Reinaldo Bulgarelli É sócio-diretor da Txai Consultoria, em São Paulo, empresa que assessora organizações no tema sustentabilidade e responsabilidade corporativa. Entre as empresa às quais presta consultoria estão os Bancos HSBC, Real, Santander, Bradesco, Itaú e as empresas Wal-Mart, Grupo Cofra, Whirlpool, Alcoa, Philips, entre outras. É educador, conferencista e é co-coordenador e professor no curso Princípios e Práticas de Responsabilidade Social Empresarial, da Fundação Getúlio Vargas/São Paulo (FGV/SP).
Perguntas e Respostas
Reinaldo Bulgarelli
Estamos
cercados de respostas por todos os lados.
Queremos respostas e elas estão diante de nós em
todos os lugares, em cada nascer do sol, cada flor que se abre, cada
bicho que nasce, cada criança, cada adulto ou idoso em seus
cotidianos variados.
O que não temos são as perguntas no tempo certo
para dar conta de tantas respostas.
Muitas perguntas são formuladas muito tempo depois que as
respostas foram dadas.
E ainda tem gente que se dedica a buscar respostas e não a
formular perguntas.
Ainda tem gente achando que o mais importante e concreto são
as respostas importantes e concretas para aquelas mesmas
questões que estão formulando há
séculos.
Mudem as perguntas, façam outras, invertam a ordem, busquem
resignificar as coisas e seus nomes que talvez a gente encontre mais
rápido soluções novas para os desafios
que a cada dia vamos inventando e sofisticando.
Tudo é muito complexo para ficarmos repetindo perguntas ou
para nos darmos ao luxo de não formulá-las.
Saramago nos diz isso em sua frase genial:
“Tudo no mundo está dando respostas, o que demora
é o tempo das perguntas”.
O tempo das perguntas é por demais demorado quando queremos,
como Einstein nos ensinou, resolver novos desafios com antigas
soluções.
“O mundo não vai superar a crise usando o mesmo
pensamento que a criou.”
Nossas organizações em geral, empresas, escolas,
Ongs, sindicatos, governos, precisam urgentemente repensar a forma como
produzem perguntas e aí a diversidade tem um papel
fundamental.
Com cabeças que pensam e perguntam diferente, enxergamos
respostas que antes eram invisíveis.
Quanto mais tornamos invisíveis algumas pessoas por serem
diferentes do padrão dominante que criamos, mais
invisíveis ficam as soluções que
precisamos dar no momento atual do mundo.
Marcel Proust, para quem o olhar era tudo, disse que:
"A verdadeira viagem do descobrimento não consiste em
procurar novas paisagens, mas em ver com novos olhos."
Ou seja, tudo indica que a diversidade pode nos ajudar a pensar de
outra forma, a formular novas perguntas e a ver as paisagens com outros
olhos.
Inserir diversidade na tomada de decisões é
exatamente acolher novos pensamentos, perguntas e olhares na busca de
soluções e resultados efetivos para nossos
desafios.
Faça outra pergunta para o mesmo problema e quem sabe a
resposta não estará diante de você.
Boa sorte!