Super-Blind em...
Eta, vidinha difícil!
"Brincar, sorrir e
sonhar, são coisas sérias!"
Editor: Luís Campos - Blind Joker
Salvador - Bahia - Brasil
Super-Blind, o Herói de Bengala.
Mais inteligente que uma loura, mais ranzinza que uma sogra,
mais
veloz que o Rubinho, mais forte que o Maguila e mais cego que
o Mister
Magoo!
Narrador:
Lui Macpos, após seu
desjejum, como habitual, fazia seu "pumpuzinho" lendo uma revistinha do
"Blind Kid, o herói do Agreste", seu cowboy predileto, com o
short
arriado até o pé.
Assim que o "barro" caiu, o fedor impregnou o ar, causando
prejuízo à camada de ozônio. Nem o Lui
agüentou:
Lui:
Zorra! Tô podre!
Narrador:
De repente, seu
ouvido ultrassônico captou uma voz feminina pedindo socorro.
Como todo
super-herói que se preza, disse a palavra mágica:
Lui:
Oeoxi!
Narrador:
Imediatamente
transformou-se no audaz Super-Blind e, saindo ao quintal de casa,
montou em Akilah que já o esperava, também
transformada numa imensa
galinha voadora. Morcego, o cachorro de Lui, nestas horas, esconde-se
sob a cama e fica uivando!
Super-Blind:
Aiôôôô,
Akilah... Para cima!
Narrador:
Akilah, com nosso
super-herói sobre seu dorso, alçou vôo
e ganhou as alturas. Voaram com
a velocidade do Schumaker, pois se voassem com a do Rubinho, quando
chegassem ao seu destino, certamente não salvariam
ninguém...
Como nas histórias em quadrinhos, no quadro seguinte, digo,
no segundo
seguinte, estavam no local de onde vira o chamado. Akilah pousou num
grande pomar e o Super-Blind desceu das suas costas perguntando:
Super-Blind: Quem precisa dos meus préstimos?
Narrador:
Uma voz meiga e dengosa respondeu-lhe:
Voz
Meiga e Dengosa: Fui eu quem
o chamou, Super-Blind!
Super-Blind:
Em que posso ajudá-la, doce pequena?
Doce
Pequena: M-meu
gatinho, Super-Blind!
Super-Blind:
Seu gatinho? O que houve com
seu gatinho, donzela?
Donzela:
Ele subiu naquela
árvore e não sabe como descer!
Super-Blind:
E por que você
não subiu na árvore para tirá-lo de
lá, belezura?
Belezura:
É que papai diz que pode ser perigoso!
Super-Blind:
Hum! Tudo bem! Deixe comigo,
boneca!
Boneca:
Você vai
salvá-lo, não vai, Super-Blind?
Super-Blind:
Claro! Mas preciso de sua
ajuda, minha linda!
Linda
do Super-Blind: É
só dizer o que tenho que fazer, Super-Blind!
Super-Blind:
Leve-me até a
árvore onde está o gatinho, fofa!
Narrador:
Fofa, segurando o Super-Blind pelo braço, venha!
Super-Blind:
Por favor, deixe que eu
seguro em seu ombro, garota!
Garota:
Está bem,
Super-Blind!
Narrador:
O Super-Blind foi
conduzido até o tronco da árvore que o gatinho
havia subido. Durante o
trajeto percebeu que a moça tinha o ombro "forrado", isto
é, não era
daqueles que são "osso-puro", o que lhe dava a certeza que a
menina era
gordinha. Assim que chegou, subiu pelo tronco e, guiando-se pelos
miados do bichano, alcançou o galho no qual estava o
animalzinho.
Segurou-o delicadamente, mas não tanto, pois
super-herói não pode se
dar a esses luxos, o enrolou em sua capa e desceu da árvore.
Ao chegar
embaixo, a moça o abraçou, deu-lhe um beijinho no
rosto e suspirou:
Moça:
Obrigado, meu
herói!
Super-Blind:
De nada, mocinha...
Super-herói é pra essas coisas mesmo!
Narrador:
Nosso herói
desembrulhou o gato da sua capa vermelha e o entregou à
mocinha.
Mocinha:
Oh, meu gatinho! Como posso retribuir-lhe o favorzinho, Super-Blind?
Super-Blind:
Deixando-me usar o
sanitário, dona!
Dona:
Tá assim precisado?
Super-Blind:
É que ontem comi
um caruru na barraca da Filó e ela abusou da castanha,
querida!
Querida:
Eu entendo! Venha, pegue em meu ombro que vou guiá-lo
até o banheiro!
