De Olho na História
Recortes da vida cotidiana na Grécia Antiga
Esportes, Cultura, Vida Familiar e Vaidades
A prática de esportes era atividade regular entre os homens gregos.
Seu ápice
ocorria no período das Olimpíadas.
As provas restringiam-se
aos homens
que as disputavam sem roupas.
Na Grécia Antiga, aos homens cabiam as responsabilidades públicas, isso fazia com que ficassem muito tempo longe de casa. Entre suas principais atribuições estavam a política, a produção agrícola, o comércio marítimo, a caça e o artesanato. Para se divertirem, eles gostavam de praticar certos esportes como a luta livre, andar a cavalo e a participação nos jogos olímpicos. A população masculina grega também se juntava para comer e beber vinho, em reuniões onde não admitiam a presença de mulheres.
As mulheres estavam restritas ao ambiente doméstico (exceto no caso das espartanas). A elas era permitida a participação em alguns rituais religiosos, enterros, casamentos e visitas rápidas a vizinhas e amigas. Em suas casas, as mulheres gregas tinham que cuidar do trabalho doméstico e criar os filhos. Muitas mulheres gregas tinham escravas que cozinhavam, limpavam e trabalhavam nas plantações. Escravos eram comprados para garantir a segurança das casas. Esposas e filhas não eram admitidas nos Jogos Olímpicos, pois os atletas não usavam roupas, participando pelados das provas.
Quando nasciam as crianças gregas, os pais realizavam um ritual doméstico em que carregavam seus filhos, dançando pela casa, totalmente nus. Amigos e parentes mandavam presentes. A família decorava a entrada da casa com galhos de oliveiras (se a criança fosse um menino) ou um pedaço de lã (em caso de meninas).
As meninas só deixavam de morar nas casas de seus pais depois de se casarem (exceto em Esparta). Como suas mães, era-lhes permitido participar de alguns rituais, enterros e visitar parentes e amigos por períodos de tempo muito curtos. Seu trabalho era ajudar a mãe nas tarefas domésticas ou mesmo no trabalho nos campos, quando preciso.
Os gregos consumiam peixe regularmente, sendo essa uma de suas principais
atividades
econômicas
e base alimentar. As mulheres viviam mais restritas ao ambiente doméstico,
onde uma de suas principais e mais regulares ações era a tecelagem.
Na maior parte das cidades-estado gregas, os meninos ficavam em casa ajudando nos campos, velejando ou ainda pescando. Quando completavam seis ou sete anos iam as escolas.
As crianças possuíam animais de estimação e brinquedos de uso corriqueiro. Entre os bichos domésticos prevaleciam tartarugas, bodes, cachorros, ratos e pássaros. Os brinquedos mais populares eram os ioios, bonecas feitas de terracota, cavalos (com rodas nas bases) puxados por cordas, animais feitos com massinha e chocalhos.
A base da sociedade grega antiga era constituída pelos escravos. Eram eles que tinham que fazer o trabalho mais pesado nos campos, no artesanato, nas lojas, nos barcos e também na mineração. Suas vidas não eram muito diferentes daquela que levavam os cidadãos pobres das polis gregas. Aos escravos eram proibidas muitas coisas como ir a escola, participar da vida política ou mesmo usar seus próprios nomes. Seus nomes eram dados pelas pessoas que os possuíam. Eles eram considerados bens (ou mercadorias) e como tal pertenciam aos cidadãos gregos.
As pessoas que se tornavam escravos eram prisioneiros de guerras, alguns filhos de escravos que adquiriam essa condição por hereditariedade. Crianças abandonadas a sua própria sorte nas cidades da Grécia Antiga acabavam sendo resgatadas por algumas famílias e, para viver em suas casas tinham que trabalhar como escravos. As cidades gregas tinham quantidades elevadas de escravos, muitas vezes equivalente ou mesmo superior ao número de cidadãos.
As casas gregas (entre os séculos VI e V a.C) eram construídas com dois ou três cômodos, tendo ao seu redor um grande jardim, sendo feitas basicamente com pedras, madeira ou ainda tijolos. Casas maiores ainda possuíam cozinhas, um espaço para banhos, uma sala de jantar para homens e, talvez, uma área onde as mulheres podiam sentar-se e conversar. Os jardins eram utilizados para que homens e, especialmente as mulheres, pudessem receber amigos ou apenas apreciar uma boa conversa sem sair de casa. Era comum que as mulheres costurassem ou tecessem malhas no jardim de suas casas.
