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Ana Paula Barros de Paiva Pedagoga, atuando como Supervisora de Projetos Educacionais, com foco em Tecnologias Educacionais, pós graduanda em Gestão Escolar - Orientação e Supervisão.

A Base Nacional Comum Curricular e os Recursos Tecnológicos
Ana Paula Paiva

tecnologias educacionais, linguagem digital

A “Base Nacional Comum Curricular”, vem apresentar uma proposta para alicerçar os objetivos de aprendizagem na educação do país. Um documento a ser lido e compreendido, para então planejar a melhor forma de contextualizar com a realidade de cada município é necessário um forte empenho para elaborar estratégias e integrá-la de forma responsável e coerente.

Para discutir elementos da base se faz necessária uma equipe diversificada, com gestoras, coordenadora pedagógica, professores, comunidade (pais e alunos), para que os pontos sejam discutidos e previstos para integrar ao cotidiano escolar, este trabalho demandará tempo, afinal são muitos pontos a serem analisados. Portanto, abordarei neste artigo um fator que não podemos deixar passar desapercebido, o uso dos recursos tecnológicos na Educação Infantil e Ensino Fundamental.

A base não dedica um capítulo para abordagem deste item, tal fato que nos leva a considerar que os recursos tecnológicos não devem ser tratados de forma desintegrada do processo de ensinar e aprender, não é algo para ser visto como uma coisa a mais, mas sim um importante recurso didático para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias para a formação integral da criança/aluno, que ao iniciar sua vida escolar já traz experiências diversas, tanto de convivência familiar, como de exploração de diferentes elementos gráficos e tecnológicos, desde uma simples televisão que faz parte do seu dia a dia, como também a interação com celulares, tablets, etc. Tal qual abordagem, ficará a critério de cada município a melhor forma de implantar e abordar as aulas no contexto digital, já que o investimento não entra somente na aquisição de produtos, mas também na Formação Continuada e Acompanhada de todo o corpo docente, equipe gestora e equipe técnica das secretarias de Educação.

Muitas vezes entende-se que o uso de ferramentas tecnológicas é algo a mais para a escola, porém este uso consciente não é para dar aulas de informática, mas sim ser utilizado como recurso didático para que o professor oportunize formas diferenciadas para que os alunos vivenciem novas propostas de aprendizagem.

As Competências Gerais da Base Nacional Comum Curricular, encontradas nas páginas 18 e 19 que apresentam esta utilização dos recursos, são:

- Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social e cultural para entender e explicar a realidade (fatos, informações, fenômenos e processos linguísticos, culturais, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos e naturais), colaborando para a construção de uma sociedade solidária.

- Utilizar conhecimentos das linguagens verbal (oral e escrita) e/ ou verbo-visual (como Libras), corporal, multimodal, artística, matemática, científica, tecnológica e digital para expressar-se e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e, com eles, produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

- Utilizar tecnologias digitais de comunicação e informação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas do cotidiano (incluindo as escolares) ao se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas.

Percebe-se que o uso não está restrito a um único objetivo de aprendizagem, ele está apresentado de forma a atender qualquer conteúdo pedagógico, tornando aqui o aluno protagonista de sua aprendizagem, e o professor o mediador da aprendizagem, aquele que mostrará aos alunos que recursos utilizados no dia a dia que podem ajudar, e muito a forma que eles aprendem na escola, desenvolvendo sua criticidade e uso com responsabilidade.

Contudo, está claro que a base prevê uma integração de recursos para desenvolver a colaboração na sala de aula e compartilhamento de informações, fazendo uso assim de recursos online e off-line para ampliar a troca de experiências entre alunos e professores da mesma escola, como também entre escolas, sendo da mesma cidade e até mesmo de cidades diferentes.

Tecnologia

O documento apresenta de forma geral, mas contextualizada os termos: tecnologia, tecnológica, digitais, tecnologias digitais de comunicação e informação; ou seja, não fala do recurso em si, mas sim da utilização que se faz necessária, permitindo que os municípios e suas escolas caminhem de forma adequada a sua realidade, pois não é possível orientar que todas as cidades do país tenham determinado equipamento, sendo que alguns estão tentando se estruturar para suprir demandas básicas da comunidade escolar, mas também não podem estar fechadas para a transformação constante da sociedade.

Afinal, já dizia o provérbio: “Mais vale pouco e acertado que muito e errado", refletir antes de agir, para que assim as pequenas decisões assertivas tragam resultados positivos no processo de ensino e aprendizagem.



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