Planeta Educação

Carpe Diem

João Luís de Almeida Machado é consultor em Educação e Inovação, Doutor e Mestre em Educação, historiador, pesquisador e escritor.

O verdadeiro espírito de Natal
João Luís de Almeida Machado

imagem de natal

Nunca me esqueço de uma cena de Natal que foi muito marcante para todos em minha casa. Todos os anos, quando nossos filhos eram crianças, fazíamos uma arrumação nos armários deles para verificar, entre os brinquedos que possuíam, quais deles poderiam ser dados a crianças carentes de bairros pobres de nossa cidade natal, onde morávamos então.

Os brinquedos tinham que estar em bom estado, nenhum deles poderia estar quebrado ou faltando peças e, se algum deles estivesse bom e precisasse de algum pequeno conserto, estávamos prontos para consertá-lo. Juntávamos então algumas bonecas, carrinhos, bolas, jogos e outros itens aos quais adicionávamos todos os anos um lote de 20 a 30 itens que comprávamos em lojas de comércio popular para poder presentear mais crianças.

Sempre levávamos nossos filhos juntos quando íamos distribuir os presentes de Natal, o que era uma festa, pois nosso carro logo ficava rodeado de meninos e meninas ansiosos por um brinquedo para alegrar sua infância. Numa destas idas, minha filha, que então devia ter uns 6 anos de idade, ao pegar uma boneca que escolhera para dar mas que sempre fora uma de suas preferidas, abraçou o brinquedo, num belo gesto de afeto e carinho, próprios das crianças, olhou para a menina que estava em frente a ela e, sem pensar duas vezes, ofereceu-lhe aquele presente. Foi realmente inesquecível!

E tantas foram as vezes em que ela e meu filho ou mesmo nós, adultos, nos emocionamos ao proporcionar, com este simples gesto de estender a mão para o próximo, sentimos o verdadeiro espírito do Natal.

Natal é sinônimo, para os cristãos, do nascimento do menino Jesus e, com ele, da fé e esperança num mundo melhor, de bondade, fraternidade, paz e muito amor.

Compartilhar presentes é uma forma de celebrarmos este dia especial. Juntar a família ao redor de uma mesa para a ceia, cantando e rezando, dividindo alegrias e festejando este momento único da cristandade é, igualmente, algo mágico e maravilhoso.

Estender a mão para quem não tem a mesma possibilidade é, entretanto, o que realmente agrega os significados mais belos e preciosos do Natal, independentemente da religião das pessoas, pois simboliza o que há de melhor na humanidade e nos cultos e ritos por ela celebrados, ou seja, a sua capacidade de se doar pelos outros. O Natal Solidário é assim!

Neste e em tantos outros momentos festivos que reúnem as pessoas no final do ano, no Natal e Réveillon, são muitas as iniciativas individuais e coletivas em prol de pessoas e famílias carentes. As pessoas arrecadam recursos para comprar presentes e distribuir entre as crianças órfãs ou carentes, são realizadas ceias coletivas em bairros mais pobres, famílias buscam brinquedos e oferecem alimentos para quem não tem tal felicidade neste momento do ano, instituições religiosas arregimentam o esforço de seus membros para oferecer ajuda a quem precisa, empresas doam recursos para festividades e brinquedos doados em instituições e tantas outras ações marcantes e de grande valor.

Não são só os bens e os alimentos doados que tornam tais iniciativas de grande valor. A mão estendida, o gesto fraterno, a doação do tempo e dos esforços é, certamente, o maior presente de todos.

Presenciei iniciativas de doação pré-natalinas pela televisão, internet e em meu ambiente de trabalho em que as pessoas agraciavam crianças, famílias carentes e idosos em asilos com pequenos, mas valorosos, presentes que, na realidade, traziam em seu âmago, a esperança de um mundo melhor, em que as pessoas sejam mais fraternas e capazes de fazer o bem, seguindo no Natal e ao longo de todo o ano, a luz de bondade e fé acendida todos os anos na noite de nascimento de Jesus. Faça deste o melhor Natal de sua vida, faça um Natal Solidário. E boas festas!



Leia também…

# Planejamento antecipado para o ano que vem

# O coração da empresa


Avaliação deste Artigo: Matéria ainda não avaliada.