Planeta Educação

Aprender com as Diferenças

Luís Campos - Blind Joker Salvador - Bahia – Brasil

Blind Kid, o Herói do Agreste, a primeira rádionovela totalmente (e apenas) digitalizada!
Capítulos III e IV

"Brincar, Sorrir e Sonhar, são coisas sérias!"
Editor: Luís Campos - Blind Joker
                     Edição Especial de Bang-Bang
Salvador - Bahia – Brasil

 

A Revista Cego à vista, em parceria com a Rádio LC51 FDP, a Rádio Criativa de Portugal e o Jornal Bizu de Salvador, orgulhosamente apresentam:

“Blind Kid, o Herói do Agreste, a primeira rádionovela totalmente (e apenas) digitalizada!”

                                
Está entrando no ar, na terra, no mar. Na sua maninha!
A minha, a sua, a nossa... A da mãe!
Rádio LC51 FDP (Freqüência Desmiolada Paranormal)
O som do seu radinho de pilha! Rádio LC51 FDP 24.69 HPs de Impotência!
Rádio LC51 FDP
A voz da Bahia que o Brasil... Desconhece!
Vinte e quatro horas... Fora do ar!
A Rádio LC51 FDP tem a honra de apresentar para o mundo, sua quarta e mais brilhante rádionovela:

Blind Kid, o Herói do Agreste...

Mais valente que Pepe Legal... Mais charmoso que Lucky Luke... Mais temido que Kactus Kid... Mais rápido que o Xerife Ricochete... Mais inteligente que Rin TinTin... E mais cego que uma toupeira!

Blind Kid, o Herói do Agreste.

 

Capítulo III

 

Narrador - Ao ouvirem o alarido do povo lá fora, a Odel Yta e a jovem Milly se aproximaram de uma das janelas do saloon. Odel Yta, ao ver o xerife Ed Mundy e o Blind Kid ao lado da diligência, resolveu ir até onde eles estavam, a fim de saber o que se passava.

Odel Yta - Alguma coisa está acontecendo, Milly. Preciso ver o que é. Adoro um movimento!

Milly - E eu também, Odel! Vou ver que fuzarca é essa!

Odel Yta - Você não vai a lugar nenhum. Volte pra cozinha!

Milly - Snif, snif... Eu sou mesmo uma gata borralheira... snif, snif... Ainda conquisto meu príncipe... Mesmo que seja um sapo! Snif, snif.

Odel Yta - Pare com esse choro fingido, sua mexeriqueira e vá cuidar dos seus afazeres!

Milly - Não há nada pra fazer... O saloon está vazio, aliás, como sempre!

Odel Yta - A culpa disso é desse autorzinho chifrin! Nos filmes de faroeste que assisti, as coisas sempre acontecem no saloon, mas aqui nesse folhetim... Sei não!

Autor - Olhe aqui, Dona Odel Yta! Se não está gostando, peça pra sair! Garanto que muita gente gostaria de estar em seu lugar!

Odel Yta - Quem? Com os salários que o Senhor paga, meu Chefe, acho muito difícil!

Autor - Difícil, Dona Odel Yta, é agüentar sua interpretação!

Odel Yta - O Senhor fique sabendo que por pouco não ganhei o Oscar!

Autor - Quando a Senhora disputou o Oscar, Dona Odel Yta?

Odel Yta - Quando? Quando a seleção de basquete do Brass Hyll esteve em Vox City... Eu o disputei com as sirigaitas da Milly e da Debby Bora! Mas ninguém ganhou o gato... Ele preferiu o basquete!

Autor - Hohohohohoho... Bem feito pra vocês!

Odel Yta - (Ri, macaco!).

Autor - A Senhora disse alguma coisa, Dona Odel Yta?

Odel Yta - (Que saco!). Não, Chefinho... Apenas pensei alto!

Autor - Ah! Então queira voltar à sua "bela" interpretação.

Odel Yta - Como eu ia dizendo, quando fui bruscamente interrompida:
Afinal, alguma ação nessa novelinha!

Narrador - Olha aí, Chefinho, o que a gostosona disse!

Odel Yta -(Narradorzinho puxa-saco. Caraca!).

Autor - Ô seu calhorda, a moça pode ser casada... Olha o respeito!

Narrador - Desculpe, Chefinho... Mas eu ando meio atrasado...

Autor - Se anda atrasado, se adiante, mas não é por isto que pode falar bobagens. Volte ao trabalho!

