Planeta Educação

Aprender com as Diferenças

Luís Campos - Blind Joker Salvador - Bahia – Brasil

Blind Kid, o Herói do Agreste, a primeira rádionovela totalmente (e apenas) digitalizada!
Capítulo XVII

"Brincar, Sorrir e Sonhar, são coisas sérias!"
Editor: Luís Campos - Blind Joker
Edição Especial de Bang-Bang
Salvador - Bahia – Brasil

A Revista Cego a vista, em parceria com a Rádio LC51 FDP, a Rádio Criativa de Portugal e o Jornal Bizu de Salvador, orgulhosamente apresentam:

“Blind Kid, o Herói do Agreste, a primeira rádionovela totalmente (e apenas) digitalizada!”


Está entrando no ar, na terra, no mar...Na sua maninha!
A minha, a sua, a nossa...A da mãe!
Rádio LC51 FDP (Freqüência Desmiolada Paranormal)
O som do seu radinho de pilha! Rádio LC51 FDP 24.69 HPs de Impotência!
Rádio LC51 FDP
A voz da Bahia que o Brasil...desconhece!
Vinte e quatro horas... Fora do ar!
A Rádio LC51 FDP tem a honra de apresentar para o mundo, sua quarta e mais brilhante rádionovela:

Blind Kid, o Herói do Agreste...

Mais valente que Pepe Legal... Mais charmoso que Lucky Luke... Mais temido que Kactus Kid... Mais rápido que o Xerife Ricochete... Mais inteligente que Rin TinTin... E mais cego que uma toupeira!

Blind Kid, o Herói do Agreste.

Capítulo XVII

Narrador - Voltemos aos trilhos que cortam pradarias e montanhas dessa novelinha...

* UÊ! UÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ! UÊ! UÊ! UÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ! UÊ!

Tommy Kako - É o trem, Chefe!

El Calderon - Estoy ouindo... non soy surdo!

Tommy Kako - Eu sei, Chefe, apenas quis alertá-lo!

El Calderon - Estoy siempre alerta, Kako!

Kako - Eu sei, eu sei!

El Calderon - Llega de conversa, vamos quedarnos atrás daquelas rocas até que el tren venga!

Tony Munz - Assim que ele passar por nós, o atacaremos, né Chefe?

El Calderon - Sin... Cavalgaremos até la locomotora y a hacemos parar!

Tommy Kako - Então chegaremos até a locomotiva e renderemos o maquinista?

El Calderon - Sin! Alguna dúda?

Tony Munz - Não, Chefe... Nenhuma dúvida! Entendemos tudo!

Tommy Kako - E assim que o trem parar, roubaremos os caixotes com as armas do Exército!

El Calderon - Buen... Vamos a nuestras posiciones!

Narrador - Enquanto isso, nas proximidades de Vox City...

* UÊ! UÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ! UÊ! UÊ! UÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ! UÊ!

Coronel Glauck Ferys - Sargento... O trem está perto!

Sargento Paul Donn - Sim, Coronel... E deve chegar na estação ainda nesse capítulo!

Coronel - Assim espero, Sargento... Essa falta de ação me cansa!

Sargento - E quando poderíamos ter alguma ação perseguindo aqueles índios renegados, esse autorzinho cortou nosso barato!

Coronel - Nem me fale, Sargento! Bem... Reúna os homens e vamos até a estação férrea aguardar a chegada do trem!

Sargento (Gritando) - Patrulha, levantar âncora...

Coronel - Que âncora, Sargento?

Sargento - Desculpe-me, Coronel... É que em outra novelinha desse autor eu era um pirata!

Coronel - Ah! Mas não esqueça que aqui você é um soldado, Sargento!

Sargento - Não esquecerei, Senhor... Patrulha, levantar acampamento!

Narrador - Meia hora depois, a patrulha adentrava Vox City...

Coronel Glauck Ferys - Que confusão será aquela na porta do banco, Sargento?

Sargento Paul Donn - Eu não sei, meu Coronel... Eu não escrevo essa novelinha abestada!

Coronel - Será o povo que recebe a bolsa gás ou a bolsa escola?

Sargento - Pode ser os sem terra ou os sem teto invadindo o banco, Senhor!

Coronel - Caramba! Esses caras invadem tudo... Até essa novelinha!

Sargento - Não seria melhor irmos até lá, ao invés de ficarmos especulando, Coronel?

Coronel - Melhor que não, Sargento... Eles não querem ajuda federal!

