Educação e Tecnologia
Blended Learning, um salto no aprendizado
Suelen dos Santos Braga
O cenário educacional vem sendo alterado constantemente, principalmente em razão da inserção das tecnologias digitais dentro e fora das salas de aula. Apropriar-se das ferramentas digitais e utilizá-las a favor da aprendizagem é um grande desafio para educadores que estudaram e aprenderam a ensinar em uma era que não contava com tantos recursos de interação e colaboração.
Segundo a UNESCO (2016), as tecnologias de comunicação e as redes sociais são um catalizador essencial para essa transformação. A juventude de hoje tem uma formidável oportunidade, pois é a geração mais informada da história e também a mais engajada em modos alternativos de ativismo civil, social e político. Isso ocorre por eles serem encorajados, por meio das redes sociais, a seguir o caminho da mobilização, colaboração e inovação.
Certamente este é um dos motivos pelo qual a metodologia do Blended Learning vem ganhando cada vez mais espaço no cenário 3.0, já que o objetivo é aperfeiçoar o desempenho dos alunos – bem como sistematizar práticas pedagógicas – por meio do ensino presencial e a distância, tendo uma base alicerçada em aulas interativas que possibilitam feedbacks e incentivam o engajamento, a motivação e a troca de experiências.
O Blended Learning conceitua-se em gerenciar ações que possibilitam a continuação do aprendizado em ambientes virtuais, utilizando os recursos disponíveis na Internet, para comunicar, pesquisar, discutir questões e exercitar o senso crítico. Isso possibilita ao aluno ser um curador de conteúdo, contribuindo para que ele desenvolva habilidades do século 21.
Existem dois meios diferenciados de ensinar por meio do Blended Learning: síncrono e assíncrono. No modelo síncrono, educador e alunos utilizam diferentes recursos tecnológicos ao mesmo tempo para se conectarem, semelhante à uma sala de aula. Alguns exemplos de recursos síncronos são telefone, web conferência, chat, vídeo conferência. A web conferência possibilita ao educador ministrar aulas de modo que os alunos possam vê-lo e ouvi-lo, interagindo com perguntas e discussões.
Já no modelo assíncrono, educador e alunos não estão conectados ao mesmo tempo. Exemplos de assíncronos são e-mails, fóruns e outros recursos em que o aluno pode enviar dúvidas, críticas e sugestões, acessando o conteúdo no momento que achar pertinente. Neste formato, o educador pode responder dúvidas e participar de discussões em momentos diferentes, como por exemplo, o aluno publica uma pergunta às 9h e o professor responde às 17h. A diferença no modo assíncrono é que o tempo pode ser gerenciado da melhor forma por educadores e alunos.
Na perspectiva de Moran (2005) “ensinar e aprender, hoje, não se limitam apenas ao trabalho dentro de uma sala”. Implicam, frequentemente, em transformar o que fazemos fora dela também, seja no modo presencial ou virtual. Ainda segundo o autor, torna-se indispensável a presença do professor porque o encontro físico facilita o conhecimento mútuo na medida em que são estabelecidos laços que fortalecem a confiança para depois gerenciar o processo de aprendizagem, como por exemplo, organizar grupos e discutir propostas.
Para garantir o sucesso do Blended Learning a interação, além de fundamental, é indispensável. É necessário incentivar os alunos a gerenciar as tarefas para uma compreensão aprofundada do conteúdo apresentado para que, assim, possam compartilhar informações, discutir questões e solucionar problemas. A comunicação entre os alunos fomenta a oportunidade de compartilhar experiências e aplicar o que estão aprendendo, aguçando novos conhecimentos e novas habilidades.
Atualmente as plataformas disponíveis oferecem uma coletânea de funcionalidades que permitem elaborar e gerenciar espaços de aprendizagem por meio dos quais os alunos podem compartilhar e interagir, seja com outros alunos ou com o educador. E em muitas soluções disponíveis no mercado não é necessário investimento, como o Blackboard, Moodle e Dekeos. Aplicativos para comunicação imediata também devem ser usados como Skype, WhatsApp, bem como as redes sociais, onde o educador pode organizar grupos privados, chat, além de compartilhar vídeos, imagens, podcast e outros conteúdos interativos, possibilitando ao aluno acesso de onde quer que ele esteja.
A Planneta oferece formações para Educadores que incentivam a prática do Blended Learning, visando a integração dos recursos tecnológicos aos conteúdos pedagógicos, além de promover a prática colaborativa.
# Aprendizagem Ativa e Aprendizagem Colaborativa: Qual a diferença?