Narrador - Tá bem, Chefinho... Como eu dizia a sessenta e duas linhas acima, a digna Senhora (Rê rê rê rê!), proprietária do Talk Saloon, foi juntar-se à pequena multidão em volta da fogueira...

Autor - Que raio de fogueira é essa, seu Narrador de merda?

Narrador - Desculpe, Chefinho - Eu tava distraído pensando no arraial junino que participo em John People City no São João... E falta apenas um mês... uau!

Autor - Faça o obséquio de se concentrar na novela, certo?

Narrador - Tá bem, Chefinho... Como eu dizia, a Odel Yta foi juntar-se ao rebuliço que havia em volta da diligência. Chegando ao lado do Blind Kid, o interpelou:

Odel Yta - Que houve Blind?

Blind - Ainda não sei, Odel... Quem deve saber é o autor!

Odel Yta - Não quero muita conversa com esse autor... Ele me tirou do sério, Blind!

Blind - Como assim, Odel?

Odel Yta - Deixe pra lá, Blind... Não vale a pena discutir com gente medíocre! E ainda tem esse narradorzinho puxa-saco!

Blind - Não sei o que esse cara tem contra mim... Nunca disse nada contra ele e ele vive pegando no meu pé!

Narrador – Vê-se se enxerga seu heróizinho chifrin! Tenho horror a chulé, meu rei!

Blind Kid - Escute aqui, seu babaca... Se não fosse por mim, você não teria como encher a barriga daqueles seus filhinhos remelentos!

Narrador - Ora, ora... Fique sabendo que fui contatado pela Globo para ocupar o lugar do William Bonner...

Blind Kid - O quê? Com essa sua voz gasguita? Os caras da Globo estão malucos? Hahahahahahaha!

Narrador - Isso é inveja sua... Sua voz é que parece uma taquara rachada! Rê rê rê rê rê!

Autor - Vocês querem parar com essa discussão boba?

Narrador - Foi ele quem começou, Chefinho!

Blind Kid - O Senhor me conhece muito bem, Senhor Autor... Essa não é a primeira novelinha sua que faço e nunca lhe criei problemas!

Autor - Isso é verdade, Blind!

Blind Kid - E lembre que nunca reclamei do cachê mixuruca que recebo para fazer suas novelas, né?

Autor - Não vamos falar disso agora, Blind! Seu narradorzinho abestado... Vai trabalhar!

Narrador - (A corda só quebra do lado mais fraco!) Tá bem, Chefinho! Como eu dizia, o condutor da diligência desceu para contar ao xerife o que havia ocorrido. O povo, curioso, fechou mais a rodinha em volta deles para escutar a conversa:

Condutor - Xerife, Xerife... Fomos assaltados perto do Desfiladeiro do Olho Negro...

Ed Mundy - Calma, Tacy Obrun! Conte-me tudo, não esconda nada!

Blind - Quantos bandidos eram, Tacy?

Tacy Obrun - Eram quatro e estavam bem armados...

Ed Mundy - Você viu a cara dos malfeitores?

Tacy Obrun - Não, Xerife. Eles estavam mascarados.

Blind - Bem que eu suspeitava! Você notou alguma coisa estranha neles?

Tacy Obrun - Na primeira olhada, não, mas na segunda vi que eles trajavam camisas vermelhas com uns diabos pintados nas costas destas.

Ed Mundy - Explique isso melhor, Tacy!

Tacy Obrun - Explicar o que, Xerife?

Blind Kid - Você notou mais alguma coisa diferente neles, Tacy?

Tacy Obrun - O que parecia o chefe trazia uma "pianola" às costas!

Blind - Bem que eu desconfiava, Ed. É o bando do Humber Too!

Ed Mundy - Já ouvi falar neste facínora... Ele namora uma mocinha que tem um rancho nas redondezas de Vox City.

Blind - Então será fácil pegá-lo. Com certeza, volta e meia, ele estará com ela... É só vigiar o rancho!

Ed Mundy - Também acho... Mas não seria melhor formar uma patrulha para persegui-los, Blind?

Blind - Você já viu que horas são, Ed? Está quase na hora da novela. Eu não quero perder o capítulo de hoje... Promete ser muito bom. Finalmente haverá alguma ação naquela novela!

Narrador - (Pelo menos lá terá alguma ação, porque se depender desta aqui...rê rê rê!)

Autor - Você falou alguma coisa, Narrador?

Narrador - Não, Chefinho...tava só pensando alto!

Autor - Hummmmm...pensei!

