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João Luís de Almeida Machado é consultor em Educação e Inovação, Doutor e Mestre em Educação, historiador, pesquisador e escritor.

O Porquê das Coisas
Para reinventar as aulas...

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Há crianças curiosas
que passam todo o seu dia
perguntando e perguntando:
- Por que a neve é tão fria?
- Por que a terra é redonda?
- Por que minha tia é minha tia?
E, assim, a cada segundo,
sem descanso e com teimosia,
elas deixam a vovó até rouca!
Por isso escrevi este livro
que mostra os porquês como um guia,
para que possam descansar um pouco
a Vovó Ana e a Vovó Maria.
É esta a razão deste livro.
você vai entender algum dia...

Criança é curiosa por natureza. Sempre pergunta os porquês das coisas do mundo que está ao seu redor. Nesse sentido o papel da escola deve ser estimular cada vez mais essa grande disposição para aprender contida nessa atitude questionadora. Nem sempre é o que acontece, pelo contrário, muitas vezes a educação acaba castrando essa vontade de conhecer o mundo que praticamente nasce com cada ser humano.

Algumas vezes isso acontece porque as pessoas se atêm a programas, planejamentos ou diretrizes de forma tão rigorosa que não encontram brechas para atender as dúvidas espontâneas que brotam no meio de explicações, aulas ou tarefas.

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Por que o elefante tem tromba?

Em outras oportunidades há um certo receio por parte dos educadores de dizer abertamente que ainda não sabem com certeza ou que seria necessária uma pesquisa que respondesse melhor essas dúvidas. O professor sente uma certa pressão da sociedade no sentido de dizer que ele realmente é um conhecedor das coisas do mundo em ampla esfera e que, conseqüentemente, não pode demonstrar desconhecimento ou dúvidas.

É até importante que os educadores manifestem-se quanto à necessidade de ler, pesquisar ou descobrir informações que ainda não possuem. As crianças precisam saber que essa prática ou atitude é normal e corrente mesmo entre os adultos. Se isso acontece entre os professores dessas crianças é muito provável que esse bom exemplo frutifique e que motive os estudantes a adotar semelhante ação de forma regular.

O livro O Porquê das coisas atende de forma instrutiva, alegre, interessante e até mesmo engraçada a natural demanda das crianças que estão nos primeiros anos escolares.

Serve para os pequeninos recém-chegados a Educação Infantil com a leitura de algumas explicações do livro por parte das professoras (que poderiam motivar conversas, solucionar dúvidas, ocasionar trabalhos ou ainda levar a novas pesquisas em casa com o auxílio da família).

Atende também as primeiras séries do Ensino Fundamental ao motivar o ensino das ciências, promover a leitura, dar mote para alguns trabalhos escritos, levar as turmas a debates ou ainda a busca de novas informações que ampliem os conhecimentos sobre os temas trabalhados.

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Por que aparece o arco-iris?

Para responder algumas das principais dúvidas da criançada, O Porquê das Coisas se organiza em áreas de interesse, que são:

1- Os porquês sobre os Animais.
2- Os porquês sobre o Corpo Humano.
3- Os porquês das Curiosidades.
4- Os porquês sobre o Tempo e o Espaço.

São mais de 25 questões respondidas em cada um dos capítulos. Todas essas perguntas são extremamente curiosas e vão de encontro a vários interesses do público ao qual se destina. Surgem as mais variadas questões inquirindo sobre o perfume das flores, as guerras no mundo, soluços, sabores, cabelos brancos, os ovos das galinhas, gatos que perseguem ratos, a hibernação dos animais, eclipses, os doze meses do ano,...

Em todas as respostas há uma evidente preocupação por parte do autor em utilizar uma linguagem acessível, fácil de entender e também agradável e engraçada aos ouvidos das crianças. Isso tudo sem perder a cientificidade e a lógica das explicações. A sugestão para a composição desse artigo me foi dada pelos meus filhos, João Vítor e Thaís (que têm 9 e 8 anos respectivamente).

Um dos comentários que fizeram foi justamente quanto ao teor científico das respostas, ressaltando que em todas as páginas que já haviam lido existia a preocupação de demonstrar que as explicações tinham como base a ciência. Lembrando mais uma vez que, apesar disso dar a impressão de que o livro pode ser complicado ou chato, a linguagem é totalmente pertinente ao público ao qual se destina.

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Por que os piratas usavam brincos?

Trabalhar com toda a curiosidade das crianças em favor do processo de ensino-aprendizagem é dever dos professores. Para que isso ocorra é interessante que além dos materiais básicos de cada aula o educador sempre leve algum outro livro ou recurso cultural que possa utilizar em momento fortuito de suas atividades.

Isso me faz lembrar um texto que li do educador americano Matthew Lippman. Nesse artigo há referências ao fato de que a escola é muitas vezes totalmente inibidora da curiosidade das crianças. Dizia o célebre pensador que antes de ingressar no ambiente escolar tanto os meninos quanto as meninas têm a sua disposição todo o ambiente doméstico para explorar. Às vezes isso resulta em choques, quedas, cortes ou esparadrapos espalhados pelo corpo.

Em tantas outras oportunidades essa liberdade do ambiente doméstico leva ao conhecimento do mundo que os cerca, com o acúmulo de novas experiências que indicam caminhos a serem seguidos, dando-lhes força para se sentirem como exploradores do universo muito mais amplo do ambiente externo ao lar.

Nas escolas essas mesmas crianças são colocadas em suas carteiras e condicionadas a seguir as ordens e tarefas a elas destinadas pelo professor, o sabe-tudo que se coloca na frente de todos. Essa camisa de força muitas vezes tolhe a criatividade e a iniciativa. Para que isso não aconteça os educadores têm que estar conscientes de seu trabalho e também das possibilidades que podem legar as crianças.

Inserir momentos de fuga, em que as crianças possam apresentar seus porquês, escutar histórias, socializar experiências, folhear livros diferentes, aprender músicas ou ainda assistir a alguns filmes diferentes pode ser extremamente motivador...

Que tal reinventar suas aulas e encontros com os alunos? O que acham de começar respondendo alguns porquês...

Avaliação deste Artigo: 3 estrelas