Sargento - É, Senhor! Poderiam pensar que é uma intervenção!

Coronel - Tem razão, Sargento! Vamos direto para a estação!

Narrador - Deixemos a Cavalaria chegar na estação para sabermos o que ocorrerá. Nesse ínterim, vamos passear um pouco de trem...

* UÊ! UÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ! UÊ! UÊ! UÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ! UÊ!

Kell Erso - Que barulheira será essa no vagão restaurante, Tacy?

Tacy Obrun - Acho melhor você ir até lá!

Kell - Será alguém passando mal com a comida?

Tacy - Com a economia que esse Autor faz, não duvido que tenha comprado comida estragada!

Kell - Não são gritos de dor, Tacy... Parece mais uma cantoria terrível e desafinada!

Tacy - Que tal você dar uma olhadinha nisso?

Kell - Farei isso agora mesmo... Deixe eu colocar um pouco mais de lenha na fornalha!

Tacy - É bom! Não vejo a hora de chegar em Vox City!

Kell - Vou lá! Até mais tarde!

Narrador - O foguista que, por acaso (Rê rê rê!), também é o Chefe do Trem, passando por cima do tander, chega ao primeiro vagão...

Kell Erso - Que diabos estará acontecendo? Que barulho esquisito. E vem mesmo do vagão restaurante... Vou até lá!

Narrador - O Chefe do trem atravessa o primeiro vagão, no qual alguns figurantes fingem que dormem, conversam abobrinhas ininteligíveis, jogam cartas, fumam, tiram meleca do nariz (Ai, que porcaria!) e chega ao vagão restaurante, deparando-se com uma cena estranha...

Kell Erso - Cara, caramba, cara, caraô! Por todos os Orixás!

Narrador - Para que vocês não fiquem a ver navios, afinal, isso aqui não é novela do Capitão Blind, descreverei a cena que deixou o Chefe do trem tão embasbacado... Bem no meio do vagão, uma garota magrela, com a voz esganiçada, gritava a pleno pulmões, enquanto uns carinhas, assim como ela, vestidos com roupas estranhas e sujas, seguravam umas coisas mais estranhas ainda, que, de longe, lembravam um banjo, porém maiores, finas como tábuas e com contornos disformes, das quais saía um som metálico horrível e ensurdecedor... Ouçamos o que a magricela berrava...

Magrela (Cantando lentamente)

Em cima de uma pedra
Lá na beira da lagoa
A perereca coaxa
Dizendo estar à-toa...

Em seu ninho, numa sesta
A rolinha descansava
Com o coaxar tristonho
Logo ela despertava...

Magriça (Agora aos berros)

A rola deixou seu ninho
Em vôo rasante, sapeca
Estando ela faminta
Traçou logo a perereca...

Os quatro sujismundos e a magrela (Cantando lentamente)

A natureza tão pródiga
Ensina-nos a lição:
Que rola e perereca
Não vivem em união...

Magricela (Novamente cantando aos berros)

E na escola da vida
A gente aprende também...
Se a rolinha for mole
Não há de comer ninguém!

Platéia - Fiuiiii! Plac plac plac! Uuuu! Fiuiiii! Plac plac plac! Uuu!

A cantora sujinha - Obrigada, gente... Esperamos todos vocês em Vox City, no festival "Voxiano de Rock"...

Platéia - Fiuiiii! Plac plac plac! Uuuu! Fiuiiii! Plac plac plac! Uuu!

Kell Erson (Gritando) - Que zorra é essa em meu trem? Vocês pensam que estão no Congresso de Brass Hill City? Queiram descer do palco... Senão vão descer do trem!

A mocinha magricela (Com as mãos na cintura) - Olha aqui, meu bródi! Por acaso o Senhor sabe com quem está falando?

Kell Erson - Ainda não tive o desprazer!

Magriça (Irritada) - Que atrevimento!

Kell Erson - Diga logo seu nome e parem essa bagunça em meu trem!

Magrela - Eu sou a Pat Vision e esses quatro rapazes são os "Bitoukids"...

Kell Erso - E eu com isso? Nunca ouvi falar de vocês!

Pat Vision - Mas depois dessa nossa participação nessa novelinha, ficaremos famosos! Esses são os nossos quinze minutos de fama!

Kell Erson - Não aposte muito nisso... Ninguém ouve ou lê essa porcaria!

Pat Vision - Somos cantores de rock e viemos de Loverpau City!

