No filme da vida de cada um de nós, quando atingimos a maturidade, há sempre um capítulo especial dedicado aos nossos filhos. Este capítulo se estende do sonho que acalentamos de tê-los conosco - imaginando como seriam, com quem iriam parecer, desejando que fossem fortes e saudáveis - e que dura até o momento em que nossas existências terminam.

Filhos nos fazem olhar a vida de outro modo, tirando do centro das atenções os nossos próprios desejos, abrindo mão daquilo que antes era somente para nós mesmos e doando em prol daqueles que irão continuar as nossas sagas familiares tudo o que estiver ao nosso alcance. E me refiro aqui não apenas ao conforto do mundo material, mas especialmente ao carinho, o companheirismo, a amizade, as regras, os limites, as orientações, valores, ética, paz e amor que irão dar a eles o rumo que precisam ter em suas vidas.

Não são apenas a continuidade do nosso sangue e a consagração do amor que sentimos um pelo outro, são únicos, especiais, autênticos, exclusivos. Por vezes reclamam, nos negam, se rebelam ou mesmo nos odeiam por alguns segundos (especialmente quando contrariados), mas no fundo mesmo carregam no íntimo uma paixão sem fim por seus pais e por suas raízes e levarão isso para o mundo...

A paternidade e a maternidade constituem, neste sentido, um presente inigualável nesta nossa jornada com tempo contado por este planeta em que existimos...