia em chamar-me ceguinha ficou muito ressentida porque lhe disse calmamente que gostava de ser chamada pelo meu nome, pois, defendia-se ela, ainda por cima me ajudava todos os dias a atravessar a estrada e não era por mal que me chamava assim...

Também não é fácil explicarmos a alguém que não temos todos uma característica, que aparentemente é boa e, portanto, um elogio. Há tempos, numa loja disseram-me algo como "vocês são todos uns queridos, muito simpáticos, meiguinhos...". Eu tentei explicar à moça que não era bem assim, que nós somos pessoas com bons e maus dias, etc, mas acho que ela ficou a pensar que eu não estava boa da cabeça...

Os meios de comunicação social poderiam servir bem para dar uma idéia realista da nossa condição, mas essa oportunidade não é muitas vezes aproveitada, ou porque os locutores têm as suas próprias crenças sobre os cegos, ou porque os próprios cegos não estejam interessados em que os vejam como seres reais, mas sim especiais. 

Infelizmente, há cegos que adoram a bajulação dos seus colegas e amigos como seres superiormente dotados, isso dá-lhes muito jeito. Outros aproveitam-se da ignorância das pessoas para ganhar muito dinheiro, como um que conheço e que convence os seus clientes que tem poderes curativos para todos os males, pratica quiromancia e sei lá que mais. 

Agora pensem em quantas pessoas também se afirmam com poderes curativos e não são cegas. Os outros não se preocuparão com a imagem que vão ter por existirem pessoas assim. Nós, cegos, incomodamo-nos porque a generalização é algo que nos acontece a cada passo e, quem não contribui para uma nossa imagem positiva, está a prejudicar muitos outros que a tal pessoa serão comparados.

Não conseguiremos mudar isto porque antes de sermos cegos somos pessoas e porque as mentalidades demoram séculos a serem mudadas.

Pensemos: estando no século XXI depois de Cristo, só há 20 anos, ou nem isso, é que se começa a falar de inclusão!

Sandra.

III- E-mail do MAQ

Oi, António, Boa Noite!

Você tem plena razão. Não sei na poesia de quem escutei o seguinte verso: "O homem que vive entre feras, sente a incrível necessidade de também ser fera". (Tem jeito de ser Augusto dos Anjos). Se você é educado para ser nada, se todos acham que você é nada, você tem toda a tendência a nada ser.

Por isso em meu livro, em meu site, no meu trabalho sempre penso que pessoas possam tirar algo para si, especialmente pessoas com deficiência. Não tenho a pretenção de ser algo a maispara ninguém, só espero ajudar pessoas a não se sentirem algo a menos.

Os primeiros a serem sensibilizados para a nossa inclusão social, economica e política tem de ser nós mesmos.

Lembro-me que quando arrumei meu primeiro emprego depois de cego, este me valeu para autoafirmação, auto-confiança e auto-estima. Comecei a me relacionar com pessoas cegas emancipadas, que trabalhavam, que moravam sozinhas, que tinham bastante autonomia.

Mas claro que conheci, nessa trajetória, cegos que se sentiam os coitadinhos, com uma tremenda baixa-estima, que não acreditavam em si mesmos. Vocês mesmos, através da Ler para Ver, como eu com a Bengala Legal, já devem ter deparado com mensagens de pessoas cegas e familiares pedindo ajuda. 

Quando você vê a realidade dessas pessoas de perto, percebe que não depende de condições sociais e econômicas para que uma pessoa cega esteja rastejando no chão como pessoa e cidadã.

É triste, mas foram educadas assim. Já estive conversando na rua com um mendigo cego e essse, a determinada hora, pediu-me para sair de perto dele, pois percebeu que eu poderia estar mais bem vestido que ele, que tinha mais cultura que ele e que a cegueira não era o problema que o fazia mendigar. 

Afastei-me. No entanto, apesar de não ser a cegueira em si mesma, mas o conceito que ela traz consigo e tudo que é divulgado a nosso respeito, que faz a maioria das pessoas ter pena de nós e nunca nos considerar como iguais.

Em nosso cotidiano estamos, na maior parte das horas, cercados de pessoas que nos conhecem e, assim, um pouco mais distantes da ignorância social.

No entanto, quando nos deparamos com as pessoas que não têm convivência com cegos ou outra deficiência, o consenso ainda é que somos coitadinhos.

No entanto, António, os ventos estão soprando a favor. Nunca se falou tanto em pessoas com deficiência, acessibilidade, inclusão escolar, social e econômica, em empregabilidade, e em tudo que nos atinge de perto.