Narrador:
Super-Blind novamente
segurou naquele ombro de seda. Ao chegarem ao WC, a moça
abriu a porta,
acendeu a luz e disse ao nosso herói:
Moça:
À esquerda,
está a pia e após esta o vaso! Fique à
vontade! Vou fazer um chá de banana verde pra você!
Narrador:
Super-Blind trancou a
porta e disse a palavra mágica, voltando a ser o Lui Macpos
e
encontrar-se na mesma situação em que estava
antes de atender ao pedido
de socorro da garota... Até a revistinha do Blind Kid
reapareceu em sua
mão. Procurou onde ficava o papel higiênico e
descobriu que este estava
à direita do vaso... de quem senta!
Meia hora depois, aliviado, Lui pronunciou a palavra mágica
e voltou a
ser o Super-Blind e foi cuidar da higiene pós-pumpum! Achou
a torneira,
lavou as mãos, procurou a toalha, enxugou as mãos
no traje, ajeitou os
óculos escuros, abriu a porta e... o fedor tomou conta da
casa! Seu
superolfato não o enganara... Estava podre mesmo!
Deu um tempo e chamou a menina:
Super-Blind:
Menina! Menina!
Narrador:
A moça chegou ao
seu lado, prendeu a respiração, apagou a luz do
banheiro e disse-lhe:
Menina:
Venha, Super-Blind! O chá já está
pronto e vai segurar seu intestino!
Super-Blind:
Que bom! Dor de barriga em
super-herói não está em nenhum gibi!
Ahahahahahahahahah!
Menina:
É verdade!... Nem
nos desenhos animados! Hahahahhahahah!
Narrador:
E assim, sorrindo, a
mocinha o conduziu até uma mesa e colocou a mão
do Super-Blind no
espaldar de uma cadeira. Ele sentou, puxando a cadeira mais para frente
e tateou com cuidado a mesa até encontrar a
xícara. O chá cheirava a
cravo e banana e tinha um sabor agradável!
Super-Blind, espertamente curioso, disse:
Super-Blind:
Muito obrigado, Senhorita...
Senhorita:
Lara Mara!
Super-Blind:
Que interessante!
Lara
Mara: O que achou
interessante em meu nome?
Super-Blind:
A coincidência!
Lara:
Que
coincidência? Não entendi!
Super-Blind:
É que tenho um
amigo chamado Lui Macpos, entendeu agora?
Lara:
Claro! A
coincidência das iniciais do meu nome e do dele,
né?
Super-Blind:
Já vi que
você não é loura! Ahahahahah!
Lara:
Pior é que sou...
E legítima! Hahahhahahhaha!
Super-Blind:
Eu estou só
brincando... nada contra as louras... nem morenas... nem negras!
Lara:
Eu sei! Eu também,
só de sacanagem, brinco com as louras! Hahhahahhahahha!
Super-Blind:
Ahahahahhahahhahah! Lara, o
papo está ótimo, mas tenho que ir... O dever me
chama!
Lara:
É cedo! Tome mais
uma xícara de chá! Vai lhe fazer bem!
Super-Blind:
Já que
você insiste e a companhia é agradável,
tomarei mais uma xícara!
Lara:
Que bom, quero dizer,
obrigada!
Super-Blind:
Assim que acabar irei embora!
Lara:
E quando o verei de novo?
Super-Blind:
Quando precisar de mim
é só chamar!
Lara:
Farei isto! Tomara que o Pipo
suba novamente numa árvore! Hahahhahahhahah!
Super-Blind:
Ahahahahahah! Você
esqueceu uma coisinha!
Lara:
Que coisinha?
Super-Blind:
"Gato escaldado tem medo de água fria!" Ahahahahaha!
Lara:
É mesmo!
Hahhahahhahhaha!
Super-Blind:
Bem, vamos lá!
Narrador:
Lara Mara colocou-se
diante do Super-Blind que segurou em seu ombro e foi levado ao quintal
aonde AKilah o esperava. Akilah abaixou-se e nosso herói
subiu em suas
costas.
Super-Blind:
Que bairro é este,
Lara Mara?
Lara:
Nós estamos em
Itapuan... Perto da Lagoa do Abaeté!
Super-Blind:
Certo! Até mais ver, Lara... Foi um prazer
conhecê-la!
Lara:
O prazer foi meu,
Super-Blind... Espero revê-lo breve! Até outro dia
e grata pela força!
Super-Blind:
Aiôôôô,
Akilah... Para cima!
Narrador:
Lara Mara ficou
olhando o Super-Blind e sua galinha gigante voadora sobrevoar os
coqueiros de Itapuan, até que desaparecessem na linha do
horizonte!
Fim.