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Gisele Vitório Coordenadora pedagógica em instituição de ensino profissional, consultora educacional e formadora internacional da Aprendizagem Sistêmica-Kagan na Planneta, empresa do grupo Vitae Brasil. Já atuou como professora técnica, expositora e facilitadora de aprendizagem em oficinas de simpósios e eventos internacionais de educação.

A importância de Grupos Cooperativos para dinamizar o aprendizado
Gisele Vitório

técnicas, estratégias e recursos

Em todo o mundo, o trabalho em grupo torna-se cada vez mais essencial. E, nas escolas, o aprendizado cooperativo faz parte de uma estratégia de gerenciamento de sala de aula e de organização para que os alunos realizem tarefas e atividades de aprendizagem. Com a experiência acumulada em anos de magistério, foi possível verificar que o trabalho em grupo tradicional não era tão efetivo, visto que os alunos não têm papéis definidos e também agem de forma independente, formando as chamadas “eu-quipes”.Para melhor entendimento das diferenças entre os tradicionais trabalhos em grupo e o de grupos cooperativos, observem:

• Nos grupos cooperativos há uma interdependência positiva entre os membros do grupo. Cada aluno se interessa pela ideia ou ação de todos os seus companheiros. Nos trabalhos em grupo tradicionais, normalmente um aluno lidera com suas opiniões, ideias ou ações.

• No aprendizado cooperativo, há a responsabilidade individual e uma corresponsabilidade entre os membros do grupo com respeito ao trabalho a realizar. Nos grupos comuns, cada aluno faz a sua parte, sendo esta a responsabilidade de cada um.

• A composição do grupo de trabalho cooperativo é heterogênea, em contraposição ao trabalho em grupo tradicional, no qual impera a homogeneidade.

• As técnicas, estratégias e recursos necessários para o trabalho em grupos cooperativos são desenvolvidas com a ajuda do professor; já no trabalho em grupo tradicional, entende-se que o aluno já tem conhecimento intrínseco sobre grupos.

Os grupos cooperativos criam uma dinâmica e uma estrutura grupal de aprendizagem que permitem a aquisição de conhecimentos, além de comparação, fruto da interação e cooperação entre os alunos. Além disso, o professor pode oferecer um apoio mais individualizado, desenvolvendo uma verdadeira atenção à diversidade de ritmos, capacidades e interesses dos alunos dentro da sala de aula.

O aprendizado cooperativo representa uma mudança na estrutura das atividades, na estrutura de autoridade em sala de aula e na estrutura de recompensa. Desta forma, para garantir que o aprendizado seja efetivamente cooperativo, é preciso organizar os grupos de trabalho.

Para a organização de grupos cooperativos, os alunos devem ser divididos em pequenos grupos (4 pessoas), heterogêneos (em gênero, etnia, interesses, motivações, capacidades, desempenho). É importante seguir o seguinte processo:

• Descobrir o número total de alunos na sala de aula.

• Avaliar a relação alunos/grupos necessários para a realização da atividade.

• Escolher um critério para formação de grupos.

• Definir os grupos a partir do critério estabelecido.

• Organizar os alunos de forma que em cada grupo haja habilidades heterogêneas.

• Analisar as combinações de grupos e perfis de cada aluno.

Para trabalhar em grupos cooperativos, é importante que os alunos exerçam habilidades sociais, isto é, organização; relacionamento interpessoal; resolução de conflitos; divisão de responsabilidades e tarefas. Já o professor deve desenvolver as habilidades relacionadas à capacidade de antecipação da ação e dos problemas que impedem o bom funcionamento do grupo; fazer a previsão do material; prover a infraestrutura para as tarefas a realizar; e organizar o tempo necessário para completar as fases do trabalho.

O trabalho com grupos cooperativos é, portanto, a chave para alcançarmos as competências do século 21 com os alunos, além de ser uma forma de tornar as aulas mais atrativas, enérgicas e ricas fontes de aprendizado.



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