Narrador - Continuando... Enquanto Blind Kid se preocupava com a novela, o famigerado Humber Too tentava arrombar o cofre que eles roubaram da diligência. Após algumas tentativas, finalmente o cofre abriu. Humber Too ficou surpreso ao ver o conteúdo do mesmo.

Humber Too - Isto não é verdade! É inacreditável! Devo estar sonhando!

Comparsa 1 - O que é, Chefe?

Comparsa 2 - O que foi, Chefe?

Narrador - E o terceiro comparsa, que estava cuidando dos cavalos...

Comparsa 3 - O que será? Deixa eu ir lá ver.

Narrador - O que conterá esse cofre? Acho que só saberemos no próximo capítulo... Esse autor anda meio sem inspiração!

Autor - Olha aqui, seu malcriado... Eu ia contar o que há no cofre, mas por causa da sua malcriação, só direi no próximo capítulo mesmo.

Ouvinte - Porreta! Seu narrador faz a malcriação e nós, ouvintes, é que pagamos o pato? Muito boa essa!

Autor - (Aqui pra nós, ouvinte... estou mesmo sem inspiração. Acho que é a fome! Vou almoçar e já volto!)

Narrador - Falou alguma coisa, Chefinho?

Autor - Não, não... Só pensei alto!

Ouvinte - Tá bem, Senhor Autor! Eu sei o que é fome! Vá lá! Eu aguardo seu retorno.

Autor - Obrigado, meu querido ouvinte. Logo depois da sesta eu volto!

Ouvinte - Ainda vai dormir? Tenha paciência!

Autor - Meu caro ouvinte, já ouviu falar que baiano só é homem até o meio-dia? É porque pela tarde o cara dorme!

Ouvinte - Tá certo, meu rei... Vai tirar sua pestana. Eu aguardo o quarto capítulo!

Autor - Valeu, meu rei! Até o próximo capítulo!

 

 

Capítulo IV

 

Narrador - (Que autorzinho folgado, meu! Como é que pode... agente aqui ansioso pra saber o que há naquele cofre e ele vai "tirar" um cochilo após o almoço. E o cretino do ouvinte ainda concorda numa boa... não se fazem mais autores como antigamente... nem ouvintes!)

Autor - Uaaauuu... Que sono! Disse alguma coisa, Narrador?

Narrador - Não, Chefinho! Apenas pensava alto!

Autor - Hummmm! Que tal voltar ao trabalho? Você não ganha para pensar, meu caro. Quem pensa aqui sou eu!

Narrador - (Será? - Rê rê rê!).

Autor - Falou alguma coisa, Narrador?

Narrador - Não, Chefinho! Estava reiniciando a narração!

Autor - Ainda bem! Continue, continue!

Narrador - Como eu dizia... O que será que o chefão desse bando fajuto encontrou naquele cofre?

Ouvinte - Qualé a sua, seu Narradorzinho de pelada? É você quem deve dizer o que há no cofre, imbecil!

Narrador - Eu? Estou viajando na maionese, meu caro ouvinte... Tanto quanto você! E imbecil é a sua mã...

Autor - Que é isso, Narrador? Tá querendo me intrigar com meu único e dileto ouvinte?

Ouvinte - Muito bem, Chefinho! Dê duro neste otário!

Narrador - Ora, Chefinho... O Senhor ouviu do que ele me chamou?

Autor - Se ele o chamou de alguma coisa, foi porque você mereceu! O Ouvinte sempre tem razão!

Narrador - Mas eu não falei nada, Chefinho!

Autor - Pois é! Até calado, você está errado! Vai trabalhar que é melhor. Trate de ler o enredo que está em sua mão!

Narrador - Mas, Chefinho... Aqui não diz o que há no cofre!

Autor - Claro, meu "dileto" Narrador... Eu tinha que fazer um suspensezinho, não acha? E tem mais... Quem vai dizer o que há no cofre é o Humber Too!

Ouvinte - E por que ele não diz logo isso, Senhor Autor?

Autor - Ora, ora, meu ouvinte preferido! Esqueceu que o "IBOPE" sobe quando há um mistério na trama? Lembra quem matou Salomão Hayalla?

Ouvinte - Que Salomão é esse? Em que capítulo ele morreu? Não sabia que o cara havia batido as botas!

Autor - (Santa ignorância!) Meu fiel ouvinte... Estou falando da novela de Janete Clair, O Astro, exibida pela Globo no ano de 1977!

Ouvinte - Rá rá rá rá rá... Eu nem havia nascido, meu chapa!