Muita gente fala ainda com o ranço do passado, mas fala. Quando falam temos a oportunidade de corrigi-las e educá-las.

O que falta para nós mesmos e essa sociedade que cada vez mais, a seu modo, nos ouve e aceita, é aceitarmos nossa diferença como tal, e como diferentes exigirmos igualdade de condições para termos nossa dignidade reposta, nossa produtividade bem remunerada e tudo mais.

No entanto, essa luta, que hoje, com 30 anos de cegueira reconheço já estar mostrando resultados, não é para nós, mas para as próximas gerações.

No Brasil, a lei de cotas, que obriga assistencialmente as empresas com mais de 100 funcionários a ter 5% dos cargos preenchidos por pessoas com deficiência desde 1991, tem feito novas gerações de pessoas com deficiência mais conscientes e mais atentas para suas próprias capacidades. 

Não se muda a cultura, a mentalidade de um país e muito menos do mundo, em pouco tempo. Outro dia um colega cego me perguntou porque eu colocava a questão que cegos escreverem e-mails era uma inclusão digital, pois ele nem mais considerava isso, por estar já tão bem resolvido e a tanto tempo.

Acontece que o mundo não somos nós e nem nossa consciência, o mundo ainda é feito de uma maioria de pessoas que ainda se espanta de um cego poder escrever e ler e-mails com autonomia. Então peço para comemorarmos, porque, para essa maioria é uma grande novidade. Já estamos anestesiados dessa novidade, de tanto tempo que a praticamos.

Para cegos é a novidade mais antiga do mundo da informática. Entretanto, a desinformação ainda é mais antiga que a própria informática.

Vamos à luta, não tem como ficarmos parados.

Abraços inclusivos do MAQ.

Apresentando nossos Amigos!

MAQ – Marco Antonio de Queiroz
Profissional do SERPRO - Serviço Federal de Processamento de Dados, como Programador de Computadores. Participante do Grupo de Trabalho da ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas para Acessibilidade aos Meios de Comunicação, mais especificamente ao Meio Virtual.
Formador Unisys/DataMec nos cursos: “HTML”, “Acessibilidade no Desenvolvimento de Páginas da Web” e “Lógica e Prática de Acessibilidade”.
Ministrante em Encontros, Workshop, Simpósios, Cursos sobre Acessibilidade no Desenvolvimento de Páginas da Web e Informática na Educação Especial.
Escritor do livro: “Sopro no Corpo: Vive-se de Sonhos", Rima Editora, 2005.
Contato: Bengala Legal - Cegos e Família: www.bengalalegal.com

