Aprender com as Diferenças
Temos que lutar
Maria Amélia Vampré Xavier
Observações extraídas das páginas 38 e 39 do livro editado pela Rede Saci intitulado: Educação Inclusiva: o que o professor tem a ver com isso?
Nessa luta sem quartel para que crianças brasileiras com deficiências tenham a possibilidade de estudar com outros alunos chamados “normais”, como sempre se diz e pessoalmente achamos uma designação altamente questionável, é fundamental que haja espaços físicos pelos quais possam transitar na escola, começando por bibliotecas, salas de leitura e outros equipamentos.
Uma coisa é termos mobiliário escolar aprovado pela Norma Técnica NBR 14007 (1997) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
No entanto, essas mesas e cadeiras escolares não consideram a existência de estudantes com deficiência. Sendo assim, algumas adaptações são necessárias para facilitar o uso por alunos com deficiência.
Mesas para usuários de cadeiras de rodas: devem ser mais altas para o encaixe da cadeira de rodas.
Apoio para os pés: é importante o aluno ter apoio para os pés quando estiver sentado, para garantir um bom posicionamento e não escorregar da cadeira. Um caixote que mantenha um ângulo de 90o de flexão no quadril e nos joelhos pode ser a solução.
Cadeiras: pode-se serrar ou aumentar a altura das pernas das cadeiras, para que fiquem de acordo com a altura da criança. Encostos e assentos adicionais, como almofadas, podem ser combinados, se necessário, com apoio de pés.
Podem ser colocados cintos que facilitem a posição ereta ou evitem que o aluno escorregue ou caia para os lados. Estes cintos podem ser horizontais, em X e/ou que saiam dentre as pernas, para manter o quadril posicionado.
Armários: as prateleiras mais baixas devem ser reservadas para os alunos em cadeiras de rodas.
Pátios: devem estar livres de degraus e demais obstáculos à circulação de pessoas em cadeiras de rodas. O corredor de acesso, se houver, deve respeitar a largura de uma cadeira de rodas para facilitar a mobilidade e evitar acidentes.
Banheiros acessíveis: não existem especificações para a construção e adaptação de banheiros infantis no Brasil. Mas alguns critérios da NBR 9050 podem ser adotados nos banheiros escolares infantis, tais como: largura de portas, tipos de maçanetas, puxadores e torneiras, tipos de espelhos, local e tipo de pia, tamanho do box acessível etc.
Como vemos, nessa fase em que estamos pensando em crianças de idade escolar convivendo com crianças sem deficiências, é preciso atentar para todas as facilidades que podem ser colocadas para que crianças com necessidades especiais possam ter conforto dentro da sala de aula e aprender juntamente com seus colegas, mas com absoluto conforto.
Como um adendo importante, chamamos a atenção para o fato de que parques infantis devem ser acessíveis a todas as crianças.
Esta é uma recomendação muito acertada, que deve ser seguida, porque em todos os países adiantados em políticas sociais do mundo o ensino de crianças com deficiências começa bem cedo, dentro da escola maternal, creche, ou parque infantil.
Em nenhum desses lugares deve haver barreiras arquitetônicas que possam dificultar o acesso de alunos usuários de cadeiras de rodas, ou com locomoção reduzida (degraus, areia fofa em todo o solo, desníveis de um brinquedo para outro etc.).
Maria Amélia Vampré Xavier: Diretora para Assuntos Internacionais da Federação Nacional das APAEs - FENAPAES em Brasília, Assessora Especial de Comunicação de Inclusion InterAmericana e Assessora da Vice Presidência de Inclusion InterAmericana – Brasil , Relações Internacionais do Instituto APAE e da APAE em São Paulo, atua na Secretaria da Assistência e Desenvolvimento Social do Governo do Estado de São Paulo, na Rede de Informações do COE, no Sorri Brasil e no Instituto Carpe Diem em São Paulo.
O livro editado pela Rede Saci intitulado “EDUCAÇÃO INCLUSIVA: o que o professor tem a ver com isso?” encontra-se para download neste Portal.