Autor - Não é questão de já haver nascido ou não... É apenas uma questão de cultura, meu amigo!

Ouvinte - O que o Senhor quer dizer com isso? E desde quando novela é cultura? Ainda mais essa aqui!

Autor - É, meu rapaz... Você precisa se atualizar... Novela é cultura de massa, meu caro!

Ouvinte - Cultura de massa é feijão com arroz na mesa, Senhor Autor! Mas, certamente, o Senhor nunca teve esse problema, né?

Autor - Não tive, mas não por ser "elite", pois não nasci em berço de ouro... Meu pai dava duro para não nos faltar nada!

Ouvinte - Tá bom! Vamos deixar esse papo pra lá e voltemos à novela!

Autor - Tudo bem! Vocês jovens, quando a discussão promete esquentar, saem pela tangente! Narrador, por favor, continue a novela!

Narrador - O Senhor manda, Chefinho! Como eu dizia, o chefe do bando chama seus asseclas para mostrar o que há no cofre. (Finalmente!).

Ouvinte - Oba!

Humber Too - Ty Agoo, venha até aqui e veja você também!

Ty Agoo - Tô indo, Chefe! Deixe só eu amarrar os cavalos.

Comparsa 1 - O que você acha, Joseph Vã?

Joseph Vã - Eu não acho nada, Daddd Vã...tive um amigo que foi achar e até agora ninguém o achou!

Narrador - Todos riram dessa piada infame e se aproximaram do chefe.

Autor - Desconfio que você não gostou da minha piada, ô narrador...

Narrador - Não é isso, Chefinho...é que eu sou burro e não entendi a piada...

Autor - Ah! Pensei!

Narrador - (Dessa me saí muito bem! Tenho que garantir meu emprego.).

Autor - Disse alguma coisa, Narrador?

Narrador - Não, Chefinho...apenas pensei alto. Mas continuando esta mer..., digo, novela, os comparsas um, dois e três se aproximaram do chefe, puxaram uma pedra e sentaram-se à volta do cofre, que, só de sacanagem, o chefe mantinha com a tampa fechada.

Joseph Vã - Tá cheio de notas de Ralods, Chefe?

Dadd Vã - Tá cheio de barras de ouro, Chefe?

Ty Agoo - Tem muitas fotos de mulher pelada, Chefe?

Humber Too - Não, rapazes! O conteúdo deste cofre é muito mais valioso do que tudo isso! Vocês nunca adivinhariam...Isso é um tesouro da humanidade!

Dadd Vã - Já sei, Chefe! É o Santo Sudário!

Joseph Vã - Nada disso! É uma camisa da Seleção Canarinho autografada pelos campeões do penta!

Ty Agoo - Nenhum de vocês dois acertou...é uma coleção da "Playbraille"!

Humber Too - Nada disso, bobocas! São...

Narrador - Quando finalmente o famigerado Humber Too ia dizer o que havia no cofre, foi bruscamente interrompido pelo zunido de uma flecha que se cravou em seu chapéu, por pouco não atingindo sua cabeça. (Finalmente alguma ação!). Humber Too, preocupado, jogando-se atrás de uma moita, gritou aos comparsas:

Humber Too - Protejam-se, rapazes! São renegados Apa Axés, liderados pelo temível Jorônimo e sua terrível parceira Índia Arra!

Narrador - Os três patetas, digo, comparsas do famigerado facínora Humber Too, correram para trás da mesma moita em que estava o chefe.

Humber Too - Mas, rapazes... Logo aqui? E atrás de mim?

Joseph Vã - Mas Chefe, o Senhor já viu a pobreza desse cenário?

Dadd Vã - O mano tem razão, Chefe! Esse autor, além de nos pagar uma miséria, ainda fica economizando nos cenários!

Ty Agoo - E os revólveres que nos deram, foram comprados no Parra Agay City.

Humber Too - Então é por isso que ainda não se ouviu um tiro nesta droga de novela!

Ty Agoo - Preste atenção na flecha que está em seu chapéu, Chefe!

Narrador - Humber Too tirou o chapéu da cabeça e leu o que havia escrito na flecha:

Humber Too - "Made in Xinny City"! Caraca, Ty Agoo... Foi por isso que a ponta da flecha quebrou ao bater em minha testa!

Ty Agoo - Que produção mais mixuruca, Chefe!

Joseph Vã - Parece até aquelas feitas em Role Ud City, Chefe!

Dadd Vã - É mesmo, mano... Mais pobres que essas filmagens, só aquelas do Glauby Arroxa!

