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Educação para o Pensar

Ton Ferreira Consultor de Governos da Planneta Educação, uma empresa do grupo Vitae Brasil. Mestre em Projetos Educacionais de Ciências pela USP; MBA em Gestão de Pessoas pelo Centro Salesianos e Pós-Graduado em Ética, Valores e Cidadania pela USP; graduado em Matemática pela UNESP. Experiência na área Gestão de Pessoas e de Formação Continuada, Docência e Palestras com foco em educação, ciência e tecnologia.

Alfabetização Científica: caminho eficaz para a formação do cidadão pleno
Adreiton Ferreira

É evidente a necessidade de promover, de forma eficaz, a alfabetização científica, visto que a não absorção, o não entendimento e a falta de engajamento e de interesse dos alunos e cidadãos nesta área torna-se cada vez mais fugaz.

De acordo com Fourez (2003), um dos principais autores dessa crise no ensino de ciências é o aluno, o qual não aceita simplesmente os dogmas científicos como algo absoluto e querem saber, de fato, a real importância do estudo em questão. Consequentemente, para que isso aconteça, a demanda seja atendida e os paradigmas sejam quebrados, os professores precisam estar alinhados com o que é cobrado deles enquanto educadores, munindo-se não somente dos conceitos científicos para que haja a absorção e processamento por parte do aluno, mas também, de uma prática pedagógica que vá ao encontro dos objetivos requeridos atualmente nesta área, para que culmine a aplicabilidade do que é aprendido.

Há duas perspectivas frequentemente opostas e que, na verdade, deveriam ser complementares: a formação do especialista na área em questão e a formação do cidadão, utilizando-se desta área. O professor tem sua formação para disseminar a ciência para o especialista, muitas vezes desmotivando o aluno com a maneira que oferece esse saber, enquanto o foco primordial é a formação do cidadão em um sentido mais amplo. (FOUREZ,2003).

A alfabetização científica, no que tange a formação do cidadão, não engloba somente os saberes científicos puros e desconexos, porém, os saberes acerca do entendimento do mundo que nos cerca. Nesta perspectiva, Chassot (2003) vai além, afirmando:


Assim como os alfabetizados em língua materna sejam cidadãs e cidadãos críticos, em oposição, por exemplo, àqueles que Bertolt Brecht classifica como analfabetos políticos seria, desejável que os alfabetizados cientificamente não apenas tivessem facilitada a leitura do mundo em que vivem, mas entendessem a necessidades de transformá-lo – e, preferencialmente, transformá-lo em algo melhor. (CHASSOT, 2003, p.94)


Para Chassot (2003), outro ponto importante para que haja a alfabetização científica é a necessidade de conhecer a ciência de uma perspectiva exotérica e não somente esotérica, ou seja, promover conhecimento passível de ser divulgado para o público e não se limitar ao conhecimento complexo, com entendimento restrito a especialistas.

Ao ser abordada a ciência de modo a propagar sua universalização, é extremamente importante no processo de ensino-aprendizagem a consideração dos saberes populares, além da valorização dos mais velhos e analfabetos que possuem certo conhecimento e podem ser referenciados para se chegar ao saber escolar, desenvolvendo assim uma alfabetização científica a partir do mundo que é conhecido pelos alunos e cidadãos. Para se fazer ciência, é necessário que se tenha um ponto de partida, e de preferência que esse ponto de partida seja conhecido e interessante para e por todos os envolvidos no processo. (CHASSOT, 2008)

Referências Bibliográficas

CHASSOT, Attico. Alfabetização científica: uma possibilidade para inclusão social. Revista Brasileira de Educação, n. 22, p. 89-100, jan./fev./mar./abr. 2003.

______. Fazendo educação em ciências em um curso de Pedagogia com inclusão de saberes populares no currículo. Química Nova na Escola, n. 27, fev. 2008.

FOUREZ, Gérard. Crise no ensino de Ciências? Investigações em Ensino de Ciências, v. 8, n, 2, p. 109-123, 2003.


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