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A Semana - Opiniões

Tom Coelho é educador, palestrante em gestão de pessoas e negócios, escritor com artigos publicados em 17 países e autor de oito livros.

Empreender é preciso
Tom Coelho

jovem empeendedor em pé no escritório

“A sorte é imprevisível. Que o teu anzol esteja, pois, sempre atirado às águas.Num açude onde menos o esperas, aparecerá um peixe.”(Ovídio)

Em abril do ano de 2002 fui convidado a integrar o quadro de colunistas de um importante site educacional. Decerto, foi com grande alegria que aceitei a tarefa, passando a redigir artigos com foco num tema que permeia não apenas minha carreira, mas minha vida: o empreendedorismo.

Creio no empreendedorismo como estratégia competitiva e como única alternativa viável no combate ao desemprego e às desigualdades socioeconômicas, pois os aspectos reais de uma Economia devem ser produção, emprego e crescimento. O desemprego do homem, disse João Paulo II, deve ser tratado como tragédia e não como estatística econômica. Por isso, estimular a prática empreendedora tornou-se, antes de tudo, uma profissão de fé.

Alguns empreendedores são natos, de fato nascem prontos. Uns, desenvolvem esta habilidade. Outros, sequer se apercebem de tão precioso dom. Mas, assim como não se nasce “empregado” – nosso sistema educacional é que nos conduz a sermos “funcionários” –, o empreendedorismo pode ser ensinado. Mas que fique claro uma coisa: empreendedorismo é um jeito de ser e não de saber. Está vinculado mais à atitude do que ao conhecimento. Assim, deve ser não apenas aprendido, mas apreendido. Não apenas compreendido, mas vivenciado.

Não sou um teórico do empreendedorismo. E admiro expoentes como Fernando Dolabela e José Dornelas que muito têm contribuído para a inserção deste tema no cenário acadêmico. Mas falo sobre o assunto com a propriedade de quem desde os 14 anos de idade educou o olhar para enxergar oportunidades de negócio. Uma daquelas pessoas que olham para um vaga-lume imaginando uma usina hidrelétrica ecologicamente correta.

Assim, atuei em empresas de pequeno e médio porte, em cargos de direção, tanto como colaborador quanto como associado. Ou seja, já estive dos dois lados do balcão. E continuo a empreender, seja em meu próprio negócio, como empresário; seja no negócio de outros, como consultor.

Por conta deste perfil, já colecionei sucessos, transformando empresas inexpressivas em líderes de mercado. Entretanto, também estive à frente de empresas que quebraram. E entenda-se que quebrar, no mundo corporativo, não precisa ser tomado como uma condição jurídica falimentar, mas como uma situação na qual o investimento feito não retorna ou um projeto desenvolvido deixa de ser concluído. É o correspondente direto do perder o emprego. Pessoas são demitidas, empresas fecham. Nisso reside uma grande lição: é preciso discernimento para reconhecer o fracasso, coragem para assumi-lo e divulgá-lo e sabedoria para com ele aprender.

Escrever, por sua vez, é uma de minhas paixões. Um hobby solitário de postar-se diante da tela do computador e conversar com o teclado. É quando encontro comigo mesmo e com todos os que me cercam e me inspiram. Assim, de colunista de um único site, conforme descrito no início deste texto, centenas de veículos da mídia digital e impressa em países dos quatro cantos do mundo difundem meus artigos e ideias, proporcionando-me novos contatos profissionais e novas amizades nunca antes imaginadas.

Ser empreendedor significa isso: estar com o anzol atirado às águas. Adotar uma postura que envolve iniciativa e acabativa, comprometimento e persistência, autoconfiança e persuasão, entre tantas outras competências. Significa adotar estas práticas para si e para os outros, na vida pessoal e na carreira, deixando de ser um mero empregado e tornando-se um profissional empreendedor.



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