Humber Too - Parem com essa conversa boba e tratem de atirar nesses índios... Não quero ser escalpelado!

Joseph Vã - Escalpelado, Chefe? Nunca vi escalpo careca!

Ty Agoo - Essa é boa e eu queria ver!

Humber Too - Deixem de conversa fiada e defendam-se, seus paspalhos!

Bang bang toimmmm zing schupppp zing bang toimmmm zing bang schupppp

Narrador - Como vocês ouviram, a batalha está sendo uma das mais ferozes e sangrentas que já narrei em minha vida...

Ouvinte - Ô narradorzinho exagerado!

Narrador - (Ô ouvintizinho metido!)... Como eu dizia, após quinze minutos de uma luta escarniçada, os renegados Apa Axés, pouco a pouco, tornaram-se senhores da situação e cercaram os bandidos. Estes, ao se verem perdidos, jogaram as armas ao chão e o Humber Too acenou com um lenço branco e encardido que ele trazia ao pescoço, rendendo-se. Os índios aproximaram-se dançando um reggae e gritando:

Índios - Uuuuuuuuu uuuuuuuu uuuuuuu uuuuuu uuuuuu

Ty Agoo - Que musiquinha mais sem graça!

Joseph Vã - É mesmo... E eles nem sabem a letra!

Dadd Vã - E ainda dançam muito mal!

Humber Too - Calem-se, calem-se... Vocês me deixam louco!

Narrador - Assim que os índios chegaram diante do bando, o temível Jorônimo e sua terrível parceira Índia Arra, aproximaram-se do Humber
Too. Jorônimo então o interpelou:

Jorônimo - Cadê arca que vocês roubar de diligência?

Humber Too - Está ali, atrás daquela grande pedra!

Jorônimo - Meus bravos guerreiros... Destruam essa pedra com suas flechas!

Ty Agoo - Isso eu pago pra ver!

Joseph Vã - Eu também... E dobro a aposta!

Dadd Vã - Eu tô fora... tô duro!

Humber Too - Se vocês saírem de trás de mim, poderão assistir a esse magnífico espetáculo!

Índia Arra - Atenção guerreiros: Preparar... Apontar... Flechar!

Toimmmm zing schupppp zing toimmmm zing schupppp

Ty Agoo - Caraca! Eles espatifaram a pedra!

Joseph Vã - Assim, até eu quebraria a pedra!

Dadd Vã - Claro... Era de isopor!

Jorônimo - Detalhes, meus caros caras-pálidas, detalhes!

Índia Arra - Guerreiros... Traga arca aqui... Eu quer ver o que ter nela!

Jorônimo - Ter calma, Índia Arra... Não ser seu pedido da Avão!

Índia Arra - Mas cara-pálida da Avão dizer que pedido de Índia Arra vir na diligência de lua passada! Índia Arra encomendar batão, tinta pra esconder cabelo branco e cílios postiços...

Humber Too - Sinto muito, Dona Índia Arra... Mas não tem nada disso neste cofre!

Índia Arra - Se cara-pálida enganar Índia Arra, eu escalpelar ele... Em cima e embaixo!

Jorônimo - Calma, belezura... Jorônimo pegar em River City o que minha índia querer!

Índia Arra - Mas Índia Arra quer ver o que ter na arca!

Ouvinte - Ora, Dona Índia Arra... Eu também tô querendo saber isso desde o capítulo anterior! Abra logo esse cofre, amiga!

Índia Arra - Eu não ter nada com curiosidade de cara-pálida ouvinte!

Jorônimo - Isso, isso, isso...

Índia Arra - Guerreiros... Peguem arca... Vou levar pra ver lá em tenda-esconderijo!

Narrador - (Que droga!). Pelo que vejo, só saberemos o que há neste maldito cofre no próximo capítulo! Assim que a terrível Índia Arra deu a ordem, dois guerreiros colocaram o cofre sobre a anca de um dos cavalos, amarraram bem e um deles montou no corcel. Logo todos estavam sobre suas montarias e, com um grito, partiram levantando, como diria Ivete Sangalo, poeira.

Jorônimo - Sigam-me os maus!

Narrador - Assim que os renegados Apa Axés se retiraram, Humber Tôo disse a seus comparsas:

Humber Too - Isso não ficará assim, rapazes... Vamos recuperar nosso cofre!

Ty Agoo - Agora, Chefe?

Humber Too - Agora não... Mas não passará do próximo capítulo!

Avaliação deste Artigo: 3 estrelas