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Luis Antonio Namura Poblacion Engenheiro Eletrônico pelo ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica e tem especialização em Marketing e Administração de Empresas e MBA em Franchising pela Louisiana State University e Hamburguer University – Mc Donald´s. Atualmente é presidente do grupo Vitae Brasil, empresa que conta com mais de 1200 funcionários em três divisões, a Planneta, a Salute e a Solum. Com um portfólio crescente de produtos e serviços, contemplando soluções nas áreas de educação, saúde e meio ambiente.

Ensino técnico pode ser a luz no fim do túnel para melhorar os níveis de estudo da população brasileira
Luis Antonio Namura Poblacion

formação técnica, desemprego

O Brasil é um país marcado pela desigualdade social e isso pode ser percebido em diversos setores. Um dos mais importantes é a educação, inclusive nos níveis mais avançados de estudos, o que afeta diretamente a qualidade de vida dos trabalhadores brasileiros. Pesquisa recente desenvolvida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostrou que o trabalhador brasileiro com um diploma de nível superior recebe 140% a mais do que um profissional que concluiu apenas o Ensino Médio. Essa diferença é a maior entre os 40 países analisados pela OCDE.

O ensino superior ainda é algo quase inatingível para brasileiros de algumas regiões do país. No Maranhão, no Nordeste do país, por exemplo, apenas 7% da população entre 25 e 37 anos frequentam uma universidade. Já no Distrito Federal esse contingente sobe para 35%. Em todo o país, apenas 15% dos universitários conseguem concluir os estudos. De acordo com a OCDE, esse número é mais baixo do que a metade da média global, que é de 37%, e também do índice de países vizinhos como Argentina, Colômbia e Chile – todos na casa dos 22%.

Muito desse índice se dá pelo alto custo de se cursar uma faculdade no país, seja ela pública ou privada, porque mesmo o ensino público exige uma boa preparação para competir com os milhares de estudantes que disputam poucas vagas e essa preparação custa caro. A solução que muitos encontram é recorrer aos financiamentos estudantis e às bolsas, tanto que 75% dos estudantes universitários brasileiros estão em instituições privadas, enquanto a média mundial é 33%.

Mas a posse de um diploma de ensino superior não é a única forma de valorizar o trabalhador. Os empregadores precisam levar em consideração que a mão de obra técnica é extremamente necessária. Esse desprestígio de carreiras ligadas a um diploma de ensino médio gera preconceito inclusive dos estudantes, que querem estudar para trabalhar em escritórios e não para virarem mecânicos. Em razão disso, no Brasil investe pouco em ensino técnico. Apenas 9% dos estudantes de ensino médio recebem formação técnica – a média dos países da OCDE é de 46%.

Todos esses índices se refletem diretamente no nível de desemprego do país. Além dos salários maiores, profissionais com ensino superior têm taxa de desemprego menor com relação aos profissionais de nível médio. No segundo trimestre deste ano a taxa de desemprego entre profissionais com ensino superior foi de 6,4% enquanto que para aqueles com apenas o ensino médio foi de 14,6%.

É preciso mudar esse cenário. A valorização do diploma técnico é uma das principais portas para mudar a cara do desemprego do país e melhorar os níveis de estudo da população.



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