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Aprender com as Diferenças

MAQ – Marco Antonio de Queiroz  Profissional do SERPRO - Serviço Federal de Processamento de Dados, como Programador de Computadores, de Novembro de 1981 a Novembro de 2003. Consultor especialista em acessibilidade digital, tem 23 anos de experiência em programação de sistemas de informação e 6 anos no desenvolvimento de acessibilidade nas páginas da Web. Ministra cursos de HTML e acessibilidade Web para empresas no Brasil; Editor de artigos, desenvolvedor da versão portuguesa das Diretrizes Irlandesas de Acessibilidade, criador e conteudista do site:www.bengalalegal.com Membro do grupo Acesso Digital: estudos, pesquisa e desenvolvimento de acessibilidade em páginas web; Consultor do Centro de Vida Independente Araci Nallin (CVI AN) SP; Consultor em acessibilidade web da "Click Maujor" -www.clickmaujor.com Autor do livro: "Sopro no Corpo - Vive-se de Sonhos, Rima Editora, 2005, onde escreve sobre a perda de visão aos 21 anos e sua reabilitação. Cego, divulgador e incentivador da inclusão social e digital para pessoas com deficiência.

Teclado de Computador
MAQ

Muitas pessoas se perguntam como cegos conseguem digitar no teclado de um computador. 

A maioria imagina que possuímos um teclado especial em Braille ou, ainda, que nos utilizamos de computadores com softwares do tipo "comando de voz", que nos obedecem ao mandarmos executar tarefas, ou seja, sem utilizar o teclado.

Existem, realmente, teclados especiais para vários tipos de deficiência, inclusive a nossa.

Para nós, porém, não constituem uma grande vantagem, na maioria das vezes, nem pequena, já que o teclado comum, o de todos os computadores, nos oferece todas as condições de digitação que necessitamos para realizar tal tarefa.

Para começar, percebam que todo teclado, por convenção internacional de datilografia proveniente das antigas máquinas com esse nome, possuem pontos de referência em posições estratégicas para uma boa localização tátil do teclado. 

Dessa forma, as letras "f" e "j" possuem um ponto em relevo que, quase sempre, não são observados pelas pessoas que não sejam profissionais de digitação ou pessoas muito rápidas nesse serviço. 

Assim, caso já não o tenha feito antes, você pode sentir que nas teclas dessas letras há um ponto pequeno e, em geral, da cor da tecla, na parte central inferior, perfeitamente perceptível pelos dedos. 

Utilizamo-nos deles para colocarmos os indicadores e, a partir daí, encontrarmos todas as teclas que necessitarmos.

Com as mãos nas teclas alfabéticas centrais a partir dos indicadores na "f" e "j", dedos médios na "d" e "k", anelares na "s" e "l", mínimos na "a" e "tecla de acentuação/pontuação" e, finalmente, com os dedos polegares na barra de espaço, podemos alcançar as outras facilmente. 

Por exemplo, subindo-se uma carreira do teclado com o dedo médio esquerdo alcançarei o "e" e se continuar mais uma carreira nessa subida, chegarei ao "3".

Posso também abaixar o dedo indicador direito e encontrarei o "m", ou no teclado básico, teclar o "h" indo uma tecla para a esquerda do "j".

Na parte direita do teclado, a existência desse ponto na tecla "f" e "j" se repete na tecla "5" do teclado numérico, que nos posiciona nessa parte do teclado em específico.

Como podem notar, como as teclas nunca fogem de suas posições, não existe mistério em um cego digitar em um micro computador. 

Com o auxílio dos ledores de tela/sintetizadores de voz, softwares sonoros que podem, segundo nossa configuração, ir dizendo cada letra que está sendo digitada naquele momento, a tarefa torna-se fácil. 

Caso escutar letra a letra seja especialmente aborrecido para o sujeito, este pode desconfigurar tal propriedade, digitar tudo e ir corrigindo os erros depois, escutando tudo de uma vez e parando nos erros audíveis para consertá-los. 

Tais softwares ainda podem ler, além da tela inteira e letra por letra, palavra por palavra ou linha por linha, abrindo o leque de opções.

Existem pessoas que enxergam que são lentas na digitação, como outras muito rápidas. 

Conosco ocorre o mesmo. Tudo é uma questão de prática, necessidade e habilidade pessoal.

Fonte: Bengala Legal (http://www.bengalalegal.com/bengala.php).

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