António Manuel Silva
Claro que concordo com a publicação do texto, embora entenda que ele contribui pouco para a clarificação da questão.
Eu tenho assim uma forma meio desajustada de dizer as coisas, não escrevo bonito como a Sandra ou o MAQ, isto porque não consigo esconder a raiva e a angústia motivadas pela forma como são tratadas as pessoas com deficiência.
Ao fim de dez anos de batalha estou tentado a depor as armas, deixar esse trabalho aos que agora chegam, talvez eles, com a sua energia e vontade de mudar o mundo, consigam qualquer coisa.
Desculpe, por favor, o desabafo. Faço, como solicita, abaixo uma pequena apresentação.
Chamo-me António Manuel Silva, tenho 44 anos e moro em Portugal.
Fiquei cego há cerca de 17 anos em virtude de glaucoma. Tive de passar pelo tradicional processo de reabilitação, tal como acontece a todos os outros nas mesmas condições e, desde logo, percebi que o sistema não funcionava, a reabilitação era desajustada, longe de casa, sem nenhum apoio psicológico e, acima de tudo, nada vocacionada para uma vida moderna e independente.
Tive a sorte, por ter na altura feito alguma pressão, de ter tido aulas particulares de reabilitação, principalmente mobilidade, Braille e dactilografia. Tive a sorte de encontrar, nesse percurso, pessoas fantásticas, que me ajudaram muito e me ensinaram o fundamental de uma forma muito mais personalizada e rápida.
Acordei para informática nessa altura e, desde logo, percebi que poderia ser uma excelente alternativa para os cegos, era um extraordinário meio de comunicação, entretenimento, factor de socialização e uma boa saída profissional. Como ninguém ensinava informática, ainda hoje os cursos são escassos e de fraca qualidade, deitei mão a uma das minhas principais características, a curiosidade e vontade de aprender.
Numa sociedade em que os cursos e os diplomas são o mais importante, orgulho-me de que o que aprendi ter sido por moto próprio, lendo muito, tendo sempre curiosidade por tudo o que era, e é, novo.
Há cerca de dez anos esse meu trabalho foi reconhecido e entrei para a Faculdade de Letras da Universidade do Porto, para um serviço que estava a ser iniciado na altura e que pretendia dar apoio aos alunos com deficiência da visão. Foi um trabalho pioneiro no apoio informático, que, ao que parece, consegui realizar bem. Actualmente este serviço presta também apoio a outras deficiências, mas, o apoio informático aos dedicientes visuais continua a ser um trabalho que faço com muita paixão e vontade.
Embora não pretenda nem queira nenhum tipo de reconhecimento, fico feliz por ver, quantas vezes até nas listas de discussão, pessoas que se iniciaram na informática comigo e que, hoje em dia, encontram no computador tudo aquilo que eu escrevi mais acima quando fiquei cego. Para além do apoio informático, também faço avaliação de acessibilidade em sites Web ou em páginas ligadas à UP, testo novos equipamentos e faço a manutenção do material informático pertencente ao serviço. Também estou envolvido num projecto de criação de uma biblioteca aberta, para estudantes com necessidades especiais a frequentar o ensino superior.
Foi no início da minha chegada à FLUP que conheci o Daniel Serra, sendo este utilizador do serviço. Logo percebemos que tínhamos gostos comuns e uma série de boas ideias para colocar em prática. Criamos alguns pequenos aplicativos para utilização por dficientes visuais, corrigimos e criamos scripts para os leitores de ecrã da altura, etc.
No entanto a realização mais importante foi a criação do site Lerparaver, de que já nem adianta falar e o grupo de discussão ligado à informática "querersaber".
Fora do meu trabalho normal, ligado à deficiência, reparto o meu tempo entre a paixão da rádio, sou coleccionador de equipamentos antigos, tendo, há mais de 5 anos, um site dedicado à rádio, que, com o decorrer do tempo, se tornou no maior site em Língua Portuguesa sobre esta matéria e que, curiosamente, tem permitido bons contactos, relacionamentos e amizades com muitos brasileiros entusiastas da rádio.
O site em questão é www.aminharadio.com.
Pronto, acho que por mais que me esforce, não consigoo arrancar mais nada ao meu perfil, ficam o Lerparaver, o Querersaber, Aminharadio e muitos cegos que poderão confirmar, ou desmentir, o que acima disse.
Cordialmente,
António Silva.

Sandra Estêvão Rodrigues
Marta, Elisete, António e MAQ !
Fico contente de começar a haver cada vez mais interesse em falarmos deste assunto.Se for necessário compor o texto de outra forma, é só dizerem. Segue agora a minha apresentação. Acho que ficou outro texto, risos, mas caso seja necessário posso reduzi-la.
Nasci no ano em que se fez a revolução dos cravos em Portugal (1974) e, talvez por isso, tenha dificuldade em ficar passiva face à forma como vou descobrindo que os outros lidam com a deficiência. A minha revolução pessoal é, portanto, lutar pela desmitificação da deficiência visual, a que me coube em sorte. Para este objectivo talvez contribuam a minha Licenciatura em Psicologia, a minha dissertação de Mestrado sobre a experiência da perda da visão, a reabilitaç ão e as percepções sobre a qualidade de vida, metas que impus para a minha luta e realização pessoal. Mas, o que certamente contribui é a imensa vontade que sinto em me afirmar como pessoa inteira, numa sociedade que teima em nos lamentar pela nossa condição física, sensorial ou mental. Gostaria de explicar ao mundo esta verdade que me parece tão simples e tão difícil de ser entendida: as pessoas não se avaliam pelo que são fisicamente, mas pelo que valem enquanto pessoas. Gostaria que os outros não achassem que o meu marido é um super-herói por me ter escolhido para sua companheira de vida, como se eu não merecesse o mesmo amor do que os outros, que não se surpreendessem porque consegui o grau académico que tenho, que não avaliassem como extraordinário o facto de trabalhar no Gabinete de Apoio ao Estudante com Deficiência da Universidade do Minho, que não julgassem que a minha vida se reduz a uma deficiência. Tenho um filho que certamente se irá confrontar um dia com algum colega a dizer-lhe "a tua mãe é ceguinha" e sofro por isso, porque gostava que o critério fosse apenas o do amor que lhe tenho para ser avaliada pelos outros. Faço o que posso pela minha luta, com direito a momentos de desespero e de esperança, com o trabalho que consigo desenvolver, com o testemunho que procuro dar. Oxalá a luta seja premiada, não com glórias, mas com o respeito e a aceitação de todos.
Sandra Estêvão Rodrigues.

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