Carreira
Elogiar é proibido?
João Luís de Almeida Machado
Seu funcionário conseguiu fechar um bom negócio? A apresentação do produto pela equipe de marketing ficou ótima? O treinamento oferecido pelo RH teve avaliação positiva por todos os participantes? Um novo produto surgiu a partir da sugestão de um jovem e recém-chegado colaborador? Sua gerente financeira conseguiu diminuir custos bancários numa difícil negociação com seu fornecedor?
Quantas notícias boas!
Tudo decorrente da ação de equipes e profissionais qualificados que foram aos poucos sendo contratados e efetivados em sua empresa. Parabéns pela seleção que lhe permite contar com gente tão qualificada e eficiente.
Quais os próximos passos?
Para começo de conversa: Elogiar é permitido? Caso seja, inicialmente parabenize o colaborador e todos os que atuaram para que os expressivos resultados fossem atingidos.
Por incrível que pareça há empresas em que os gestores não se permitem o elogio a seus subordinados pois pensam que isso representa uma valorização e que isso pode repercutir na renovação dos contratos.
É claro que essa perspectiva existe e é real, a de aumentar o salário e melhorar a posição do funcionário na empresa, mas tudo é gradual e as pessoas entendem que o feedback positivo e também a crítica são necessários para manter o rumo, modificar o que for necessário, alterar completamente o cronograma de ações se as coisas não estiverem ocorrendo do jeito como deveriam.
Tanto o elogio quanto a crítica são necessários demais.
Se só o feedback negativo impera ou se a este é dado ênfase acentuada, o provável é que a empresa acabe perdendo seu mais importante ativo, o capital humano. Treinar, preparar, estimular, alimentar e confiar em sua mão de obra é importantíssimo. Caso alguma destas ações não esteja sendo feita corretamente o caminho mais certo para seus profissionais, sejam eles executivos em altos cargos ou operadores de máquinas em sua linha de produção, é a busca por espaços onde o sol venha algum dia dar a eles a sua graça.
O profissional, seja em que nível for, espera feedback, reconhecimento, críticas construtivas e, em certos casos, até mesmo algumas “duras” por algum resultado muito negativo. Igualmente para qualquer funcionário há o sol no horizonte, ou seja, uma luz a indicar a possibilidade de crescer na empresa, de ganhar mais espaço, de ter melhores salários e outros benefícios.
É certo que o mercado tem muita mão de obra disponível (acredite, no entanto, que muitas vezes quantidade não significa qualidade), e que perder fulano, ciclano ou beltrano pode não parecer tão doloroso. Não condiz, no entanto, esta prática com o que as principais empresas norte-americanas, europeias e japonesas têm em mente, pois investem cada vez mais em manter pessoas que demonstram qualidades e atingem resultados expressivos.
Perder estas pessoas pode significar para sua empresa municiar os concorrentes diretos. Se não bastasse isso, há custos para treinar, preparar alguém para ocupar a vaga aberta, fazer com que o novo contratado entenda a filosofia da sua empresa. Tudo isso tem, além do custo em dinheiro, um outro senão, relacionado ao tempo que a empresa irá ter que gastar para preparar o novo profissional contratado.
De qualquer modo, o importante é saber que elogiar ou criticar não significam custos ou demissões, mas feedback necessário para a orientação de quem trabalha na empresa.
Este feedback poderá, a curto, médio ou mesmo longo prazo, resultar em promoção, melhores salários ou em demissão, no caso das críticas que não resultam em melhoria dos processos, da atitude e da postura do profissional. De qualquer modo, se a empresa não bate palmas para um de seus funcionários, se não bonifica quem aumenta os lucros da companhia, se não valoriza quem inova ou aquele que cria um canal de comunicação sem igual com seu cliente, o prejuízo ao final será muito maior do que se você der o devido crédito a quem merece!
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