As fábulas de Esopo, como aquela em que a raposa desdenha as uvas, estavam
entre as mais tradicionais histórias
contadas entre as famílias gregas
ao lado dos relatos mitológicos derivados da produção de Homero.
Os gregos da Antiguidade gostavam muito de contar e ouvir histórias e fábulas. Uma de suas atividades favoritas consistia em reunir a família no jardim para que as crianças pudessem escutar as histórias contadas pelo pai ou pela mãe. Entre as histórias mais populares contadas pelos gregos estavam as fábulas de Esopo e os contos da mitologia grega, derivados das sagas de Homero, “A Ilíada” e “A Odisséia”. Outra atividade comum nos jardins gregos era cozinhar e apreciar parte de suas refeições em seus belos e bem cuidados jardins.
Como parte de sua alimentação, os gregos costumavam consumir cereais como o trigo, o centeio, a cevada ou ainda a aveia. Cultivavam e comiam regularmente azeitonas (e o azeite de oliva), uvas e figos. Criavam bodes, ovelhas e cabritos dos quais extraíam a carne, o leite e as peles (além dos chifres, usados para confeccionar vários acessórios). O leite de ovinos e caprinos permitia aos gregos a produção de queijos variados e de grande qualidade. Nas cidades localizadas em regiões costeiras tinham ainda a possibilidade de usar e abusar do consumo de peixes e frutos do mar, muito comuns na mesa dos gregos. O consumo de carnes era mais comum em festividades religiosas ou em ocasiões especiais como celebrações de casamentos ou nascimento de filhos.
O vestuário dos gregos era simples e compunha-se, basicamente, de roupas de linho no verão e de lã no inverno. Essas peças podiam ser compradas na ágora, o local onde se estruturava o comércio nas pólis gregas, mas essas peças custavam muito caro, por esse motivo a maior parte das famílias pobres produzia suas próprias vestimentas. Uma boa parte dessas roupas mantinha a cor original da lã ou do linho, algumas passavam por um processo de colorização com tinturas.
Eram feitas pelas mulheres das casas, algumas peças confeccionadas pela esposa ou pelas filhas, a maioria pelas escravas. Ornamentos que representavam a cidade-estado de origem dessas pessoas eram produzidos e colocados junto com as roupas ou ainda pintados nas mesmas. A utilização de brincos, anéis, correntes, gargantilhas ou qualquer outra espécie de jóias estava restrita as famílias mais ricas e tradicionais das pólis. Era comum que homens e mulheres usassem perfumes feitos a base de flores e ervas.
A ágora era o centro das pólis gregas, local onde existiam prédios públicos e religiosos
e também destinado ao comércio e as discussões políticas.
A vaidade e os cuidados com a beleza faziam parte do cotidiano de homens e mulheres da Grécia Antiga. O uso de espelhos e escovas de cabelo era corriqueiro entre pessoas de ambos os sexos. Diferentes penteados, com destaque para os cabelos encaracolados e arranjos feitos com ceras e loções eram muito comuns. As mulheres mantinham seus cabelos longos. A utilização de presilhas de metal ou fitas coloridas nos cabelos femininos era popular. Havia uma admiração muito grande por cabelos loiros, por isso as mulheres costumavam pintar seus cabelos.
Os homens mantinham cortes curtos e, a não ser que fossem soldados, cultivavam barbas e/ou bigodes. Uma parte da vida social dos homens gregos acontecia nas barbearias, onde se reuniam para cuidar de sua aparência (cortar os cabelos e aparar barba e bigodes) e também para discutir política, filosofia, artes, esportes e para conversar de assuntos diversos.
Os gregos gostavam muito de dançar. Eles acreditavam que ao dançar melhoravam sua condição física e emocional. As danças raramente reuniam pessoas de sexos diferentes, restringiam-se a encontros de homens ou de mulheres. Existem registros de aproximadamente 200 tipos diferentes de danças gregas tradicionais do período antigo, variando das danças cômicas as danças de guerra, atléticas ou religiosas e ainda aquelas relacionadas a casamentos, funerais ou demais celebrações. Essas danças eram acompanhadas por músicas provenientes de instrumentos como liras, flautas, tamborins, tambores e castanholas.