Kell Erson - Nunca ouvi falar de vocês... Nem mais gordos ou limpos! E nem nesse tal de rock ou dessa tal de Loverpau City!

Pat Vision - Nunca ouviu falar de nós porque é um atorzinho medíocre e inculto!

Kell Erson - Se continuarem a gritaria vou fazê-los descer do trem e os deixarei nesse deserto árido e seco!

Pat Vision (Olhando pela janela) - Deserto? Isso é só um cenário e, pra meu gosto, muito fuleiro!

Cenógrafo - Olha aqui, Mocinha! Que culpa tenho, se o autorzinho dessa novela mixuruca é um pão-duro?

Pat Vision - Não quis agredi-lo, Senhor cenógrafo... É que esse cara me tirou do sério... Além do mais, também conheço a fama do autor dessa novelinha!

Cenógrafo - AH! Tudo bem! Voltarei aos meus cenários!

Kell Erson - Se conhece a fama de muquirana do autor, por que está trabalhando nessa novela?

Pat Vision - Porque esse mão-de-vaca me convidou, claro... E nós precisávamos aparecer um pouco! Merchandaise, amigo!

Kell Erson - Quer aparecer? Pinte a bun...

* SOC!

Narrador - A menina deu um soco no nariz do Chefe do trem e este foi estatelar-se no colo de uma velhinha...

* SPLACH!

Velhinha (Agarrando o Chefe) - Amorzinho... Fique aqui com a vovó!

* SMAC!

Kell Erson (Levantando-se rápido) - Sai pra lá, Vovó! Vai beijar seus netinhos!

Vovó (Correndo atrás dele) - Venha cá, gostosão... Venha pra vovó!

Narrador - O Chefe do trem esqueceu dos sujos e saiu correndo do vagão restaurante em direção à locomotiva com a velhinha em seu encalço...

Vovó - Vem cá, queridinho! Volte aos meus braços! Eu dou casa, comida e roupa lavada, amorzinho!

Kell Erson (Correndo) - Socorro! Uma velha tarada!

Platéia - Fiuiiii! Plac plac plac! Uuuu! Fiuiiii! Plac plac plac! Uuu!

Narrador - Enquanto o Chefe do trem tenta fugir da velha, Pat Vision dirige-se à platéia...

Pat Vision - Pessoal... Sou a Pat Vision e esses rapazes cabeludos são os Bitoukids... Uma famosa banda de rock de Loverpau City!

Um dos cabeludos - E somos da Seita "GOLPE UNI"...

Um rapazinho - Que Seita é essa, meu chapa?

Um outro cabeludo - É o "Grupo Ortodoxo Liberal Protestante Esotérico Universal Nacional Internacional"...

Um terceiro sujinho - E estamos aqui para protestar contra tudo que seja normal, natural ou engorde...

O quarto e último (Ufa!) elemento - E vamos mostrar-lhes nossa mais nova composição musical...

O primeiro cabeludo - Vamos lá, rapazes... one, two, tree, four...

Todos (Aos gritos)

Somos os Bitoukids... Somos os Bitoukids...
E conosco ninguém podemos
A língua a gente mordemos
Ao cantar rock pauleira...

E depois, nossa carreira
Irá de vento em popa
A gente bebemos a sopa
Soprando pela beirada...

Diga aí, rapaziada
Que o rock é legal
Bitoukids é imortal
E nós vai entrar na história...

Essa gente sem memória
Que nunca soube votar
Agora vão se lenhar
Se o voto repetir...

Só queremos nos divertir
Sob um céu azul anil
Quem ficou e não partiu
Com a gente vai dançar...

Toda a gente vai dançar
Os pobres vão trabalhar
Para sustentar vagabundo...

E agora eu vou fundo
Nesse rock embalado
Nesse mundo tão imundo
Esse povo está lenhado...
Esse povo está lenhado...
Esse povo está lenhado...

iê iê iê ô ô ô ô ô ô
iê iê iê ô ô ô ô ô ô

Platéia - Fiuiiii! Plac plac plac! Uuuu! Fiuiiii! Plac plac plac! Uuu!

Uma professora passageira - Eta letrinha ruim... E a concordância também dançou!

Pat Vision - Obrigado, pessoal... Os Bitoukids se apresentarão em Vox City nesta sexta... Quero apresentar os rapazes dos Bitoukids...

Narrador - Sinto muito, Senhorita magrela, mas acabou esse capítulo!

Avaliação deste Artigo: 1 estrelas