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Luis Antonio Namura Poblacion Engenheiro Eletrônico pelo ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica e tem especialização em Marketing e Administração de Empresas e MBA em Franchising pela Louisiana State University e Hamburguer University – Mc Donald´s. Atualmente é presidente do grupo Vitae Brasil, empresa que conta com mais de 1200 funcionários em três divisões, a Planneta, a Salute e a Solum. Com um portfólio crescente de produtos e serviços, contemplando soluções nas áreas de educação, saúde e meio ambiente.

A formação educacional e o mercado de trabalho
Luis Antonio Namura Poblacion

preparação profissional

Estar preparado para enfrentar um mercado de trabalho em constante mutação é o desafio das novas gerações. Somado a isso, é preciso conhecimento e estrutura para enfrentar as crises cíclicas na economia, que afetam diretamente o emprego. As comemorações pelo Dia do Trabalho estão chegando e me levam a confirmar a importância fundamental de uma boa formação educacional em um país que atualmente registra quase 13 milhões de pessoas desempregadas. Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que 13,7% dos adultos que não concluíram o Ensino Médio ficaram desempregados; enquanto que entre os que têm nível superior completo, este índice foi de apenas 5,3%. Isso comprova que a taxa de desemprego de indivíduos que interromperam seus estudos na educação básica foi quase o triplo da registrada entre aqueles que terminaram uma faculdade.

Os índices são preocupantes. Mais da metade dos adultos brasileiros não chegam ao Ensino Médio. E falta mão de obra qualificada. Para piorar, o país não investe no Ensino Profissional. Sem educação de qualidade, a parcela mais pobre do país não tem acesso a um bom emprego. Sem falar no retrocesso: programas educacionais como o FIES tiveram as vagas reduzidas e o MEC encerrou o programa Ciência Sem Fronteiras na modalidade de cursos para graduação.

Aliado à falta de apoio governamental para a Educação, vivemos em um país com extrema desigualdade social, com altas taxas de violência e serviços básicos precários, fatores que influenciam diretamente no tempo de escolaridade. Muitas vezes a necessidade do sustento fala mais alto do que os livros e cadernos. Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mostra que a média de escolaridade no Brasil é de apenas 7,8 anos.

Muito se fala sobre a reforma do Ensino Médio, que é realmente necessária. No entanto, as deficiências encontradas nos anos finais da educação básica – e que trazem por consequência dificuldades de ingresso na faculdade e no mercado de trabalho – são oriundas, na maioria das vezes, da má formação dos alunos lá atrás, no Ensino Fundamental, que é quando se começa verdadeiramente o aprendizado das diversas disciplinas em sala de aula. Aí está o cerne do problema. Para ingressar no Ensino Médio e ter um bom desempenho, crianças e adolescentes precisam primeiro ter passado por um Ensino Fundamental de qualidade.

É verdade que uma melhora vem acontecendo, a passos lentos, mas vem. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) tem apresentado médias crescentes ao longo dos anos. Em 2015, por exemplo, a média das notas nos anos iniciais do Ensino Fundamental ficou em 5,5, ultrapassando a meta que era de 5,2. É pouco ainda, mas já indica um avanço.

Não há receita de bolo, ou melhor, existem várias receitas, mas falta o principal: o comprometimento do Governo com a Educação. Para começar uma mudança profunda, não se pode deixar de fora aqueles que exercem o papel mais importante em todo o processo de transmitir conhecimento às nossas crianças: os professores. Alguns deles, também são mal formados. O censo do MEC mostrou que 15% dos docentes da Educação Básica não têm ensino superior. Desmembrando esse número, vemos que na Educação Infantil, 6,2% dos professores estudaram somente até o Ensino Fundamental e 18,1% não terminaram nem o Ensino Médio. Já no Ensino Fundamental, 3,7% dos professores que estão lecionando não terminaram nem o Ensino Médio e 5% deles estudaram só até essa etapa. Cursando o ensino superior, são apenas 6% dos educadores.

As prefeituras, responsáveis por 61,3% das escolas brasileiras, têm que arregaçar as mangas! É preciso oferecer cursos de formação e atualização para nossos educadores, dando condições para que eles desenvolvam aulas mais completas e ricas de conteúdo, tendo, inclusive, a tecnologia como aliada. Eles precisam ter acesso a uma metodologia atualizada de ensino, moderna e instigante, que contribua não só para transmitir os conteúdos didáticos tradicionais, mas que desenvolva também nos alunos a criatividade, a vontade de ler e de buscar novos conhecimentos, habilidades cognitivas e socioemocionais fundamentais para prepará-los como cidadãos e para o novo mundo do trabalho.



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