Ensino de Línguas
Promovendo a Inclusão nas Aulas de Inglês
Recursos e práticas que auxiliam os deficientes visuais
A inclusão escolar de alunos portadores de necessidades especiais, tais como os deficientes visuais, em classes comuns, é um processo amparado por documentos legais como as Diretrizes Nacionais para a Educação Básica. Porém, a inclusão ainda é vista e tratada de forma excludente e preconceituosa, impedindo o educando da maior riqueza que possuímos – a educação.
Comprovado por estudos e pesquisas, é possível afirmar que crianças portadoras de necessidades especiais inseridas em classes regulares apresentam um desempenho superior às que só tem acesso à educação para suas necessidades especificas. Sendo assim, se faz necessário promover uma educação igualitária , onde todos possam exercer sua cidadania independente de seus atributos individuais.
A proposta de ensino de uma língua estrangeira, especificamente o inglês, para os deficientes visuais promove tanto a inclusão social como a lingüística, visto que estamos inseridos em um mundo globalizado, em que é necessário o domínio desta língua para lidarmos com situações cotidianas.
Desta forma, os alunos cegos e com baixa visão não devem ser privados do aprendizado de um novo idioma, dado que a sua deficiência não afeta de maneira alguma o proceder do aprendizado. Sendo a língua um fenômeno oral e a escrita decorrência da fala, um deficiente visual não apresenta limitações num curso que enfatize a “Comunicação Oral”.
Cabe ao educador utilizar a metodologia adequada em seu curso, enfatizando sempre as atividades comunicativas e de compreensão oral, considerando-as habilidades essenciais para um aprendizado efetivo de uma língua estrangeira.
As habilidades secundárias como a leitura e escrita, independente da presença de alunos com necessidades especiais em sala de aula, devem ser trabalhadas posteriormente, quando o idioma já tiver sido assimilado pelos alunos.
Os recursos utilizados nas aulas de língua inglesa para os deficientes visuais devem envolver materiais táteis, para que o aprendizado de novos vocabulários se dê pelo toque ao invés de se recorrer ao recurso da tradução literal das palavras. Os materiais de áudio também são muito bem aceitos, por desenvolverem a habilidade de compreensão oral.
A principal limitação, infelizmente, encontra-se na escassez/ausência de materiais didáticos e pedagógicos. A falta de interesse por parte de órgãos governamentais em investir no desenvolvimento destes materiais específicos, leva professores e alunos a buscarem parcerias com institutos de amparo aos deficientes visuais, os quais auxiliam na adequação dos materiais já existentes para o “Braille”.
Caso não haja um material específico para os alunos deficientes visuais, é necessário que o professor organize com antecedência o que será trabalhado nas aulas, para que os alunos tenham tempo suficiente para transcrever os exercícios em “Braille”.
Vale lembrar que, em alguns casos, a parceria com professores especialistas e que também apresentem algum tipo de deficiência visual, pode ser de grande auxilio para o enriquecimento das aulas de inglês e de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.